ENSAIOS DE BAKHTIN SOBRE O ROMANCE - GALIN; BERTI-SANTOS (original) (raw)
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ANÁLISE DO ROMANCE O JOGADOR DE DOSTOIÉVSKI FUNDAMENTADA EM BAKHTIN E FREUD
This study aims at analyzing Dostoevsky's novel The Gambler grounded on the category of polyphony based on Bakhtin and Freud developed by the reflection in the essay Dostoyevsky and Parricide. Finally, it is stated that this work is a strong presence of both polyphony advocated by Bakhtin as well as the proposed splitting of the ego in Freud's essay Dostoevsky and Parricide. Resumo O presente estudo tem por objetivo realizar uma análise do romance O Jogador de Dostoiévski fundamentada pela categoria de polifonia em Bakhtin e pela reflexão de Freud desenvolvida no ensaio: Dostoiévski e o parricídio. Por fim, afirma-se que há nessa obra uma forte presença tanto da polifonia advogada por Bakhtin como também da divisão do ego proposta por Freud no ensaio: Dostoiévsky e o parricídio.
A DIMENSÃO MESSIÂNICA DO ROMANTISMO EM WALTER BENJAMIN
Resumo: Fazer uma crítica à violência (ou ao poder) é uma tarefa que demandou de Walter Benjamin uma articulação entre três importantes elementos: o romantismo, o messianismo e o marxismo. A tríade desses conceitos estrutura o arcabouço de Benjamin e contribui para a gênese de um de seus trabalhos mais importantes. O romantismo -aqui definido, de acordo com Michel Löwy, como a rejeição ao atual capitalismo, bem como a crítica existente à civilização industrial -faz com que os personagens dessa corrente se apeguem a elementos alheios a essa esfera. Entre as possibilidades, classificadas em tipologias por Michael Löwy, destaca-se o que compreendemos por romantismo libertário, ou revolucionário, no qual se inserem tanto Walter Benjamin como autores que influenciaram a sua obra em determinados aspectos. Entre esses autores podemos enumerar Karl Marx, Georges Sorel e Charles Fourier. No caso particular de Benjamin, seu apego está intimamente relacionado às características de teor teológico, principalmente no que se entende por como messianismo judaico, uma concepção religiosa marcada pela união de duas importantes dimensões: a dimensão restauradora e a dimensão utópica. A crítica da violência, portanto, assume um elo pertinente com a teologia messiânica. Observa-se esse fenômeno a partir do momento em que Benjamin propõe a distinção entre poder mítico (poder característico dos homens, que leva a sociedade a uma marcha ininterrupta de trocas violentas de direito) e o poder divino, capaz de provocar uma ruptura histórica na configuração do direito e do Estado. Tal poder divino, de acordo com o autor, mostra-se bem representado na ação revolucionária que permitiria, em sua manifestação, o alcance da sociedade sem classes. Palavras-chave: Messianismo, Romantismo, Walter Benjamin. Área do Conhecimento: Ciências Humanas -Ciências da Religião -CNPq.
Através desse texto pretendemos apresentar o cronotopo bakhtiniano não apenas como um conceito para estruturação do tempo e do espaço no gênero literário do romance, mas formulamos uma maneira alternativa de compreender o mesmo conceito, que em vez de analisá-lo em seu cerne, teoriza-o em sua subtração, pensando no tempo folclórico, ou seja, como era o tempo e o espaço no período em que não havia essas categorizações, e o que a fundição dessa classificação e dessa divisão, do tempo e do espaço, significou para o desenvolvimento das futuras concepções humanas no que diz respeito a esses elementos, e por último, a forma como o reflexo de todo esse desenvolvimento se deu na literatura, mais propriamente no romance.
Resenha de BAKHTIN, M. Teoria do romance III o romance como gênero literário
Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso, 2020
Todo conteúdo de Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso está sob Licença Creative Commons CC-By 4.0. Como já é notório a todos os leitores que acompanham as publicações de textos do Círculo pela Editora 34, a sequência dos textos Teoria do romance I, Teoria do romance II e, agora, Teoria do romance III tem, como base, o tomo 3 da coletânea Obras reunidas em sete tomos [Sobránie sotchiniênii v siémi tomakh] de Mikhail Bakhtin, organizada por Vadim Valeriánovitch Kójinov (1930-2001) e Serguei Geórguievitch Botcharóv (1929), que, segundo Grillo (2009), são os detentores dos espólios bibliográficos de Bakhtin. Ainda segundo Grillo (2009), após a morte de Kójinov, ficou Botcharóv o responsável pela coordenação do projeto, dando, dessa forma, conforme a Nota à edição brasileira encontrada na Teoria do romance I Recebido em 27/01/2020
ENUNCIADO NO ENUNCIADO, ENUNCIADO SOBRE O ENUNCIADO: O CÍRCULO DE BAKHTIN POR C. BRANDIST
Considering the relevance of the research dealing with historical and intellectual sources and context of the so-called Bakhtin Circle’s works, this article examines the contributions of Craig Brandist organized in the following items: (1) the different sources of M. Bakhtin, V. N. Volochínov e P. Medviédev; (2) the Circle’s writings from different periods, with demarcation of different stages of the production; (3) the questioning of Bakhtin as the mentor of the Circle; (4) the German philosophy as the main source the group.
Ensaios de Bakhtin sobre o romance (1935-1941): um estudo de suas formações intelectuais e inovação
Linha D'Água, 2013
This essay traces the Russian intellectual traditions outlined in Bakhtin's works on the novel and poses the question of their originality in a more substantiated way than it has been the case so far. I focus on the discourses of literary theory and history to discuss in more detail Veselovski, the Formalists, and Olga Freidenberg, and to touch upon Griftsov and the discussion of Moscow about the novel held between December 1934 and January 1935, in which Lukacs and Pereverzev were two of the most prominent participants. In the first part, my aim is to outline and analyze Veselovski´s, the Formalists´ and Freidenberg´s works in a rigorously selective way, with particular reference to their formative effect on Bakhtin's writings on the novel. In the second part of the article, I deal with Bakhtin's reactions to this inherited intellectual field.
Degustação - EDUCAÇÃO E LINGUAGEM NO CÍRCULO DE BAKHTIN
Essa obra, organizada pela Profa. Dra. Márcia Helena Melo Pereira, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e pelo Prof. Dr. Ivo Di Camargo Junior, do Centro Educacional Paulo Freire, da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto - SP, visa promover diálogos, palavras e contra palavras, para uma base de conceitos que evidenciem o papel da linguagem e da educação na formação de sociedades e sujeitos mais críticos, dialógicos. Os diversos textos, cuidadosamente selecionados pelos organizadores, utilizam-se da teoria da enunciação de Bakhtin e do Círculo para desenvolverem compreensão acerca da construção dos processos de produção de linguagem, aprofundando-se em uma perspectiva tanto política quanto histórico-cultural, observando atentamente o contexto educacional em que estão inseridos e as relações de ensino-aprendizagem com as quais dialogam.
ROLAND BARTHES E O DISCURSO AMOROSO: PARA ALÉM DA TEORIA, O ROMANESCO
RESUMO: Em seu mais recente livro, publicado em 2007, intitulado A literatura em perigo, Tzvetan Todorov " alerta " para os riscos que a literatura estaria correndo na contemporaneidade devido, sobretudo, à sombria influência do estruturalismo e pós-estruturalismo francês dos anos de 1960 e 70 nos professores e críticos literários de hoje. Que aquele foi um período de supremacia da teoria imanentista sobre a criação artística parece-nos um fato. No entanto, o presente texto busca ressaltar, através de apontamentos sobre o livro Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes, que, obviamente, nem tudo que foi produzido pelos maîtres à penser daquele momento adequa-se a uma definição reducionista: tentamos mostrar como Barthes, dando seqüência a uma obra cingida em meio a constantes rupturas, afastou-se da própria teoria para fazer insurgir um outro discurso, em muito avesso aos pressupostos desta. Para o autor, devido a uma espécie de reviravolta histórica, o discurso amoroso havia adquirido a condição de obsceno em nossa cultura, ou seja, daquilo que deveria ser posto " fora da cena ". Sendo assim, ao simular a enunciação de tal discurso (foco de constantes depreciações por parte das linguagens em voga naquele momento), Barthes dá voz ao intempestivo do amor. Palavras-chave: Roland Barthes, Fragmentos de um discurso amoroso RESUME: Dans son plus récent livre, publié à 2007, Tzvetan Todorov annonce les dangers que menaceraient la littérature dans la contemporaneité à cause, surtout, de la sombre influence du structuralisme et poststructuralisme français des années 1960 et 1970 sur les professeurs et les critiques littéraires d'aujourd'hui. Que ce moment-là fut une période de suprématie de la théorie immanentiste sur la création artistique il 1 Mestrando em Teoria Literária pelo programa de pós-graduação em estudos literários da FALE (Pós-lit).
MIKHAIL BAKHTIN E KARL MARX: CONSCIÊNCIA E LINGUAGEM
2020
Neste trabalho buscaremos analisar a relação entre os conceitos de consciência e linguagem a partir de Mikhail Bakhtin e Karl Marx. Neste sentido, no que se refere a Mikhail Bakhtin teremos como escopo principal a obra, Marxismo e Filosofia da Linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. No tocante a Karl Marx, percorreremos obras como, A Ideologia Alemã, O capital e Contribuição a Crítica da Economia política. Nossa análise gira sempre em torno da construção dos conceitos de consciência e linguagem em Bakhtin, procurando articulá-los com os pontos de vista desenvolvidos na teoria marxista. Acreditamos que exista uma determinada viabilidade para tal conexão entre os pensadores, uma vez que, a construção da Filosofia da Linguagem de Bakhtin sofre influencia direta da Filosofia Marxista. Nossa pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, indireta, qualitativa e se desenvolve por meio da interlocução crítico-discursiva. Concluímos que, a linguagem assim como a consciência tem em comum o fato de necessitarem construir suas bases no contexto histórico social e real. Marx e Bakhtin buscam rechaçar qualquer compreensão idealista referente a esses conceitos. Mais que isso, os autores estão denunciando as posturas metodológicas que introduzem um caráter irreal e atemporal aos conceitos determinantes da sociedade.