O Enquadramento do Iene: A Trajetória do Câmbio Japonês desde 1971 (original) (raw)

"O início da imigração japonesa para a América Latina: um breve histórico"

Burajiru Kenkyuu / Revista de Estudos Brasileiros (Universidade de Osaka) vol. 10. p. 121-145., 2014

A partir de 1850 é sabido que o processo de divisão internacional do trabalho, catalisado pela revolução tecnológica, influenciou diretamente o processo emigratório em certos países da Europa e da Ásia para o continente americano. Nosso objetivo neste artigo é, de maneira breve, reconstruir a trajetória dos japoneses nos anos iniciais de sua experiência imigratória para América Latina, mais especificamente Peru e México. E também apresentar as dificuldades iniciais e o tratamento preconceituoso e discriminatório, reservado em várias ocasiões ao trabalhador de “raça amarela”, dentre os quais os chineses e depois os japoneses, que emigraram para América com o único objetivo, segundo a lógica de quem os contratava, de trabalhar e produzir a um custo baixíssimo. Percebemos sob esse viés que o “fazer a América” não era mesmo para todos... Artigo originalmente publicado no vol. 10 da Revista de Estudos Brasileiros (ISSN 1881-2317) da Graduate School of Language and Culture da Osaka University na primavera de 2014.

Olhar InComum: Japão Revisitado

Texto de curadoria da Exposição Olhar InComum: Japão Revisitado de 21 artistas nipo-brasileiros realizada no Museu Oscar Niemeyer entre marco e setembro de 2016.

MENEZES NETO, Geraldo Magella de; CORRÊA, Victor Lima. "Povo sem honra, covardes, brutais e cruéis": representações dos japoneses no jornal paraense Folha Vespertina (1942-1945). In: BUENO, André et al. (Orgs.). Vários Orientes. Rio de Janeiro/União da Vitória: Edições Sobre Ontens/LAPHIS, 2017.

Vários Orientes, 2017

“Povo sem honra: Os japoneses, além de covardes, de brutais e de cruéis, ignoram todos os sentimentos de honra.” (FOLHA VESPERTINA, 1 fev. 1944, p. 1). Na manchete acima, o jornal paraense Folha Vespertina publicava uma notícia no ano de 1944 de que o então secretário de Estado norte-americano Cordell Hull acusava o Japão de violar todos os tratados internacionais sobre prisioneiros, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Hull denunciava as crueldades e torturas as quais eram submetidos os prisioneiros americanos e filipinos, que estavam sob o domínio dos japoneses. Notícias como essa, muitas de correspondentes internacionais, eram amplamente divulgadas pelos jornais brasileiros na época da Segunda Guerra. O que nos chama a atenção é o destaque negativo dado aos japoneses nas manchetes, sobretudo a partir de janeiro de 1942, quando o Brasil rompe relações diplomáticas com os países do Eixo após o ataque japonês à base norte-americana de Pearl Harbor. Nesse sentido, o objetivo deste texto é analisar as representações dos japoneses no jornal paraense Folha Vespertina, entre os anos de 1942 e 1945.

A ETNOGÊNESE OKINAWANA NO BRASIL: POR UM OLHAR INTERPRETATIVO DO RYÛKYÛ BUYÔ

Este estudo apresenta um relato inicial sobre o Ryûkyû Buyô (danças tradicionais de Okinawa), atrelando as experiências de vida de seus praticantes como ferramenta para a construção da identidade étnica individual. Participam dessa pesquisa, imigrantes vindas ao Brasil no período do pós-guerra, as quais atualmente se vinculam a escolas com estilos de ensino distintos. Imagina-se que a identidade seja criada através da interpolação do self (individual) e do other (influências do meio), peculiarizados pelas múltiplas influências culturais, experenciadas pelos imigrantes. Com base nas teorias formadoras da antropologia cultural, desenvolve-se este relato piloto, em vista de entender o processo identitário como algo contínuo e inacabado, estruturado numa relação diádica em cada indivíduo.

O campo historiográfico da imigração japonesa: alguns delineamentos

Revista de História da UEG, 2021

O objetivo deste artigo é analisar o campo historiográfico da imigração japonesa, entendido como um espaço formado por diversas autoridades que buscaram entender o processo de imigração por intermédio de conceitos como: aculturação, assimilação, identidade negociada e japonesidades. Assim, compreendemos que é um campo subdivido em três fases: a primeira é denominada de aculturação e assimilação devido às pesquisas utilizarem, principalmente, esses dois conceitos conjuntamente aos de integração e acomodação. Essa fase surgiu e consolidou-se nas décadas de 1930 e 1940, possuindo como grande autoridade Hiroshi Saito; a segunda surgiu por volta dos anos 2000 e é denominada de etnicidade, uma vez que os estudos se distanciam do conceito de assimilação e focam mais na etnicidade e a questão de identidade, dessa maneira, a grande autoridade é o brasilianista Jeffrey Lesser, o inaugurador dessa fase e que estabeleceu os conceitos de negociação e identidade hifenizada e situacional. Por fim, sugerimos que há o delineamento de uma terceira que busca romper, ou pelo menos afastar-se, com os conceitos da fase anterior, visto que são compreendidos como insuficientes para entender o fenômeno imigratório e a construção subjetiva dos nikkeis.

HAIKAI NO BRASIL: UMA HISTÓRIA DE IMIGRAÇÃO JAPONESA

Resumo: O presente trabalho visa apresentar o conceito de haikai para os brasileiros e a utilização dessa forma pelos autores brasileiros e nikkeis. Foi introduzido no Brasil com a vinda dos imigrantes japoneses, a partir de 1908, inicialmente escrito e ensinado em língua japonesa. Posteriormente, o gênero poético haikai passou a ser escrito em língua portuguesa, mas com as devidas modificações quanto à métrica, rima e kigo (referência ao tempo ou ao espaço do enunciado), tendo em vista as peculiaridades do Brasil e da sua língua. Ao final, propomos um tipologia dos escritores de haikais, segundo as prioridades que são aos planos do conteúdo e da expressão. Palavras-chave: Haikai; Literatura Brasileira; Imigração Japonesa.

O silêncio dos japoneses cristãos: Uma análise historiográfica do filme Silêncio (2016)

Revista Outrora, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 151 - 163, jan./jun., 2018

O presente artigo consiste na análise do filme Silêncio (2016), dirigido por Martin Scorsese, que conta a história dos padres jesuítas Sebastião Rodrigues e Francisco Garupe na busca de seu mentor Cristóvão Ferreira nas terras do Japão no século XVII. Primeiramente, este artigo possui o intuito de analisar criticamente a estrutura da película cinematográfica e abordar a importância da trilha sonora para a discussão central proposta pelo diretor. Em seguida, analisar a apresentação das missões jesuítas no filme e, como objetivo central, trabalhar o papel dos cristãos japoneses para a cristianização, segundo a historiografia, e criticar a representação que a obra realiza.

O FENÔMENO HIKIKOMORI NO JAPÃO: ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS

Sobre Ontens, 2019

Neste estudo se realiza uma análise do fenômeno “Hikikomori”, conhecido como um fenômeno de isolamento dos jovens japoneses de sua convivência em sociedade. Interpreta-se as causas deste fenômeno por fatores históricos e sociais. Dentre estes fatores, aborda-se as consequências da Bolha Econômica no Japão, principalmente em 1990 que contribuiu para a precarização da inserção destes jovens no mercado de trabalho japonês, numa sociedade rígida e coercitiva que exige a estes jovens estarem estáveis neste mercado. Nestas circunstâncias de instabilidade, o isolamento social representado pelo fenômeno “Hikikimori” pode expressar uma reação de anomia num contexto onde as tradições e os costumes japoneses, que no período Pós Segunda Guerra (1960-1970) garantiam uma estabilidade no mercado de trabalho, não mais fornecem esta manutenção social dos vínculos.