Fotografia como Linguagem Religiosa (original) (raw)
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A linguagem fotográfica no Islã
TRAVESSIA - revista do migrante, 2002
Este artigo discute a relação dos muçulmanos com a imagem fotográfica. A intenção é aproximar o nosso mundo ocidental à lógica islâm ica sobre a representação da imagem, isto porque, na religião islâmica o culto à imagem é proibido: não se deve cultuar o que Deus criou. De acordo com Hanania (1999:15), o espírito desta interdição islâmica em face da representação de form as é que, teoricamente, no Dia do Juízo, as imagens deverão ser ressuscitadas por seu autor. Mas, e a fotografia? Muito embora ela se Constitua como um m odelo de representação, não podemos descartá-la totalmente do contexto islâmico. No período do profeta Muhammad (Maomé), século VII, o grande perigo para os adeptos ao Islã era o culto às esculturas, estátuas de bronze. A imagem figurativa apresentava um impedimento, pois esta representava a criação divina. Não se deve copiar o que Deus criou, pois tudo o que ele fez (faz) é perfeito, na lógica islâmica. Para encontrar respostas a essas limitações, fui buscar em um...
Ensino Religioso entre Sons e Imagens
Resumo A proposta deste artigo é discutir o uso de meios de comunicação de massa como ferramentas de auxílio ao Ensino Religioso, com base na proposta teórica elaborada pela equipe da UNICAMP, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, e realizada entre agosto de 2002 e outubro de 2003. Meios de comunicação populares, como televisão comercial e religiosa, websites e revistas são consideradas fontes valiosas para desenvolver a tolerância religiosa a partir do entendimento da diversidade cultural. Abstract The purpose of this article is to discuss the use of means of mass communication as auxiliary tools of Religious Teaching, based on the theoretical proposal elaborated by the team of the State University of Campinas, in collaboration with the Secretary of Education of the State of Sao Paulo (Brazil), during the period of August 2002 and October 2003. Public media, such as commercial and religious television, websites and magazines are considered as valuable resources in order to develop religious tolerance from the understanding of cultural diversity.
GIS GESTO, IMAGEM E SOM - REVISTA DE ANTROPOLOGIA, 2022
Este artigo discute fotografia e afro-religiosidade com base em minha experiência como fotógrafa e pesquisadora no campo religioso afro-gaúcho. Inicialmente, situo a relação entre fotografia e religiosidade afro-brasileira buscando compreender diferentes facetas da obtenção de imagens técnicas no âmbito do sagrado. Sem fazer uma revisão histórica do tema, aponto alguns casos que podem auxiliar as reflexões sobre os interditos e os acessos impostos ou concedidos às produções fotográficas no contexto afro-religioso. Pretendo mostrar que a construção de uma ética na visibilidade das práticas religiosas está entrelaçada com os contextos das produções de sentido em que estas imagens figuram. Discuto, ainda, os desafios na construção de uma ética antropológica na produção de imagens em tais contextos e as possibilidades de uma negociação intersubjetiva quando a produção fotográfica atua como suporte material para a reverberação das memórias coletivas de grupos religiosos.
Horizonte, 2018
Este artigo discute textos religiosos complexos que não apenas se distanciam das formas de expressão quotidianas, como também desafiam as abordagens interpretativas acadêmicas. Trata-se de formas ligadas ao mito e às suas formas deslocadas. Para aborda-las adotamos uma expressão de trabalho que permite analisar também expressões visuais: modo onírico de narração e de articulação de imagens. Para analisar esse tipo de texto nos utilizamos de dois conjuntos teóricos. O primeiro é a teoria de sonho de Ernest Hartmann, que considera que o sonho, em especial o sonho-REM, é um tipo de consciência (considerando-se o espectro amplo de consciência) com intensa atividade neuronal, articulado por meio de imagens e guiado por emoções. Ou seja, no sonho são dados contextos imagéticos e narrativos às emoções predominantes dos sujeitos. Como no sonho REM o pensamento é “lateral”, ou seja, hiperconectivo, há maior possibilidade de criação textual. Esse é o tipo de consciência que predomina em místicos e artistas, de acordo com Hartmann. O segundo conceito que utilizamos para entender os textos religiosos densos é o grotesco. O grotesco é um tipo de expressão textual e imagética que articula num todo elementos díspares, contraditórios e excludentes. O grotesco não somente lida com a contradição, como a busca; ele a articula a contradição, mas nunca a resolve. O tipo de expressão de mundo encontrada no modo onírico de narração e articulação de imagens é potencialmente apropriado para a expressão de realidades de sofrimento e alienação. Talvez por isso as religiosidades populares tenham preferência por esse modo de expressão. Ele também aponta para os limites dos sistemas de representação de mundo da cultura.
Religião e Modernidade Uma Nova Construção Da Linguagem Religiosa
2017
RESUMO Embora construida historicamente, a subjetividade sempre existiu na vida humana, e sua relacao com a religiosidade, tem sido estudada ocasionalmente na historia humana. O presente artigo, busca estabelecer esta relacao, apontando seu desenvolvimento na modernidade e contemporaneidade. Na modernidade, as relacoes religiosas sofreram mudancas, deixando de ser a referencia e fonte de resposta, sendo que a religiao e colocada de lado, surgindo a secularizacao. Com o advento da contemporaneidade, a subjetivacao do sentimento religioso e da religiosidade, passa pelo grivo do sujeito, num processo de desinstitucionalizacao. O ser humano torna-se o proprio centro e a fonte de suas decisoes, nao baseadas e supervisionadas pela religiao estabelecida e oficial, mas sobre os sentimentos do ser humano. Isso traz a tona a construcao de uma nova linguagem religiosa. Palavras-chave Religiao, Modernidade, Contemporaneidade, Subjetividade. ABSTRACT Although historically constructed, subjectivi...
2009
Este artigo discute a questao do testemunho fotografico a partir da relacao entre fotografia e experiencia da catastrofe. A fotografia constitui um discurso privilegiado sobre a catastrofe radiologica do Cesio 137, desencadeado em Goiânia no ano de 1987. O testemunho fotografico assume nesse artigo dois sentidos: a fotografia em seu aspecto de atestacao, concebida como traco do “real”; e como um registro autentico de uma experiencia traumatica que pode ser comunicada e compartilhada pelo sujeito fotografado, pelo fotografo e pelo espectador. Esse trabalho enfatiza o testemunho fotografico como um discurso visual da dor e do trauma.