Essas horríveis histórias em quadrinhos (original) (raw)

2015, Anais eletrônicos - 3ª Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos

Existe uma experiência de horror às histórias em quadrinhos. Uma experiência que não se resume a Fredric Wertham e as campanhas antiquadrinhos que tomaram boa parte do mundo nos anos 1950. Da mesma forma, o horror não é restrito a um problema do gênero, no caso, os quadrinhos de terror/horror. O que está em jogo numa experiência de horror é todo o peso de um platonismo das artes, de uma tradição que denuncia a traição das imagens e que encontra na polarização ocasionada pela guerra fria a razão de sua moral. Com isso, a hipérbole dos super- heróis, a metáfora da ficção científica, a cumplicidade do humor, o retrato do crime, a exuberância da guerra, o costume do amor romântico – tudo isto se torna o sintoma de uma indefinição, uma ameaça ao infante leitor de quadrinhos, aquele para quem as imagens do mundo precisam cumprir uma tarefa idealizadora. É preciso então recorrer a uma sintomatologia da experiência pelas histórias em quadrinhos, o estudo do horror naquilo em que ele é incapaz de se articular plenamente enquanto discurso. Uma história das sarjetas – do espaço de intervalo do meio-dizer, do nascimento das formas. É a uma investigação que recoloca o problema das campanhas antiquadrinhos que este artigo se dedicará.

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