A progressão referencial-anafórica na fala cotidiana (2004) (original) (raw)
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2019
O processo de referenciacao nas linguas e produzido na interacao, e depende de uma serie de fatores cognitivos, linguisticos e discursivos, sendo fundamental para a conducao da progressao textual, para a constituicao dos sentidos e para os propositos comunicativos dos interlocutores. Este trabalho de tese surge, portanto, do interesse de compreender como a Referenciacao se comporta na Libras. Mais exatamente, o objetivo geral desta pesquisa e analisar os processos referenciais realizados por sujeitos surdos na Libras diante das ocorrencias de anaforas diretas em recortes textuais da Lingua Portuguesa, em um vies tradutorio. Assim sendo, buscamos responder as seguintes indagacoes: (i) Como a anafora que se realiza na Lingua Portuguesa ocorre na Libras, considerando-se a diferenca de modalidade entre as duas linguas? (ii) Acontece na Libras outras categorias de elementos referenciais diferentes das que ocorrem na Lingua Portuguesa? (iii) Ha diferenca entre as estrategias de Referencia...
Negação anafórica no português brasileiro (Introdução)
2012
CAVALCANTE, Rerisson. Negação anafórica no português brasileiro: Negação sentencial, negação enfática e negação de constituinte. 2012. 456 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. Nesta tese, analiso, a partir do arcabouço teórico da gramática gerativa (Chomsky 1957 e outros), uma série de fenômenos relacionados à expressão da negação no português brasileiro (PB). Trato de quatro temas principais: (i) a distribuição dos marcadores negativos em diferentes contextos sintáticos; (ii) as formas de codificação da negação enfática; (iii) a negação de constituintes; (iv) e a determinação do escopo em sentenças com adjuntos. Os fenômenos examinados possuem duas propriedades em comum: (a) ao contrário do normalmente esperado para o PB, o marcador não se coloca à esquerda, mas à direita do elemento negado, em uma configuração [X(P) Neg]; (b) o marcador apresenta um requerimento anafórico, ocorrendo apenas em contextos em que o constituinte negado tenha sido previamente introduzido no discurso. A tese principal é que a ordem linear e anaforicidade são resultado de uma propriedade sintática básica: esses marcadores são gerados no CP e, portanto, apresentam sensibilidade a propriedades codificadas nesse sistema. Ao longo da tese, demonstro como essa sensibilidade se manifesta em diferentes fenômenos. Quanto à distribuição dos marcadores, mostro que o não pós-VP apresenta um série de restrições com propriedades ilocucionárias e sintáticas das sentenças em que ocorre. Argumento que essas propriedades são derivadas de o não pós-VP não ser um adjunto verbal nem a realização da polaridade sentencial, mas a realização de uma categoria funcional associada à confirmação e rejeição de proposições prévias, o que aproxima o não pós-VP de partículas como o yes e no do inglês ao invés de marcadores internos como not. Quanto à negação enfática, argumento que o não pós-VP do PB não é um recurso de ênfase ou reforço da negação pré-verbal enfraquecida. Proponho que o quantificador nada, aparecendo em posições não-argumentais, é que pode exercer as funções de negação enfática e de negação exclamativa (ou metalinguística). Quanto à negação de constituintes, mostro que, assim como na negação sentencial, o PB também pode exibir a configuração [X Neg] com a negação agindo sobre DPs, APs, PPs e AdvPs. Argumento que essa configuração só está disponível em contextos em que o elemento negado ocorra isoladamente ou em posição periférica da sentença, sendo proibido em contextos mediais. Defendo, então, que a configuração [X Neg] na negação de constituintes não é derivada por adjunção da negação à direita do elemento negado, mas pela ativação da mesma categoria (do CP) em que são gerados o não pós-VP e o marcador nada, com o constituinte não-oracional aparecendo no especificador dessa categoria, com apagamento opcional da estrutura sentencial abaixo da negação. Quanto ao escopo, analiso a interpretação da negação em sentenças com adjuntos verbais e com marcadores pré-verbais (em que há ambiguidade de escopo) e com marcadores pré-verbais e pós-VP (em que a ambiguidade se desfaz). Argumento contra a análise de ambiguidade nas relações de c-comando (cf. Huang 1982; Johnston 1994) e assumo a proposta de Hornstein & Nunes (2008) sobre a opcionalidade de atribuição de rótulo nas operações de adjunção. Proponho que a presença ou ausência de rótulo afeta as relações de escopo negativo ao tornar (ou não) o adjunto visível para o marcador negativo pré-verbal.
A dêixis: fenômeno referencial ou enunciativo?
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2003
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