Análise tecno-tipológica das utensilagens geométricas do Concheiro das Amoreiras (S. Romão do Sado, Portugal) – escavações de Manuel Heleno (1955-66) (original) (raw)

Arqueometria e o estudo das ânforas lusitanas do Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (Lisboa) e de centros produtores do Tejo

Estudos Arqueológicos de Oeiras,19, Oeiras, Câmara Municipal, 2012, p. 57-70, 2012

The archaeological investigation of the area today integrated in the Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC, CNS 1950) allowed the collection of a considerable number of Lusitanian amphorae. The archaeometric study of some of these amphorae, through chemical analysis of ceramic body by neutron activation, and comparison withsimilar existing compositional studies for three production centers of the Tagus basin (Porto dos Cacos, Quinta do Rouxinol e Garrocheira), allowed to establish the provenance of a wide range of these amphorae. Studies also point to the existence of a new unknown pottery productioncenter, which would have produced amphorae with morphologies similar to those known bética amphorae of the so called Lusitana 12 type and also some similar to the well-known baetican Haltern 70 type (Diogo, 1987). Considering the contexts in which they were found (Icentury BC / I century AD), it is not clear whether these amphorae could be produced for the transportation of fish products or other food items. Later, when at the site already worked the workshops of fish products, the compositional study of the set of local amphorae collected enlighten us about the potteries that could have supplied this activity. In Late Antiquity both Porto dos Cacos’ (Alcochete) and Quinta do Rouxinol’s (Seixal) pottery centres, especially the latter, were the main containers suppliers for the fish sauces produced at NARC, but some samples have a different composition more close to that documented at Garrocheira’s (Benavente) pottery centre, stressing the diversity of container suppliers in this period. Keywords : Roman, Lusitanian amphorae, neutron activation analysis in pottery

O concheiro mesolítico do Cabeço das Amoreiras (S. Romão do Sado, Alcácer do Sal): um (outro) paradigma perdido? O CONCHEIRO MESOLÍTICO DAS AMOREIRAS NO MAPA DA NEOLITIZAÇÃO DO ACTUAL TERRITÓRIO PORTUGUÊS

Cabeço das Amoreiras shell midden is located in lower Sado valley left bank overlooking the alluvial plain. Amoreiras is a medium-size shell midden with a area of about 1200 m2, first excavated in the 50's by Manuel Heleno team and then again in the 80's by an international and multidisciplinary team under José Arnaud leadership. Amoreiras, like other Sado Mesolithic shell middens, is both a domestic and a ritual place with a necropolis where were recovered five adults and one non-adult in a 55m2 excavated area. From Arnaud field seasons came some cardial pottery and two 14C dates, one sample from charcoal one sample from shells, settling Amoreiras shell midden in 6 th to 5 th millennium transition and making Amoreiras one of the few places in SW Iberia where both Mesolithic and Neolithic groups interact. More recently, a 14C date from human bones put Amoreiras first (?) occupation in the beginning of the 6 th millennium cal AC and our pottery analysis clearly show that beside Early Neolithic ceramic Final Neolithic pottery is also present both recovered in the same artificial levels giving Amoreiras a chronological and cultural complexity not expected before.

Caracterização geotécnica de escombreiras das Pedreiras do Poio e sua utilização em pavimentos rodoviários

2011

Os pavimentos rodoviários, em Portugal, nomeadamente as suas camadas não ligadas continuam a ser construídos quase exclusivamente com agregados naturais, geralmente britados. Deste modo, boa parte da exploração de agregados que ocorre a nível nacional é para utilização neste tipo de estruturas. Por todo o País existem indústrias extractivas de rocha com produção elevada de escombreiras, as quais levantam sérios problemas ambientais e cujos materiais poderiam, eventualmente, ser utilizadas nas camadas não ligadas, incluindo a fundação, de pavimentos rodoviários. Um exemplo deste problema ocorre no denominado núcleo de Pedreiras do Poio, Vila Nova de Foz Côa, em pleno Parque Arqueológico do Vale do Côa, onde materiais xistosos, ardosíferos, são extraídos originando grande quantidade de escombreiras. Nesta comunicação apresentam-se os resultados da caracterização geotécnica daqueles materiais xistosos e avalia-se a possibilidade da sua aplicação na fundação de pavimentos rodoviários, à luz das especificações utilizadas em Portugal.

GADANHO, A. (2019)- Consumo de cerâmicas finas e suas imitações, vidros e ânforas no sítio romano da Quinta do Ervedal (Castelo Novo, Fundão) - análise tipológica e estratigráfica

2019

As intervenções arqueológicas no sítio da Quinta do Ervedal (Castelo Novo, Fundão) revelaram várias estruturas, de cronologia romana, distribuídas por 3 sectores de escavação, onde se destacam dois grandes complexos termais, distando cerca de 50 metros um do outro. Não é consensual a tipologia de ocupação do local: deverá corresponder pelo menos a uma villa não estando, no entanto, descartada a hipótese de se tratar de um aglomerado secundário, do tipo vicus, tendo por base a vasta área de dispersão de materiais à superfície, de cerca de 10 hectares. O espólio exumado nas campanhas arqueológicas de 2007 a 2016, nomeadamente terra sigillata e suas imitações, paredes finas, lucernas, ânforas, e vidros, provêm de vários pontos do Mundo Romano e cujas cronologias de produção inserem-se, grosso modo, entre a 1ª metade do século I d.C. e meados do século V d.C., comprovando a integração do sítio na multitude de rotas comerciais patentes na Península Ibérica. Os objectivos da presente Dissertação passam por realizar a quantificação tipológica do espólio presente em estratigrafia, para a aferição de volumes de importação; analisar globalmente o conjunto, procurando compreender a evolução do comércio ao longo da ocupação do sítio; e por fim, comparar estes dados com outros locais no interior da Lusitania, procurando obter informações sobre os padrões de consumo nesta região e as rotas comerciais que a abasteciam, com destaque para a denominada Via da Prata, pelo seu possível papel preponderante no abastecimento de produtos para o sítio.

"Edifício sito no Beco da Amoreira n.º 5 a 9, Coimbra", Relatório Final de Trabalhos Arqueológicos, aprovado por IGESPAR, Outubro 2012

In spite of the XVI, XVII e XVIII century pieces of faience exeumed from this site, most of the building shouldn’t date back before the XIX century, since two pieces of XIX century Coimbra’s faience (loiça ‘ratinha’) were under a beam that supported the whole second floor. Inside, the building was compartmentalised after de external walls were built, since the partition all lean against the external walls. To the west, the building had a small patio, annulled buy recently built constructions.

Reflexão acerca dos cossoiros e da fiação nos contextos calcolíticos do Sudoeste da Península Ibérica, partindo do sítio de São Pedro (Redondo)

The archaeological visibility of weaving in the Chalcolithic sites of the Iberian Peninsula is growing, mainly based on the study of loom weights. However, the research of other steps and artefacts connected with the weaving process remains slight. In this paper we intend to reflect about morphological and technological features of spindle whorls, looking for access its functionality. In this analysis we used as a case study the set of spindle whorls collected in the different phases of São Pedro archaeological settlement (Redondo, Alentejo Central). We expect to demonstrate the technological, economic, social and cultural availability of the use of spindle whorls, reinforcing the importance of their study for the reconstruction of the daily life of the peninsular communities in the third millennium BC.

As colheres em cerâmica do povoado de S. Pedro (Redondo, Alentejo Central

Resumo No povoado de S. Pedro (Redondo, Alentejo Central) registou-se um conjunto significati-vo e diversificado de colheres em cerâmica. As colheres são um elemento relativamente constante nos espólios dos povoados do Sul peninsular do 4º. / 3º. milénio a.n.e., todavia a sua aparente reduzida expressão quantitativa torna-as pouco significativas nos estudos artefactuais. Neste artigo pretendemos apresentar uma caracterização tipológica e tecno-lógica destes materiais, e a sua contextualização nos espaços e fases deste sítio arqueológico, bem como reflectir sobre as suas funcionalidades.

O lugar da Torre dos Sinos (Convento Velho de S. Domingos), Coimbra: notas para o estudo da formação dos terrenos de aluvião, em época Moderna.

Velhos e Novos Mundos. Estudos de Arqueologia Moderna./ Old and New Worlds. Studies on Early Modern Archaeology. CHAM/FCSH da Universidade Nova de Lisboa., 2013

Em Coimbra diversos registos concorrem para revelar a instabilidade das margens do Mondego que, a partir de Época Medieval, transpõe recorrentemente as plataformas ribeirinhas, em virtude do assoreamento do seu leito. Testemunham este fenómeno diversos documentos escritos, cartográficos, fotografias e ilustrações, sobressaindo a este respeito o título de Basófias atribuído, por iniciativa popular, ao rio devido à irregularidade do seu caudal. A evolução da modelação topográfica da Zona da Baixa é um aspecto fundamental para a compreensão das estratégias de ocupação desta zona da cidade, marcadas pela firme determinação em contrariar as adversidades do meio e investidas das águas. No decurso de uma acção de arqueologia preventiva, junto à Avenida Fernão de Magalhães, foi possível pôr a descoberto vestígios do Convento Velho de S. Domingos, a cerca de nove metros abaixo da actual cota de circulação. O pacote estratigráfico circunscrito entre os níveis de formação da referida Avenida (no século XX) e de abandono definitivo do edifício conventual (no século XVI) oferece uma visão privilegiada do processo de sedimentação neste local e por extensão da área circundante. Pretende-se, por conseguinte, analisar os fenómenos de deposição detectados (antrópicos e aluvionares) e fornecer uma imagem das principais fases de sedimentação que modelaram o terreno ao longo da Época Moderna.