Fotografia, infância e a cidade na modernidade (original) (raw)
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Pelas Janelas: Faíscas urbanas e imagens da infância
2020
O presente artigo aposta na forca de contar historias. Narrar e um ato etico, estetico e politico, desenvolvido na psicologia social para recuperar memorias, trajetorias, condicoes, vidas e experiencias que sao sistematicamente postos a margem, quando nao intencionalmente destruidos, apagados. O texto opera como uma brincadeira de rememoracao e invencao. No decorrer das lembrancas, criancas desestabilizam a relacao continua entre passado, presente e futuro. Longe da ideia de um passado estanque, imagens da infância protagonizam historias trocadas entre duas amigas. Assim, aqui vigoram historias como a de uma crianca que brinca com os restos da urbe, outra que se fantasia e inventa para si outras vidas, outra ainda, que no percurso pela cidade resiste ao empuxo a conformacao binaria dos lugares. Todas elas sustentando singularmente a invencao de outros gestos. Aqui o ato de rememoracao e narracao soa como imperativo etico para enfrentar e os discursos que atravessa os corpos e modula...
Cidade da Infância: Lugar e Cotidiano na Contemporaneidade
A cidade da infância é caracterizada pelo enfrentamento dos riscos e pela descoberta dos outros. Ao evocá-la, acionamos um conjunto de experiências que nos fazem lembrar o passado e, ao olharmos para a cidade aí como está, muitas vezes questionamos o presente: onde ficará a cidade da infância na contemporaneidade? Esta discussão teórica se situa no estágio atual da modernidade, marcado por uma relação cambiante entre espaço e tempo, para problematizar a relação contemporânea da criança com a cidade, a partir de uma perspectiva de transformação, e não de término, das práticas cotidianas da infância no espaço urbano. Objetiva-se compreender como se estabelece, em tese, a relação da criança com a cidade, discorrendo-se sobre a transformação das práticas, a fim de discutir de que forma as práticas atuais são capazes de propiciar o envolvimento da criança com o lugar. Conclui-se que há um processo de diversificação destas práticas, que não determinam o fim das experiências singulares da infância na cidade, mas podem tornar esta experiência mais superficial, a ponto de impedir que as crianças atribuam significado aos espaços, ou podem afastar as crianças da vida pública, levando à perda do significado da cidade como lugar de encontro, animação, participação, criatividade e diversidade.
Ultima Hora: em cena a modernidade fotográfica
Discursos Fotograficos, 2009
Este artigo visa investigar a construção da linguagem fotojornalística no jornal Ultima Hora como um processo de preparação do público, em grande parte recém-urbanizado, para a leitura de texto e imagem. A utilização das sequências fotográficas e posteriormente do instantâneo é analisada à luz do pensamento de Paul Ricoeur que entende a narrativa como mediadora entre a experiência e o discurso. A fotografia é aqui entendida como um discurso que é edificado paulatinamente nas páginas do jornal, preparando o público para sua compreensão plena na percepção do tempo aprisionado no instantâneo fotográfico.
ArtCultura - v.10 n. 16, 2008
Desde a invenção da fotografia, a cidade continua sendo um dos objetos preferidos pelos fotógrafos. Por ser considerada capaz de registrar fielmente a realidade, à fotografia foi dada a tarefa de documentar as transformações urbanas ocorridas ao longo do tempo. Mais do que espelhos da realidade, as vistas urbanas se constituíram em veículos propagadores de um imaginário de modernidade, de acordo com o olhar dos produtores visuais da cidade. O estudo de caso da relação de Porto Alegre com a fotografia, objeto deste artigo, mostra como as cidades brasileiras, guardadas as peculiaridades temporais e espaciais, apresentam certa sintonia nesse processo.
A Fotografia da História à Cidade
2020
Avaliamos criticamente o papel desempenhado pelos registros fotográficos na construção de representações sobre o espaço urbano e o patrimônio cultural, dentro de uma perspectiva que leva em conta o conceito de cultura visual, com o propósito de considerar as potencialidades da fotografia produzida pelo próprio historiador como ferramenta metodológica de pesquisa. Nosso olhar em campo voltado para certas edificações e locais atenta para usos e contra-usos do patrimônio para compreender e registrar a enunciação pedestre dos citadinos, propondo outro repertório visual em contraponto às panorâmicas, aos planos gerais que caracterizam olhares que partem do poder público ou do mercado.
Conceição/Conception
Este artigo propõe uma reflexão sobre os direitos da criança no contexto da experimentação artística. O trabalho discute questões estéticas, éticas e políticas acerca da participação de crianças na cena contemporânea por meio da análise de performances e espetáculos que colocam em xeque concepções conservadoras de infância que, principalmente nos últimos dois anos, vem respaldando condutas de censura e ataques à artistas e obras no Brasil e no mundo.
FOTOGRAFIA E MEMÓRIA NA CONTEMPORANEIDADE: JUVENTUDE EM FOCO
Este trabalho apresenta uma discussão em torno da tríade juventude, fotografia e memória. O texto é parte de um levantamento bibliográfico que atende a um doutoramento que se estende entre os anos de 2012 e 2017. A partir de alguns teóricos, como Juarez Dayrell, Rosa Maria Bueno Fischer, Jacques Le Goff, Pilar Riaños, procura-se problematizar questões referentes ao uso que os jovens fazem da imagem, sobretudo, da fotografia, no seu cotidiano e, ainda, a relação dessa dinâmica com a sua memória. Com o avanço da tecnologia, que tem possibilitado uma pulverização das máquinas de imagem, a passividade da recepção, de outrora, deu lugar ao dinamismo da produção exacerbada, uma prática constante na contemporaneidade. De consumidores ávidos, passou-se à autossuficiência imagética. Nesse sentido, novas relações se configuram ou, ainda, velhas se (re)configuram, o que constitui a tessitura da vivência em sociedade. Na mesma medida, há a necessidade de um retorno constante às experiências vividas, como uma volta a um porto seguro. Por esse viés, a memória se apresenta como âncora necessária nesse novo cenário. Na fluidez com que as imagens são geradas, utilizadas e descartadas pela juventude, fotografia e memória carregam, ainda, a mesma cumplicidade que sempre as deixaram tão próximas? Oxalá, o presente trabalho consiga cotejar, sob a luz dos autores, tal problematização, sem, necessariamente, esgotar-se em si mesmo.
Juventude na contemporaneidade
O texto aprenenta a obra, ainda inédita em português, de Florência Saintout foi escrita em meio aos complexos debates construídos em torno das mudanças pelas quais passa a nossa sociedade. Nessa senda de discussão, Florência Saintout busca apresentar e problematizar representações e sentidos construídos, elaborados e ressignificados por jovens acerca das transformações que os mesmos vivenciam no mundo atual. Através de uma escrita fluida e de fácil acesso, a autora nos apresenta à distintas formas de ser jovem, de sentir e representar a sociedade e suas instituições a partir da especificidade de ser jovem hoje.
Desenho, Presença e Marca Na Cidade Contemporânea
Urbana, 2012
O artigo apresenta uma reflexão sobre a cidade como possibilidade de construção subjetiva amparada pelas experiências pessoais e diversas que o ser humano enfrenta em seu convívio e nas suas interações com o meio urbano. Nos vestígios legados pelas vivências e suas memórias, o indivíduo encontra os sinais capazes de representar a cidade enquanto fenômeno que o justifica e identifica; uma forma de cartografar a cidade através de instantes imaginados (sempre simbólicos, obviamente: porque não há formas senão simbólicas) com aquilo que (d)a cidade mais nos diz. Instantes que o corpo dá forma e segura; "segura", no sentido em que os agarra e faz deles memória e, portanto, configurações de tempo. Entendimentos a fixar instantes, desenhos, portanto.
A pintura em pânico, a fotomontagem e a pós-modernidade
2020
Observing Erwin Panofsky's (1955) indications about the way to interpret a work of art, this article proposes an approximation between A pintura em pânico (1943) photomontages book, composed by poet Jorge de Lima (1893-1953), and the postmodernity’s concept developed by Gianni Vattimo in The transparent society (1989). To this end, the avant-garde photomontage is understood as a subversion of the photographic principle itself considered as analogue to reality, and also as a rupture to painting as a pictorial composition’s canonic method. We also resort to the Gianni Vattimo’s established approximation between the concepts of shock in Walter Benjamin (1955) and Martin Heidegger’s stoss (1977), in order to suggest photomontage transcended its period and works as analogue to post modern’s condition, which is, above all, multiform.