ESTRANGEIRIZAÇÃO DA TERRA NO PARAGUAI: MIGRAÇÃO DE CAMPONESES E LATIFUNDIÁRIOS BRASILEIROS PARA O PARAGUAI (original) (raw)

O espaço rural latino-americano tem sido impactado pelo movimento de estrangeirização da terra no contexto atual do processo de internacionalização do capital e do neoliberalismo econômico. O elevado crescimento populacional projetado para 2050 é de nove bilhões de habitantes no globo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Deste modo, há um aumento da preocupação com a segurança alimentar dos países desenvolvidos, que procuram se apropriar de terras de países pobres para expandir a produção de commodities. Neste contexto emerge também a preocupação referente à segurança energética, o que faz países buscarem fontes alternativas provindas de commodities agrícolas, como cana-de-açúcar, milho, palma e soja. Segundo Borras Jr.; Franco e Wang (2012) tais culturas são nomeadas de “Commodities Flex”[1], pois apresentam flexibilidade e podem ser destinadas para a produção de alimentos, ração animal e produção de agroenergia e agrocombustível. Por isso, tais commodities apresentam alto valor e interesse dos latifundiários e empresários do agronegócio. Ainda há o interesse na aquisição de terras para promoção da segurança e controle territorial, configurando uma questão geopolítica da questão agrária.