RECONSTRUÇÃO MOSAICA DA IDENTIDADE MOÇAMBICANA, ESPELHANDO UM DIÁLOGO PROFÍCUO ENTRE OS REALIA E OS MIRABILIA (original) (raw)

A IDENTIDADE DA CULTURA MOÇAMBICANA: PARADIGMAS, CARACTERISTÍCAS E MANIFESTAÇÕES

ANIFO MARTINHO CULTURA, 2018

Resumo Como resultado da globalização as culturas de vários povos estão sofrendo transformações motivadas pelos contactos de populações de origens diferentes. Por esta razão este trabalho tem como objectivo analisar a identidade da cultura moçambicana. Este estudo fundamenta-se numa pesquisa qualitativa e bibliográfica. Os resultados da pesquisa indicam que a cultura moçambicana é caracterizada como sendo multicultural, multilingue e multiétnica. As conclusões do estudo apontam que a cultura moçambicana em parte resulta da interacção dos habitantes deste território com povos de outros países, sobretudo da influência dos árabes e portugueses que dominaram esta região por longos anos. Abstract: As a result of globalization the cultures of various peoples are undergoing transformations motivated by the contacts of populations of different origins. For this reason, this work aims to analyze the identity of the Mozambican culture. This study is based on qualitative and bibliographical research. The research results indicate that Mozambican culture is characterized as being multicultural, multilingual and multiethnic. The conclusions of the study indicate that the Mozambican culture is partly the result of the interaction of the inhabitants of this territory with people from other countries, especially the influence of the Arabs and Portuguese who dominated this region for long years.

AS RELAÇÕES CULTURAIS E A HIPERTROFIA DA IDENTIDADE EM MOÇAMBIQUE

Intitulado Relações Culturais e a Hipertrofia da Identidade, o artigo que segue tem como objectivo desenvolver uma reflexão centrada na relação que se estabelece entre as culturas e a deformação das Identidades Culturais. A reflexão surge da crescente necessidade de ampliação das abordagens sobre como os factores de ordem cultural se entrelaçam com a Educação. Como as questões ideológicas culturais podem impactar na definição de Políticas de Educação. Metodologicamente, socorremo-nos da hermenêutica para efeitos de interpretação de textos de vários autores, chegando à conclusão de que, o Ocidente vê e analisa as outras culturas a à luz das suas próprias categorias e ignora a diversidade que tem em conta as peculiaridades e que a Globalização, através da tendência de homogeneização da cultura, é o terceiro factor da Hipertrofia da Identidade que se traduz na deformação das Identidades. As políticas de Educação em Moçambique são ditadas a partir das grandes potências económicas capitalistas.

O COMPUTADOR CAIPIRA, O FATO MUSEOLÓGICO E A IDENTIDADE MARAJOARA

Nossa proposta, nesta comunicação, é discutir o patrimônio cultural como uma subcategoria do fato museal, tendo como objeto específico de análise o aparato denominado “computador caipira”, que integra a exposição de longa duração do Museu do Marajó Padre Giovanni Gallo (MdM). A escolha deste aparato, dentre um conjunto de outros que fazem parte do acervo do MdM, reside principalmente em sua especificidade formal e didática, no fato de ter sido projetado pelo criador do MdM e, finalmente, por ser um típico aparato hands-on, feito com recursos tecnológicos rústicos. No que tange a questões de ordem teórica, falar em fato museal remete, em primeiro lugar, ao conceito de fato social total, formulado por Marcel Mauss e, em segundo, aos estudos de Waldisa Rússio Camargo Guarnieri que, na teoria museológica brasileira, foi uma das pioneiras no uso desse conceito, o qual resulta de uma transposição, para o campo da museologia, do conceito maussiano. Ao analisar o “computador caipira” como um fato museal, objetivamos mostrar, não apenas a operacionalidade desse conceito-chave para compreendermos o museu e sua função, mas principalmente remontarmos ao contexto histórico e cultural em que Giovanni Gallo concebeu e elaborou o MdM e sua exposição.

IDENTIDADE OU IDENTIDADES? QUE ANÁLISE SE PODE FAZER DA PLURALIDADE CULTURAL DE MOÇAMBIQUE? 1

Revista Argumentos, 2018

O que significa ser homem? O que significa ser homem que eu sou? Mas que tipo de homem sou eu? (NGOENHA, 1992, p. 28) RESUMO No presente trabalho discutimos a questão da cultura e identidade. Nesse sentido, em um primeiro momento os conceitos de cultura e de identidade foram analisados e, em seguida, consideramos os contornos de sua evolução histórico-temporal e pontuamos as diferentes acepções desses conceitos. É ainda matéria de análise neste trabalho o papel da cultura na definição da identidade coletiva e como um recurso para preservação dos valores da comunidade, tido como herança coletiva. Mais adiante, partindo da análise anterior, discutimos a questão da multiplicidade cultural de Moçambique ditada pela existência de vários grupos étnicos e que leitura se pode fazer a partir dessa pluralidade cultural na afirmação da identidade e unidade nacional, assim como que mecanismos usar para acomodar essa unidade na diversidade. Como ferramentas metodológicas utilizamos a análise bibliográfica, em uma perspectiva psicanalítica e sociológica, bem como o exame crítico de contextos específicos da história moçambicana. Palavras-chave: Cultura; Identidade; Moçambique. RESUMEN En el presente trabajo discutimos la cuestión de cultura e identidad. En ese sentido, abordamos primero, los conceptos de cultura e identidad y luego analizamos los elementos

A METAMORFOSE COMO METÁFORA DA IDENTIDADE MOÇAMBICANA EM CONTOS DO NASCER DA TERRA DE MIA COUTO

2023

Este trabalho tem como tema principal a metamorfose como metáfora da identidade moçambicana em “Contos do nascer da Terra” de Mia Couto. Os contos da obra em estudo serão analisados no campo da Teoria da Literatura (Linha de Pesquisa 1: Literatura, sociedade e memória). Nesse sentido, abordaremos temáticas que revelam a religiosidade na literatura coutiana como aspectos da tradição ancestral e circunstâncias onde o “insólito” se faz presente. Dessa forma, os contos foram organizados em três ciclos temáticos: nos dois primeiros, prevalecem as metáforas existenciais sobre a perspectiva do imaginário popular moçambicano: a solidão humana na figura do idoso (o qual representa a tradição); o além, como percepção de vida após a morte (filosofia muntu), bem como a contação de estória, enquanto resgate identitário (memória ancestral), já no terceiro eixo temático, realismo animista é associado ao sentimento de luto e de renascimento, tendo como elemento principal a metáfora da metamorfose. As discussões e análises serão pautadas nos estudos de importantes teóricos, tais como: Ana Mafalda Leite (2014), Francisco Noa (2015 e 2018), Rita Chaves (2008), Stuart Hall (2006), Muryatan Barbosa (2020), Hampaté Bâ (2010), Quince Duncan (2019), Irlemar Chiampi (1980), Tzvetan Todorov (1994), Harry Garuba (2012), dentre outros. Dessa maneira pretende-se compreender como o imaginário popular de Mia Couto, impresso nos contos, traduz, metaforicamente, elementos da cultura de Moçambique, contribuindo para a realização identitária do seu povo. This work has, as its main theme, the metamorphosis as a metaphor for Mozambican identity in Contos do Nascer da Terra (Tales of the Earthrise), by Mia Couto. The short stories in his work will be analyzed in the field of Literature Theory (Research Line 1: Literature, Society, and Memory). In this way, the main goal is to discuss themes that reveal the religiosity in the Coutian literature, as well as the aspects of the ancestral tradition and circumstances in which the "uncommon" is present. Thus, the stories were divided into three thematic cycles: first and second, the existential metaphors prevail from the perspective of the Mozambican popular imaginary: human solitude in the figure of the elderly (who represents tradition); the afterlife, as a perception of life after death (muntu philosophy), as well as storytelling, as a rescue of identity (ancestral memory), in the third thematic axis, the animist realism is associated to the feeling of mourning and renaissance, by having as main element the metaphor of metamorphosis. Discussions and analyzes will be based on the studies of important theorists, such as: Ana Mafalda Leite (2014), Francisco Noa (2015 e 2018), Rita Chaves (2008), Stuart Hall (2006), Muryatan Barbosa (2020), Hampaté Bâ (2010), Quince Duncan (2019), Irlemar Chiampi (1980), Tzvetan Todorov (1994), Harry Garuba (2012), among others. In conclusion, it is intended to understand how the popular imaginary of Mia Couto, printed in the tales, metaphorically translates elements of the culture of Mozambique, contributing to the awareness of the identity of its people. Keywords: african literature in portuguese language; Mia Couto; metamorphosis; identity and memory; animistic realism.

MARCA MUTANTE, DINÂMICA E VIVA - A METAMORFOSE NA IDENTIDADE VISUAL DA RÁDIO MANOBRAS

EIMAD – Encontro de Investigação em Música, Artes e Design, 2017

Neste artigo apresentamos uma reflexão sobre as identidades mutantes, dinâmicas e vivas. Esta estratégia explora os tradicionais limites do design de marcas, em busca de soluções que possam responder à dinâmica e volatilidade de cada contexto. Começamos por apresentar as suas principais características, terminologia e tipologia, seguidas de uma análise de um conjunto de exemplos. Posteriormente, apresentamos um trabalho empírico, no qual procuramos compreender o processo de concepção deste tipo de identidades visuais. Este trabalho consistiu no desenvolvimento do sistema de comunicação visual para a Rádio Manobras, uma rádio comunitária e sem fins lucrativos do Porto; uma constante reinterpretação do logótipo principal da rádio, cada vez que há a necessidade de uma nova utilização. O resultado é uma identidade visual que viva e em constante metamorfose. Paradoxalmente, a sua coerência surge da sua múltipla personalidade, do próprio facto de a marca aparecer sempre de uma nova maneira. Finalmente, num conjunto de conclusões, apresentamos uma visão geral sobre este tema, as suas principais questões atuais e frentes de trabalho futuro.

UM BREVE OLHAR AS RELACOES ENTRE MOCAMBIQUE E MALAWI

As relações entre Moçambique e Malawi iniciaram na década 60 do século XX, altura em que o Malawi alcançou a sua independência da Grã-Bretalha e aprofundaram na década 70 com a independência de Moçambique. Desde dessa fase as relações foram puramente realistas, devido as ideologias politicas seguidas por cada Estado. A politica externa de Moçambique sub liderança de Samora Machel, era de orientação socialista, dando primazia a relação com países do leste europeu, a China e Cuba, sem contudo excluir a relação com demais Estados, sobretudo Estados jovens e empenhados no combate do colonialismo e na consolidação de independência nacional e na recuperação do uso e controlo dos recursos naturais a favor do seu povo (CRPM , 1975). Todavia em 1990 com adopção da ideologia capitalista e do regime multipartidário, Moçambique passa a estabelecer relações de amizade e cooperação na base do respeito mutuo pela soberania, integridade territorial, igualdade, não interferência nos assuntos internos e reciprocidade de benefícios ou seja Moçambique passa a priorizar a cooperação com todos os Estados, independentemente da sua ideologia política.

MÍDIA INDÍGENA: MITO, RITUAL E A POLÍTICA DA IDENTIDADE XAVANTE

Revista de História e Estudos Culturais Fênix, 2023

O artigo apresenta o estudo de caso de Aldeia Digital, um projeto de educação midiática e inclusão digital com oficinas de formação do povo Xavante para a produção da sua própria mídia.A pesquisa utilizou vários métodos como entrevistas, grupos focais, pesquisa-ação e a observação participante, com ênfase no uso da fotografia e do audiovisual como métodos de observação em campo. No texto, analiso a participação, a influência e o impacto da produção cinematográfica na construção da identidade Xavante e seus múltiplos processos de identificação: individuais, sociais, políticos e culturais.Os resultados demonstram que a identidade Xavante na mídias e transforma tendo como princípio básico sua mitologia e sua noção de pessoa.