A moda contra a tirania (original) (raw)
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IARA-Revista de Moda, cultura e arte, 2009
Este artigo integra um capítulo de Políticas do vestir: recortes em viés, tese que examina linhas de força que perpassam os fluxos vestimentares, em diferentes abordagens e planos conceituais. Tomando como método de pesquisa e estratégia de escrita o conceito de ziguezague, assim pontuado pelo filósofo Gilles Deleuze, o fragmento aqui apresentado integra uma cartografia da moda contemporânea traçada a partir do conceito de estilo, investigado sob diversas perspectivas, entre elas seu esvaziamento conceitual, seu fortalecimento como motriz do funcionamento da moda e o aprisionamento categórico de seus atributos expressivos associado à prática do consumo, especialmente a partir década de 1980. Essas perspectivas são apresentadas na companhia de autores, como Gilles Deleuze e Felix Guattari, em diálogo com Maurizio Lazzarato, Gilles Lipovetsky e Diana Crane, entre outros.
dObra[s], 2012
Morte. (...). Virei quando não quiseres. Moda. Como se eu não fosse imortal. Morte. Imortal? Passado é já mais que o milésimo ano que se acabaram os tempos dos imortais. Giácomo Leopardi, Dialogo della moda e della morte 1 Acreditamos que é chegada a hora de algumas análises sobre a possibilidade e a impossibilidade da morte da moda. Não se trata da influência da morte na moda, do luto enquanto estética-na estética vitoriana, por exemplo, ou em pássaros mortos usados como adornos corporais, ou, ainda, de alguma alusão à morte, como no heroin chic dos anos 1990, com suas imagens de belas mulheres se drogando. Não se trata, enfim, da utilização de elementos da moda e da morte como inspiração para criações artísticas. 2 Trata-se da morte em si, da finitude de algo. Nesse sentido, uma vez que a própria moda consiste em um fenômeno extremamente ambíguo, possuidor de uma estrutura fixa e outra deslizante, 3 decorrente da angústia humana de existir-e da possibilidade de repentinamente não mais existir-, sua relação com a morte não pode ser desprezada.
Notas sobre poder e tolerância no império do estilo
Ciclo de palestras - Moda e tolerância: ocidentalismo, urbanidade e as dobras da América Latina, 2006
A moda hoje tolera os sem-estilo? Não, a moda contemporânea não tolera, ou apenas tolera. Os “sem-estilo” não fazem diferença na perspectiva de seus modos de funcionamento, relações de poder e produção de discriminação e princípios de inclusão-exclusão. Numa época em que o adjetivo “diferente” tornou-se um elogio, milhares de "sem estilo" lutam bravamente por uma “assinatura”, por um “nome”. Os agrupamentos segundo critérios e categorias que definem e codificam as pessoas são subservientes ao mercado. Os predicados que caracterizam um estilo de vida são constituídos a partir de relações que são compostas nas tramas sociais, econômicas e políticas da subjetividade. Mas, é preciso pensar que, para que essa categorização se faça, há que se ter uma estruturação ideológica das identidades. São “eus”, muitas vezes delineados pelos conceitos das marcas nos quais eu posso me grudar ou não, consumir ou não, mas que garantiriam uma existência na coletividade.
A Moda e a Morte: Ciclos de Tendências
ModaPalavra e-periódico, 2017
Página 98 de 116 A moda e a morte: ciclos de tendências Fashion and death: Trends Cycles Flavia Jakemiu Araújo Bortolon Resumo A moda é composta de ciclos de tendências subpostos, que buscam eliminar o passado em busca de um novo, o que a torna efêmera e ao mesmo tempo eterna. O presente estudo buscou analisar como se dá a relação desses ciclos de tendências no tempo, por meio de uma breve historiografia da moda, considerando os preceitos teóricos de Simmel, Crane e Caldas. Serão utilizados ainda conceitos propostos por Agamben, tais como: dispositivo, a fim de classificar o sistema da moda; contemporaneidade, para compreender a ação desse fator em relação ao tempo e profanação, para identificar a capacidade de manter-se na sociedade. Conclui-se que a moda, assim como a morte, renova a sociedade, destrói e cria o novo, como um sistema naturalizado artificialmente.
Revista Humanitas , 2023
Nesse artigo, analisamos os impactos ambientais e humanitários do fast fashion e as contra-tendências do momento como saídas a esse modelo.
dObra[s], 2018
Este artigo faz parte da minha pesquisa de doutorado, "O guarda-roupa modernista", em que analiso os trajes e a aparência de Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade. Neste texto, a interpretação está voltada para alguns registros de roupas usadas por Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Procuro relacionar os modos de vestir dos dois poetas com o projeto de brasilidade modernista. Artigo publicado na revista dObra[s], volume 11, número 24, novembro de 2018.
A Tirania da Moda sobre o Corpo: Submissão Versus Subversão Feminina
Revista Subjetividades, 2014
Mestra em Psicologia Social (PUCRS). 2) Doutora em Psicologia (PUCRS) e professora do Curso de Psicologia da FADERGS. 3) Psicóloga (PUCRS) e pósgraduanda em Terapia Sistêmica (CEFI-POA). 4) Mestra em Psicologia (PUCRJ). 5) Professora Doutora do Curso de Psicologia da PUCRS (Graduação e Pósgraduação). Coordenadora do grupo de pesquisa Relações de Gênero.
2020
In the dialogue, fashion presents itself as a sister of death, talking about her achievements which would assist her sister in subjugating humans to the dictates of mortality. After an initial estrangement from death, fashion ends up convincing death that both are, in fact, sisters.