O engajamento político dos jovens no movimento hip-hop (original) (raw)
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Quando jovens ativistas do hip hop encontram a política partidária
Resumo O grau em que movimentos sociais podem se desenvolver associados a partidos políticos é uma questão relevante para a democracia participativa. Este artigo examina os efeitos ambíguos da aliança estabelecida entre jovens artistas e políticos profissionais numa grande cidade do interior paulista, no início dos anos 2000. O artigo explora uma abordagem interacionista da militância, percebendo-a como atividade social dinâmica e sublinhando sua dimensão temporal. Apoiando-se em entrevistas, o artigo mostra como a relação estabelecida entre jovens e um partido político contribuiu efetivamente para a construção do movimento hip hop da cidade. Progressivamente, no entanto, o crescente engajamento com as atividades partidárias dificultou uma maior dedicação à carreira artística por parte dos jovens, fazendo aumentar sua dependência com relação aos benefícios distribuídos pelo partido e, consequentemente, gerando disputas entre eles. Ocorrendo no período em que ingressavam na vida adulta, o processo culminou com a dissolução do grupo. Ao mostrar como essas relações se desenvolveram, o artigo revela as possibilidades e limites associados à interdependência entre movimentos sociais e partidos políticos, principalmente nos casos em que tais partidos assumem o governo. PALAVRAS-CHAVE: militância; movimentos sociais; hip hop; política partidária; Brasil.
Young people's political engagement in the hip-hop movement
Revista Brasileira de Educação, 2009
O que leva alguns jovens a se envolver com a militância política, criando ou participando de grupos empenhados em ações coletivas? Trata-se de uma questão recorrente nas discussões e debates sobre a participação política que tiveram lugar nas ciências sociais ao longo da segunda metade do século XX e que diz respeito à maneira como se pode explicar o engajamento individual na ação coletiva, isto é, vinculada a grupos que defendem determinados interesses.
JOVENS NA POLÍTICA NA ATUALIDADE – uma nova cultura de participação
Caderno Crh, 2018
O artigo aborda a participação de jovens em ações coletivas como protagonistas na esfera pública, pondo em destaque, também, algumas políticas públicas que têm tratado de questões de seu cotidiano, como as reformas na área da educação. Indaga-se sobre lugar dos jovens nessas políticas, a partir das ocupações em escolas públicas no período. A meta final é analisar o impacto da ação desses jovens na sociedade e nas políticas públicas, destacando a cultura política criada (ou ressignificada) e a renovação operada na questão da participação dos jovens a partir do uso das redes midiáticas. A base de dados advém de pesquisa realizada em sites da Internet, em redes de jovens, e dados da mídia impressa em São Paulo, entre 2013 e 2017. Autores do referencial teórico utilizado são Charles Tilly, Doug MacAdam, S. Tarrow, e Klaus Eder. Outros marcos interpretativos foram encontrados em autores de teorias renovadas do socialismo libertário, defensores de teorias autonomistas, culturalistas e da resistência civil. Palavras-chave: Jovens. Ativismo digital. Participação lutas pela educação. Políticas públicas e jovens. JOVENS NA POLÍTICA NA ATUALIDADE ...
Os desafios da ação política do movimento hip hop nas comunidades
XXVII Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. VIII Jornadas de Sociología de la Universidad de Buenos Aires, 2009
suburbanos do Bronx, Harlem, Brooklyn e Queens, formado em sua maioria por jovens de origem negra e latina. Sua criação recebe contribuições de afro-americanos e imigrantes latinos, que misturam o dub jamaicano com o soul, jazz e o funk, mistura os mais variados estilos musicais e transforma estas tradições num estilo musical e comportamento cultural, que incorpora expressões corporais e artísticas diversas (rap, break, grafite). Com forte influência dos movimentos negros da década de 1960 e da cultura de rua, este movimento constrói uma ética e estética inovadora para a juventude pobre, moradora das periferias 1 O termo hip hop, foi criado em meados de 1968 por Afrika Bambaata. Ele teria se inspirado na forma de dançar popular na época, que era saltar (hop) movimentando os quadris (hip).
Docência na Socioeducação, 2014
Rodrigues, D. D.; Lopes de Oliveira. e Yokoy de Souza, T.; Lopes de Oliveira, M. C. e Rodrigues, D. S. (2014). Participação política juvenil. Em: C. Bisinoto, Docência na Socioeducação (p. 161-176). Brasília: Universidade de Brasília.
Participação Política Juvenil Em Contextos De “Suspensão”Democrática: A Música Rap Na Guiné-Bissau
Revista TOMO
A liberalização política nos inícios dos anos noventa nos países africanos de língua oficial portuguesa, favoreceu o surgimento de novos protagonistas no espaço público. Trata-se em particular de uma sociedade civil (organizada e não organizada) na qual a juventude e os meios de comunicação social tiveram (e têm) jogado um papel preponderante na ampliação dos espaços de contestação política e da liberdade de expressão. O presente artigo visa apresentar e analisar a emergência de um movimento contestatário na cidade de Bissau, resultado da articulação entre os músicos RAP e a utilização das rádios comunitárias, em particular a Rádio Jovem, o que contribuiu para dar visibilidade as denúncias e à reivindicação social e política por parte dos jovens num contexto onde os protestos são controlados e de baixa intensidade, transformando-os em atores ativos, incomodos e que formam a opinião pública.
Jovens universitários e engajamento político partidário em Ribeirão Preto - SP
TOKAIRIN , M.G.Z. University students and partisan political involvement in Ribeirão Preto-SP. 2016. 154 f. Dissertation (Master)-Faculty of Philosophy, Sciences and Letters of Ribeirão Preto. University of São Paulo It presents and analyzes academic study results on the party engagement, the search for autonomy and individuation processes of young collegians. The research is a qualitative approach; Dialogues were held with six students, men and women, from 21 to 26 years old, from USP-Ribeirão Preto, and different associations. Even in historical and sociopolitical adverse circumstances, young people engage and militate in political parties. For some of them, the engagement has direct, ambiguous, tense relationships or play with primary socialization processes. Others highlighted the centrality of "sociability chains" at school or university. For some, militant engagement is incorporated into future project; for others, a significant experimentation. For all, it is the conquest of autonomy, an effort to build worldviews and how to act in their own world, in a game in which not all values, internalized ideas and beliefs in "palimpsest of socialization" were / are effectively incorporated.
“Geografias públicas” da sociabilidade juvenil do/no movimento hip-hop
RUA, 2016
Como a sociabilidade juvenil interiorizada do/no movimento social hip-hop entrelaça-se com os espaços públicos urbanos do município de Ponta Grossa – PR? Os procedimentos de pesquisas são configurados por meio de trabalhos de campo, entrevistas narrativas e com grupos focais. Exploram-se do movimento hip-hop “os sujeitos” do graffiti e o rap. A reflexão a partir do espaço e das representações possibilita uma articulação com o social, tensionadas entre as apropriações juvenis e a ordem racional do Estado. O “público” constitui o hip-hop, mas os jovens constroem novas representações do espaço em suas manifestações artísticas, formando uma “cartografia simbólica” que expressa as trajetórias espaços temporais dos sujeitos a partir de seus discursos e ações no espaço público de Ponta Grossa – PR.
ESTILO DE VIDA E ATUAÇÃO POLÍTICA DE JOVENS LIGADOS AO HIP-HOP EM SERGIPE
A noção de posse no hip-hop refere-se a um movimento formado por várias pessoas e grupos envolvidos com a cultura hip-hop, articulados por uma associação formal ou informal, marcadas por princípios comuns, pela realização de reuniões, eventos e atividades coordenadas e coletivas. Em Aracaju, existem duas posses atuantes na cena hip-hop e que reúnem jovens praticantes do grafite, do rap e da dança de rua. Nosso objetivo neste capítulo é analisar as manifestações discursivas e as práticas políticas dos representantes das duas posses, quando eles atuam em nome delas, em suas formas de articulações locais ou fora dos seus territórios de atuação cotidiana. Em Aracaju, e várias outras cidades de Sergipe, o hip-hop esteve e está presente como expressão cultural, através da manifestação do rap, do grafite e da dança de rua. Em bairros da Zona Norte e da Zona Oeste da cidade podemos observar a presença de muitos jovens identificados com a produção e o consumo das sonoridades e das plasticidades do hip-hop. Muitas destas formas de expressões estão presentes em certos contextos espaciais, ou mesmo comerciais, sem a necessidade de articulação dos seus praticantes a uma posse. Isto indica a referência a um estilo de vida, uma expressão ou uma prática estética de produção e de consumo cultural que não está necessariamente implicada por uma organização coletiva. Já a posse representa a articulação entre a atuação estética e a organização política de um grupo de artistas e ativistas do rap, do grafite e da dança de rua mediados fortemente pela ideia de movimento cultural e de consciência política, como veremos adiante. A questão aqui é compreendermos como os jovens atuam nas posses; 1