Para uma introdução à história do livro impresso no Brasil: o caso do Padre José Joaquim Viegas de Menezes (original) (raw)
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Sermões em manuscritos, folhetos e livros: o caso do Padre Antônio Vieira
Livro e história editorial: livro do seminário, 2004
Após o processo inquisitorial que sofreu nos anos de 1663 a 1667, Vieira reorganiza seus sermões, revisando-os e destinando-os para a impressão, buscando em manuscritos, folhetos e impressões estrangeiras, marcas de suas pregações com o fim de recompô-las. Ao revisar seus sermões, Vieira reorienta a pregação de acordo às circunstância, atualizando as questões e temas neles tratados. Discutir as relações entre tais circunstâncias e a forma que abriga o desempenho retórico de alguns sermões, principalmente no que tange a profecia do V Império é o objetivo desta apresentação.
José Viegas de Menezes e os retratos do Palácio Episcopal de Mariana
Revista Nava
Este texto apresenta três aspectos para refletir sobre a importância política do retrato de representantes do poder monárquico e religioso no contexto colonial brasileiro. A pintura religiosa no Brasil colonial prevaleceu em detrimento de outros gêneros pictóricos como o retrato. Embora não muito difundido na pintura colonial, este texto trata da presença de quatro retratos de membros da monarquia portugesa descritos no inventário de morte do quarto Bispo de Mariana, os quais podem ser comparados com os exemplares que se encontram na Casa de Câmara de Cadeia da cidade. Trata, ainda, da descrição de um retrato alegórico de D. Maria I, utilizado como parte da armação efêmera para a cerimônia ocorrida em 1792, no Rio de Janeiro, ao celebrar-se a derrota da Inconfidência Mineira e, finalmente, apresenta a galeria de retratos dos Bispos de Mariana nas paredes do Palácio Episcopal da cidade, atribuídas ao gravurista Padre José Viegas de Menezes.
A questão da Editora Universitária da UNE: apontamentos iniciais para uma pequena história
Anais do 30º Simpósio Nacional de História, 2019
A partir de 1955, a União Nacional dos Estudantes (UNE) buscou incluir entre suas perspectivas de atuação a criação de uma editora. Inicialmente com o objetivo de facilitar o acesso dos estudantes das universidades brasileiras a livros para seus cursos, ao longo dos anos essa proposta se desenvolveu de forma mais ambiciosa, buscando atingir não apenas o público universitário, mas a sociedade brasileira como um todo. No começo da década de 1960, a Editora Universitária enfim saiu do papel e deu-se início às suas atividades, com a produção de panfletos, livros e poesia de cordel, além do suprimento de demandas gráficas internas à própria UNE. Com o golpe civil-militar de 1964, é inviabilizado o funcionamento da editora e nem mesmo as publicações que já estavam sendo produzidas chegam de fato ao público. O presente texto é uma versão reduzida de um trecho de minha dissertação de mestrado em andamento no Departamento de História Social da FFLCH-USP, sob orientação do professor doutor Francisco Alambert, e cujo eixo central é o livro Cultura posta em questão, de Ferreira Gullar.
Oficina do Historiador, 2018
No acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, datado de 19 de outubro de 1907, reconhecia-se pela primeira vez sem ambiguidade a legalidade da venda da chamada «Bíblia Protestante» e, mais do que isso, a permissão da religião protestante em Portugal, com base no texto da Carta Constitucional de 1826. Quase quatro anos antes da consagração da «igualdade civil e política de todos os cultos» na nova lei fundamental da República, a jurisprudência do Estado confessional da Monarquia Constitucional já apontava para o reconhecimento do pluralismo religioso que se tinha começado a afirmar na sociedade portuguesa a partir da segunda metade do séc. XIX. Na origem desta decisão judicial histórica esteve uma acusação do foro penal mas também eclesiástico contra o vendedor itinerante José Alexandre que atuava em nome da Sociedade Bíblica, organização que se dedicava à distribuição da Bíblia em territórios portugueses desde 1809. Neste artigo procura-se aprofundar a fundamentação jurídica utilizada pelos juízes desembargadores para arquivar o processo deduzido em primeira instância contra o colportor da Sociedade Bíblica, num contexto político e jurídico, mas fundamentalmente social e religioso, em que a religião católica continuava a deter o quase exclusivo da propagação e afirmação da fé, bem como da pertença religiosa dos portugueses. In the sentence of the Court of Appeal of Lisbon, dated of 19 th October 1907, the legality of the sale of so-called «Protestant Bible» was for the first time recognized with no ambiguity, and, more than that, it was granted permission to the Protestant religion in Portugal, on the basis of the Constitutional Charter of 1826. Almost four years before the recognition of the «civil and political equality of all churches», according to the new Constitution of the Republican regime, the jurisprudence of the confessional State of the Constitutional Monarchy already pointed out the respect for the religious pluralism which had started to consolidate in the Portuguese society from the second half of the 19 th century. At the origin of this historical sentence there was a criminal but also an ecclesiastical accusation against the travelling salesman José Alexandre who acted on behalf of the Bible Society, an organization committed to the distribution of the Bible in Portuguese territories, since 1809. The goal of this paper is to analyse the legal foundation used by the Appeal Judges in sustaining the decision to not prosecute the Bible Society colporteur, within a political and legal context, but also social and religious, in which the Catholic religion persisted withholding almost exclusively the propagation and affirmation of the faith, as well as the religious membership of the Portuguese citizens.
Domingos José Gonçalves De Magalhães e a História Da Literatura Do Brasil
Signótica, 2007
RESUMO O trabalho pretende refletir sobre algumas idéias de Gonçalves de Magalhães a respeito da historiografia literária nacional, a partir da leitura de seu texto "Ensaio sobre a História da Literatura no Brasil", espécie de manifesto romântico brasileiro, publicado em Paris, na Niterói, Revista Brasiliense (1836). PALAVRAS-CHAVE: Romantismo, crítica literária brasileira, Gonçalves de Magalhães. Cada povo tem sua literatura, como cada homem tem o seu caráter, cada árvore o seu fruto. Mas esta verdade, que para os primitivos povos é incontestável, e absoluta, todavia alguma modificação experimenta entre aqueles, cuja civilização apenas é um reflexo da civilização de outro povo. Domingos José Gonçalves de Magalhães Recebido em 3 de outubro de 2003 Aceito em 5 de dezembro de 2003
A circulação dos primeiros ritos maçônicos manuscritos e impressos no Brasil (1810-1836
TEMPO, 2023
O presente artigo oferece uma análise da produção e circulação dos primeiros ritos maçônicos no Brasil. Incialmente, por meio de manuscritos ultracopiados ou por impressos clandestinamente introduzidos na América portuguesa, os ritos maçônicos circularam entre pedreiros-livres iniciados nas capitanias do norte, especialmente na Bahia e Pernambuco, ao tempo em que as primeiras lojas maçônicas estabeleceram influência política (1810-1817). Com a introdução de tipografias no Brasil, os ritos passaram a ser impressos no Rio de Janeiro, mantendo sua produção e circulação restrita durante o Primeiro Reinado (1822), mas tornando-se mais acessíveis ao público com a expansão das tipografias dirigidas por uma nova geração de impressores na Regência (1831-1840).
2017
This master thesis analyses the Gabriel Malagrida’s (1689-1761) trajectory in the Society of Jesus, having as reference the culture of the Baroque and the rules of the Ignatian charism to understand his religious life and missionary activity in colonial Brazil in the first half of 18th century. For this, it’s necessary to return to the bases of his instructional and doctrinal formation, which offer the initial support for the analysis of its baroque behaviour and the main unfolding of this culture in its Jesuitism in his daily practices. Baroque culture helps translate the performance of the religious in eighteenthcentury Brazil as a missionary, teacher, preacher, and also as a rebel. At the same time, the research has focused on the period in which Malagrida has continued to work in the New World, verifying his role in the Paraiba Captaincy with the construction of the Jesuit Seminary for the formation of priests, annexed to the São Gonçalo School, under the molds and aspirations o...
Oficina do Historiador, 2017
O presente artigo intitulado A trajetória do padre pardo Daniel Pedro Marques de Oliveira: a escravidão nos periódicos da província do Amazonas (1860-1870) tem como enfoque central a trajetória política de um ex-escravo padre Daniel, tipificado como pardo livre que foi entre as décadas de 1860-1870 personagem de significativa relevância no cenário político da sociedade amazonense do oitocentos. Utilizamos como aporte teórico as discussões em torno do uso de periódicos enquanto fonte polissêmica, ressaltando o caráter complexo que tais fontes podem apresentar. O artigo encontra-se dividido em duas partes: a primeira de maneira sumária tratando do nascimento do periodismo do Amazonas a segunda parte analisa a trajetória política do padre pardo (liberto) Daniel Pedro Marques de Oliveira a partir de fontes oficiais de jornais da Província do Amazonas.
Uma imagem é uma imagem é uma imagem: as narrativas de demanda de Francisco José Viegas
2013
Nesta dissertação ensaiaremos uma leitura da obra romanesca de Francisco José Viegas protagonizada pela dupla de detetives Jaime Ramos/Filipe Castanheira, nela procurando relevar uma tensão permanente entre a vida e a morte, entre a presença e a ausência, bem como o entendimento do ser humano como o único e verdadeiro enigma. Desta forma, iremos mostrar como o detetive em Viegas se assume como um detetive-biógrafo, em demanda de identidades desconhecidas que se tentam perpetuar pelo ato de contar histórias, como um detetive-geógrafo, cartografando essas várias identidades através da inscrição (ou não) no tempo e nos espaços, de que decorre uma identidade coletiva, e como um biógrafo de si mesmo, realçando como o conceito de identidade nele se perspetiva sobretudo numa dimensão existencial ou ontológica. Relevaremos, por um lado, a presença, ou excesso, traduzido, quer pela incorporação e diluição de fronteiras entre o romance e a poesia, o policial e a biografia, a literatura de viagens e o romance de guerra, quer pelo diálogo e construção interartísticos entre a literatura, a fotografia e o cinema, quer ainda pelos vários movimentos de vaivém, transferência e des-locamentos; e, por outro, a ausência, ou vazio, pelo pendor claramente saturnino da perda, do desencontro, do exílio, da solidão, da pulverização e da morte. Palavras-chave: biografia-cinema-des-locação-fotografia-geografia-identidade-imageminvestigação-memória-policial