ENFOQUES METODOLÓGICOS NA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E A PSICOLOGIA (original) (raw)

CONTRIBUIÇÕES A UMA METODOLOGIA EXISTENCIALISTA NA PESQUISA CIENTÍFICA EM PSICOLOGIA

Existencialismo e Ciência: Princípios Metodológicos na Pesquisa, 2022

Minha ideia é fazer uma apresentação sucinta do uso de um método fenomenológico-existencial na pesquisa em Psicologia a partir da perspectiva de Jean-Paul Sartre, na medida em que muitos têm dificuldade de encontrar textos ilustrativos das aplicações de tal método. Sem dúvida, há textos importantes e significativos a respeito, mas são poucos as produções que ilustrem de fato o uso do referido método, sobretudo em pesquisas acadêmicas, embora o campo da pesquisa seja bastante amplo e seja exercido em diversas áreas da vida cotidiana e profissional. De fato, o ser humano pesquisa a todo momento. Mesmo na clínica, pesquisamos com nossos pacientes sobre as articulações e os sentidos que eles atribuem às suas próprias vidas; também com nossos alunos, discutimos, com frequência, os sentidos das compreensões que assumem a respeito dos fenômenos observados e de uma série de situações que vivemos e investigamos. Creio que o método progressivo-regressivo ou biográfico, conforme proposto por Sartre (1936/2008; 1936/2015; 1939/2014; 1940/1996; 1945/1972; 1946/2010; 1947/1963; 1952; 1960/1966; 1938/1983; 1964/1994; 1972/1994; 1943/2011; 1971/2013) é um importante recurso para a compreensão das experiências vividas dos seres humanos, desenvolvendo sua escuta significativa no próprio contexto histórico e social concreto em que são vivenciadas.

O QUE É METODOLOGIA CIENTÍFICA

A aventura histórica da construção dos fundamentos do conhecimento científico Ciência. O que significa esta palavra? Existe apenas um significado para ela? Se não, quais são os outros? Existem relações entre estes vários significados? No contexto desse livro -que pretende iniciar o aluno na recepção e na produção do conhecimento científico -faz-se necessário delimitar o que se entende por ciência. A palavra ciência surge do latim (scire) e significa conhecimento ou sabedoria. Em geral, fala-se que uma pessoa tem um certo conhecimento (ou está ciente) quando detém alguma informação ou saber com relação a algum aspecto da realidade. Uma boa cozinheira, por exemplo, possui um conhecimento sobre culinária, assim como um engenheiro sobre os possíveis modos de construção de uma casa. No sentido mais geral da palavra ciência, os dois podem e devem ser considerados sábios. No entanto, não se pode dizer que o conhecimento que os dois apresentam seja do mesmo tipo. Tanto o modo como cada um deles veio a aprender o que sabe hoje como a natureza do conhecimento aprendido são diferentes. Assim, por exemplo, a cozinheira, que aprendeu seu ofício com sua mãe, pode fazer bolos muito bem, mas dificilmente saberá explicar o motivo pelo qual o fermento faz o bolo crescer. Já o engenheiro, que freqüentou uma universidade, deverá saber apresentar as causas relacionadas, por exemplo, à queda de uma casa. Se nem todos os Já o conhecimento chamado de cientí fico surge basicamente no século XVII, com a constituição histórica da modernidade no ocidente. A separação, tão comum hoj e, entre filosofia e ciência não existia antes do advento da modernidade. Aliás, é bom ressaltar que a relação da ciência com a filosofia e com a arte nunca deixou de existir. São todos, na verdade, campos que se interpenetram e que mantêm pelo menos um ví nculo em comum: questionar a realidade de forma a estar sempre discutindo as possibilidades da felicidade humana. No entanto, existem algumas caracterí sticas que, de uma maneira geral, delimitam o campo da ciência. O que caracteriza tal método? Na verdade, método, em ciência, não se reduz a uma apresentação dos passos de uma pesquisa. Não é, portanto, apenas a descrição dos procedimentos, dos caminhos traçados pelo pesquisador para a obtenção de determinados resultados. Quando se f ala em método, busca-se explicitar quais são os motivos pelos quais o pesquisador escolheu determinados caminhos e não outros. São estes motivos que determinam a escolha de certa f orma de f azer ciência. Neste sentido, a questão do método é teórica (do grego theoria), uma vez que se ref ere aos pressupostos que f undamentam o modo de pesquisar, pressupostos estes que, como o próprio termo sugere, são anteriores à coleta de inf ormações na realidade.

IMPLICAÇÕES EPISTEMOLÓGICAS DA INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA: DESAFIO TEÓRICO PARA O PESQUISADOR

Introdução A investigação no campo educacional envolve necessariamente domínio dos paradigmas epistemológicos pressupostos no processo de construção do saber científico 1. Isso exige do pesquisador especial atenção a seus referenciais teorico-metodológicos quando do exercício de construção do conhecimento dos objetos de sua área. Esta a razão intrínseca da presença, nos cursos de pós-graduação, de disciplinas com este perfil, que apresentem as principais vertentes da epistemologia, mediante a explicitação de sua gênese e constituição historico-filosófica, mediante a apresentação de sua contextura teórica e mediante a análise crítica de seu alcance propriamente epistemológico, sempre visando avaliar seu significado e contribuição no contexto científico atual 2. Epistemologia é tomada aqui como área da Filosofia que estuda os processos do conhecimento humano, tanto do ponto de vista descritivo como do ponto de vista crítico. Trata-se de saber como se dá o conhecimento humano, qual é o seu alcance e seu valor e até que ponto ele nos dá a " verdade " , em todas as suas formas de manifestação. É chamada também de Gnoseologia ou Teoria do Conhecimento. Assim, os diferentes sistemas filosóficos, coerentemente com seus pressupostos básicos, trazem em seu bojo, uma concepção do conhecimento humano. (VAN RIET, 1960; PIAGET, JAPIASSU, 1977) Este sentido geral de Epistemologia distingue-se pois do significado mais restrito que o termo assumiu, em vários setores culturais e acadêmicos, como " disciplina científica encarregada de estudar apenas o próprio conhecimento científico " , como se fosse uma teoria científica da ciência, uma meta-ciência. (PIAGET, 1973; 1990; OLIVA, 1990) Parte-se então do entendimento de que o conhecimento e o domínio do referencial teórico-filosófico que marca o contexto científico-cultural da atualidade são imprescindiveis para o desenvolvimento de trabalhos mais rigorosos e profundos de investigação, análise e reflexão, tanto no campo das Ciências Humanas, em geral, como no campo das Ciências da Educação, em particular. Com efeito, a prática da pesquisa e da ciência implica sempre uma articulação do lógico com o real, do sujeito com o objeto, do teórico com o empírico, e, consequentemente, dos dados objetivos com categorias teóricas. Só a teoria pode conferir significação científica a dados empíricos. Se esta exigência compromete a concepção da ciência como um simples ajuntamento de dados, compromete igualmente uma concepção puramente subjetivista da teoria científica. É por isso que o substantivo da discussão epistemológica é essa relação sujeito/objeto. Assim, o pesquisador em educação não pode escapar ao desafio teórico. A 1 Paradigma é tomado, neste ensaio, como um conjunto articulado de conceitos e categorias, cujas relações internas fornecem elementos explicativos dos objetos do conhecimento, assegurando coerência e consistência teóricas na explicitação dos significados construídos. 2 Embora as considerações aqui avançadas tenham a ver com a construção do conhecimento no âmbito das ciências, em geral, o ensaio enfoca as pressuposições da pesquisa no campo das Ciências Humanas e, particularmente, no campo educacional, campos em que a exigência de referências paradigmáticas epistemológicas se apresenta de forma mais explícita e direta. Daí a razão de se enfatizar o ambiente dos cursos de pós-graduação em educação, lugar por natureza destinado à formação de pesquisadores da área educacional.

TRABALHO METODOLOGIA CIENTÍFICA

O trabalho enfatiza a necessidade da precisão dos termos utilizados na constituição dos saberes para a melhor avaliação da aprendizagem, focalizando, em especial, as noções de construção do conhecimento, e de conhecimento. Reflete, em seguida, sobre o chamado construtivismo e sobre o papel das instituições de ensino quanto aos objetivos do ensino e da pesquisa. Procura demonstrar serem o ensinar e o aprender incumbências da escola enquanto que o fazer ciência é tarefa da comunidade científica, e que, um procedimento não se opõe ao outro. Ambos se complementam embora sejam distintos e com características próprias. O docente deve buscar excelência no ensino, assim como o pesquisador, na pesquisa. Considera como ensino não apenas a transmissão do já conhecido, mas o processo que leva à capacidade de observação e de reflexão crítica. O bom ensino que deve ocorrer não como um armazenamento de informações, mas como formação de referenciais e desenvolvimento da capacidade de avaliação, o que vai ser fundamental para a produção científica e tecnológica. Mostra ainda serem exigências da pesquisa científica, metodologia adequada, originalidade, dedicação e investimento financeiro. Chega então à conclusão de que o processo da aprendizagem não se confunde com o da produção científica mas que deve antecedê-lo necessariamente.

BANCO DE QUESTÕES METODOLOGIA CIENTIFICA

Pontos: 0,0 / 1,0 São características do conhecimento religioso: inspiracional, sistemático, não verificável falível, sistemático, não verificável falível, sistemático, relativo. inspiracional, assistemático, valorativo infalível, inexato , verificável 2 a Questão (Ref.: 200826105347) Pontos: 1,0 / 1,0 O Método Científico consiste na análise dos métodos de pesquisa, partindo do princípio de que existem quatro tipos de conhecimentos que embasam e formam o pensamento supersticioso, religioso, filosófico e científico Senso comum, cientifico, supersticioso e religioso Senso comum, filosófico, científico e religioso Científico, fenomenológico, religioso e senso comum científico, premonitório, religiosos e filosófico 3 a Questão (Ref.: 200826107281) Pontos: 0,0 / 1,0 Do ponto de vista de seus objetivos Gil (1991), classifica as pesquisas em três categorias: exploratória, descritiva e explicativa. A pesquisa descritiva visa

METODOLOGIA CIENTÍFICA UNIDADE 1

Antes de entrarmos de cabeça em todos os detalhes que giram em torno da Metodologia da Pesquisa Científica, vale a pena introduzirmos o assunto com um breve histórico. Por que, afinal, este tema merece uma disciplina só pra ele?

CONCEPÇÕES DE CIÊNCIA E MÉTODO CIENTÍFICO ENTRE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

Apesar dos inúmeros benefícios proporcionados pela prática científica ao mundo nos últimos anos, os profissionais e estudantes da Psicologia ainda se mostram resistentes ao uso do método científico na área. As origens de tais objeções e as variáveis que as influenciam ainda são incertas, fazendo-se necessário estudos que busquem investiga-las. A ideia principal apresentada neste estudo é a de que as concepções de ciência e método científico entre os profissionais e estudantes brasileiros de Psicologia são insuficientes. Para se testar as hipóteses derivadas dessa ideia, buscou-se avaliar essas concepções por meio de duas perguntas abertas sobre o tema e um questionário sociodemográfico. A amostra de respondentes ficou composta por 791 pessoas, estudantes (n = 407) e profissionais (n = 384) de todo Brasil, com idades entre 17 a 67 anos (M = 29,07; DP = 9,02), sendo 68,5% do sexo feminino. As respostas foram analisadas por meio da Classificação Hierárquica Descendente e Análise Fatorial de Correspondências, com o auxílio da interface IRaMuTeQ. Os resultados revelaram que os participantes possuem concepções muito diversas em relação à ciência e ao método científico, predominando a noção de que a ciência é um método de aquisição de conhecimento, porém sem entrar em muitos detalhes sobre como se dá o funcionamento desse método. Ressalta-se a importância de um aprendizado aprofundado sobre metodologia científica nos cursos de Psicologia. Abstract Bienemann Favero, Bheatrix; Borsa, Juliane Callegaro (Advisor). Psychology professionals and student's conceptions about science and scientific method. Rio de Janeiro, 2018. 70 p. Dissertação de Mestrado -Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Despite the numerous benefits of scientific practice to the world in recent years, the professionals and students of the Psychology are still resistant to the use of the scientific method in this area. The origins of such objections and the variables that influence them are uncertain, requiring studies to investigate them. The main idea presented in this study is that the conceptions of science and scientific method among Brazilian professionals and students of Psychology are insufficient. In order to test the hypotheses derived from this idea, the aim of this study was to evaluate the psychology professionals and student's conceptions about science and scientific method through two open questions and a sociodemographic questionnaire. The sample of respondents was composed of 791 people, students (n = 407) and professionals (n = 384) from Brazil, aged between 17 and 67 years (M = 29.07, SD = 9.02), 68, 5% women. The analysis of the texts occurred through the Descending Hierarchical Classification and Correspondence Factor Analysis with the aid of the IRaMuTeQ, an interface of textual analysis. The analysis revealed that the participants have very different conceptions about science and scientific method, dominating the notion that science is a method of acquiring knowledge, but without more details about how this method works. It is important to emphasize the importance of learning about scientific methodology in Psychology courses.

A PESQUISA CIENTÍFICA E A PSICOLOGIA EM FOUCAULT

Resumo: De um modo geral, o filósofo francês não propõe um novo modelo à ciência do comportamento humano nem tampouco instaura uma nova corrente psicológica. O que se evidencia a partir de uma leitura condizente com seu artigo em pauta é uma crítica moderna do saber psicológico e, ao mesmo tempo, uma denúncia do modo como as psicologias apresentam-se na contemporaneidade. A psicologia encontra-se sob a análise crítica de Foucault, em uma discussão sobre o contexto das mudanças teóricas e metodológicas ao longo da história, nas suas formas multifacetadas e na sua imprecisão na tentativa de ser legitimada como uma ciência. Palavras-chave: Foucault; Psicologia; Pesquisa. INTRODUÇÃO Antes de seus escritos arqueológicos que datam da década de 1960, o jovem Foucault dedicou alguns opúsculos, não sem relevância, à psicologia. Nesse sentido, destacam-se as seguintes obras: os artigos A pesquisa científica e a psicologia; A psicologia de 1850 a 1950; e o livro Doença mental e personalidade. Discorre-se abaixo sobre uma delas, de um modo geral, pondo em relevo os conflitos, desafios e imprecisões da psicologia enquanto saber moderno.