Sistema Municipal de Saúde Escola de Fortaleza e seus dispositivos de mudança na formação e na educação permanente (original) (raw)

Caracterização do problema. O presente trabalho objetiva apresentar a proposta do Sistema Municipal de Saúde Escola (SMSE) como uma política estruturante de organização e gestão do SUS no município de Fortaleza. Historicamente, no campo da formação, tem se reproduzido uma concepção centrada em procedimentos específicos, consoante o modelo de atenção à saúde hospitalocêntrico, privilegiando uma lógica disciplinar, em detrimento de uma abordagem centrada no usuário. A Organização Mundial de Saúde, através da Global Health Workforce Alliance 1 , bem como a literatura especializada 2,3 consideram que a saúde vive uma crise. Para Contandriopoulos 2 , a crise vivida na saúde no Canadá, que se estende a vários países do mundo desenvolvido, é, simultaneamente, uma crise: de financiamento; de regulação; de conhecimento e de valores. Nesse cenário, a questão dos recursos humanos sobressai como aspecto essencial para resolver a crise da saúde no mundo. Estudos em diferentes paises propõem articular ensino, pesquisa, serviço e comunidade, como uma estratégia para a melhoria da formação dos trabalhadores do setor saúde, como também para facilitar a educação permanente dos atuais trabalhadores da saúde. Há consenso de que a superação desta crise passa também pelo desenvolvimento de estratégias que melhorem a formação dos futuros trabalhadores da saúde, bem como pela Política de Educação Permanente em Saúde dos atuais profissionais deste setor. Organizações nacionais (Rede Unida) e internacionais (OMS e OPAS) apóiam o desenvolvimento de projetos que assumem a preocupação com a contextualização do processo de ensino, de forma que os conhecimentos sejam significativos para os alunos. Alinhado com este posicionamento, o governo brasileiro vem implementando diversas políticas, programas e projetos. Considerando a necessidade de otimizar os diversos esforços e recursos disponíveis, num