PREGAÇÕES E ESTUDOS DA PALAVRA DE DEUS (original) (raw)

BÍBLIA: PALAVRA DE DEUS

A Igreja Católica aqui no Brasil através da CNBB dedica todo este mês de setembro à Bíblia, para nos incentivar a estudar, a ler, a meditar a Palavra de Deus que se faz presente no meio de nós. Em especial após um mês todo dedicado às vocações (agosto) e que também serve para nos preparar para o mês das missões (outubro).

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ESTUDOS RECENTES SOBRE JESUS E SEUS SEGUIDORES

A Funari i Universidade Estadual de Campinas. O estudo histórico de Jesus de Nazaré e de seus primeiros seguidores apresenta já larga trajetória no âmbito mundial. Durante muitos séculos, Jesus e o Cristianismo foram objeto de reflexões teológicas, a partir de denominações confessionais cristãs. Com o período moderno, tanto o catolicismo como as igrejas reformadas debruçaram-se sobre tais temas, fundamentais para as querelas entre as diferentes correntes religiosas. Eram tempos de guerras de religião, com a Europa dilacerada por conflitos sangrentos. Com o avanço do Iluminismo, em suas diversas facetas, surgiram novas preocupações, menos afeitas às contendas religiosas. Iniciava-se a busca pela historicidade. Nessa longa caminhada, o positivismo, com sua ênfase na reconstrução do que realmente aconteceu, marcou um momento importante de inflexão. A intervenção de Deus, de forma direta, nos afazeres humanos foi descartada, em benefício das explicações que fizessem redundar em causas racionais e mundanas. O século XIX testemunhou, nesse afã, um florescimento crescente da literatura científica que buscava explicar os movimentos religiosos, em geral, e o cristianismo, em particular, à luz da objetividade. Nem por isso Jesus e o cristianismo deixaram de ser objeto preferencial daqueles dedicados à religião. A História, como disciplina nascente, voltou-se para os grandes temas, relevantes para os estados nacionais e impérios nascentes, com sua ênfase na política, nas guerras e nos estados. Os influxos da Filosofia, da Sociologia e da Antropologia, nas primeiras décadas do século XX, viriam a criar novas perspectivas e interesses no campo propriamente historiográfico. Marc Bloch, com seus reis taumaturgos, mostrava que as representações culturais, também de caráter religioso, eram tanto ou mais relevantes do que as visões tradicionais, do ponto de vista da ciência histórica. Abertas as portas das mentalidades, as religiosidades adquiriam novos estatutos também no âmbito da historiografia. Multiplicaram-se os estudos sobre os sentimentos e representações religiosas não apenas das elites, como das pessoas comuns, em sua imensa diversidade e variedade. ANAIS DO III ENCONTRO NACIONAL DO GT HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E DAS RELIGIOSIDADES -ANPUH -Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades. IN: Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n.9, jan/2011. ISSN 1983-2859. Disponível em http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub.html __________________________________________________________________ 2 O Jesus histórico e a historicidade do movimento em torno do Galileu tornaramse objeto pleno iure da historiografia. Multiplicaram-se as vertentes interpretativas, caracterizadas tanto por sua diversidade, como não poderia deixar de ser, como por seu rigor metodológico. As ferramentas básicas da pesquisa historiográfica, a partir do estudo das fontes, foram desenvolvidas de forma acurada. A tradição literária foi esmiuçada, de modo a buscar nos textos oriundos da ortodoxia todo o seu universo de composição, datação, autoria e muito mais. As pesquisas arqueológicas foram, também, essenciais para redimensionar o estudo das fontes históricas. As investigações pela Arqueologia produziram uma pletora de novos documentos, na forma de sítios arqueológicos, edifícios, artefatos de uso quotidiano, mas também inscrições. A paleografia foi, neste âmbito, de relevância particular, pela diversidade de documentos que ajudaram a iluminar a vida à época de Jesus e de seus seguidores. O estudo do Jesus Histórico e do cristianismo dos primeiros tempos tornou-se um campo historiográfico consolidado. No âmbito internacional, publicações recentes atestam essa vitalidade, como a produção recente de John Dominic Crossan traduzida e publicada no Brasil, como BORG, Marcus J.; CROSSAN, John Dominic. O Primeiro Natal, o que podemos aprender com o nascimento de Jesus. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008, Tradução de Vera Ribeiro. Primeiro, convém tratarmos da abordagem adotada pelos autores. Eles a definem com duas características ou aspectos: em termos históricos e parabólicos. A abordagem histórica das narrativas trata de situar as antigas simbologias em seu contexto do século I d.C.: são textos antigos em um contexto antigo. A historicidade está na imersão nas concepções de mundo que são outras, diferentes das nossas, filhas do Iluminismo e do Positivismo dos últimos dois séculos. Em seguida, e como resultado dessa busca pelas circunstâncias culturais e simbólicas antigas, a abordagem parabólica procura superar a dicotomia iluminista entre fato e fábula, acontecimentos e invenções. Parábolas, como os mitos, apresentam estruturas arquetípicas e representam não fatos, com sua irrelevância, mas mensagens perenes. A morte de uma pessoa é apenas a extinção de uma vida. O nascimento de um bebê não passa do início. O Natal e a Ressurreição, como metáforas do nascimento e do renascimento, revestem-se de ANAIS DO III ENCONTRO NACIONAL DO GT HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E DAS RELIGIOSIDADES -ANPUH -Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades. IN: Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n.9, jan/2011. ISSN 1983-2859. Disponível em http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub.html __________________________________________________________________ 3 relevância por sua significação não como fato irrepetível, mas como presença na reinterpretação constante do ciclo da vida. A partir destas premissas teóricas, descortinam as especificidades de Mateus e Lucas. Este enfatiza, em seu relato, as mulheres, os marginalizados e o Espírito Santo. São Maria e Isabel, assim como, no decorrer da vida de Jesus, muitas que são mencionadas, algumas nomeadas, outras não. Dentre os marginalizados, estão os pastores já no nascimento e, depois, os pobres, os néscios, os aleijados, os coxos, os cegos. Por fim, o Espírito Santo, que caracteriza o relato da trajetória dos seguidores de Jesus após sua morte, nos Atos dos Apóstolos do mesmo Lucas. Já Mateus apresenta uma narrativa fundada na referência, sempre simbólica, às escrituras hebraicas, como na ênfase em cinco elementos, como no Sermão da Montanha, que retoma, por assim dizer, os cinco livros do Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio): concepção virginal de Maria, Belém como local de nascimento de Jesus, Sagrada Família parte do Egito, após o infanticídio de Herodes em Belém e sobre Nazaré. Mateus e Lucas compartilham, segundo Borg e Crossan, da uma contraposição bem marcada entre o reino da violência do Império Romano e o Reino de Deus, fundado na justiça e na igualdade. Propõem que a simbologia da fé cristã e do Natal, em particular, seja uma contraposição ao poder imperial. Os epítetos teológicos do imperador são transpostos para Jesus: se o imperador é chamado de senhor, divino, filho de Deus, Deus, Deus de Deus, Redentor, Libertador, também Jesus, assim também com as expressões Salvador, Evangelho, Paz, todas usadas para se referirem ao governante romano. O nascimento divino de Augusto, reportado por Suetônio (Augusto, 94,4) não podia deixar de servir de parâmetro, ou de ponto de partida, em negativo, para o relato dos primeiros seguidores de Jesus. Eles não sabiam muito sobre o tema e nem se preocupavam com isso, pois consideravam sua vinda ao mundo como uma dádiva divina, oposta à opressão imperial romana, este o argumento central de Borg e Crossan. Outro grande elemento de inspiração parabólico está na leitura metafórica dos livros da Bíblia hebraica. Assim, Jesus aparece como novo Moisés em seqüências triádicas: separação, revelação, reunião; sonho/revelação, temor e interpretação. O volume apresenta, de forma muito clara e didática, como a narrativa dos Evangelhos estava preocupada com dois aspectos: a crítica social e a luta pela justiça na ANAIS DO III ENCONTRO NACIONAL DO GT HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E DAS RELIGIOSIDADES -ANPUH -Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades. IN: Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n.9, jan/2011. ISSN 1983-2859. Disponível em http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub.html __________________________________________________________________ 4 terra, por meio de uma apresentação metafórica desses objetivos. Consideram, portanto, o movimento dos primeiros seguidores de Jesus como parte de uma ampla e variada resistência ao domínio romano. Neste aspecto, os autores inserem-se entre as múltiplas tomadas de posição recentes, por parte da historiografia sobre o mundo romano, interessadas em estudar o mundo romano em sua diversidade e contradições. Em seguida, a leitura metafórica do relato bíblico está bem envolvida nas interpretações da História da Cultura como um campo de representações sociais. Em ambos os aspectos, portanto, os autores fazem parte de movimentos muito mais amplos e que alguns designam como pós-modernos e outros preferem chamar apenas crítica cultural. Haveria aqueles que se queixariam da pouca ênfase, nas abordagens de ambos os autores, na experiência religiosa, com seus aspectos variados, que vão dos contatos com o mundo espirituala apocalíptica, mas também outras sensações e interações metafísicas. Outra obra importante merece ser mencionada: Marcus J. Borg e John Dominic Crossan, A Última Semana. Um relato detalhado dos dias finais de Jesus. Rio de Janeiro, Ediouro, 2010, tradução de Alves Calado. A Semana Santa é o ápice do calendário cristão, toda a fé está fundada nos dias finais de Jesus, que culminam no Domingo de Páscoa. Como disse Paulo de Tarso, se Jesus não ressuscitou, não há salvação cristã (I Cor. 15:14: "Se Cristo não ressuscitou, nossa proclamação e a fé de vocês foram em vão"). Os estudiosos do cristianismo inicial Borg e Crossan procuram, neste belo volume, explicar o caráter simbólico do relato da vida de Jesus e, em particular, dos seus últimos dias, como sumário de sua trajetória terrena. Não estão nem...

ACERCA DA PREGAÇÃO: REFLEXÕES A PARTIR DA PRÁXIS DE JESUS

RESUMO A pregação cristã se insere no campo da teologia prática/pastoral e, devido à sua recorrente instrumentalidade no dia a dia do ministério eclesiástico se faz importante refletir sobre sua constituição e prática. Neste sentido, a presente pesquisa se apoia em conceitos neotestamentários específicos, considerados a partir da prática de pregação de Jesus. O intuito é elucidar elementos que vão contribuir para fundamentar e avaliar as práticas contemporâneas de pregação. Para isso, serão considerados referências bíblicas do ministério de Jesus e aporte teórico por meio de pesquisa bibliográfica que esclarecem os pré-requisitos para o ministério da pregação, além de indicações acerca do devido conteúdo da mensagem cristã e sua realidade escatológica. ABSTRACT Christian preaching is within the field of practical/pastoral theology and its recurring instrumentality due on the day of ecclesial ministry is important to reflect

ESTUDO SOBRE ORAÇÃO

2018

"Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito". Jesus Cristo Ritápolis-MG 2018

Estudos de Jesus

Jesus estudou até III - Nível de Espiritualização. , 2024

Pouco ou nada se sabe na convivência social sobre estudos de jesus. Mas por muitas vezes e pela Bíblia, fala – se de Jesus ter deliberado a mulher samaritana, escrevendo no chão. Em outro lugar, Jesus responde ao Diabo numa contenda, dizendo: está escrito, nem só de pão vive o filho do homem. Em algum lugar o que não é segredo, fala – se que Jesus era encontrado pelos seus Pais em conversa no meio dos Ancião a conversar com muita retórica. A retorica de Jesus, parte sem duvida da ancestralidadae africana, com provérbios que caracteriza os africanos, conforme afirmam cartas escritas por Prof Cheik Ant Diop, pois os antigos egípcios eram Negros. O fruto moral da sua civilização deve ser contado entre os espólios do mundo Preto. Em vez de apresentar-se a história como um devedor falido, este mundo Preto é o próprio iniciador da civilização "ocidental" ostentada diante de nossos olhos hoje.

Estudos no Livro do Apocalipse

Apocalipse! Talvez o livro menos lido em todo o Novo Testamento. É provável que a maioria dos cristãos nunca tenham lido esse livro, ou, se o leram, o fizeram apenas nos três primeiros capítulos. Possivelmente esse desprezo para com o Apocalipse deve-se à visão que as pessoas têm dele.

Estudos Bíblicos - OS INIMIGOS DE NOSSO TEMPO - Junho e Julho de 2021

2021

Série de mensagens pregadas na CCVV de Maria Paula sobre alguns inimigos invisíveis da igreja e de cada crente, sem pretensão de exaustão do tema, mas apenas como reflexão sobre o momento que vivemos e como lutar contra as tendências do sistema mundano e de nossa própria natureza. As mensagens estão nos seguintes links: IDOLATRIA: https://www.youtube.com/watch?v=8riH-MFUl2s REBELIÃO, VITIMISMO e GUERRA CULTURAL E ESPIRITUAL: https://www.youtube.com/watch?v=IGnyBAxuFss&t=2208s RELIGIÃO: https://www.youtube.com/watch?v=UyTkDEOQZsw&t=10s SUPERFICIALIDADE: https://www.youtube.com/watch?v=i887WFelOuk&t=1s e https://www.youtube.com/watch?v=rDsZKRwHgps&t=2083s PREGUIÇA, TEIMOSIA E ATITUDE CONSERVADORA: https://www.youtube.com/watch?v=WxxIlof0qA4.