Parâmetros acústicos do contraste de sonoridade das plosivas no desenvolvimento fonológico típico e no desviante (original) (raw)
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Letrônica, 2018
O objetivo deste estudo foi, através da análise acústica, caracterizar e comparar acusticamente a aquisição e/ou desenvolvimento do contraste de vozeamento nos segmentos plosivos na fala típica e atípica. Para isso, foram analisados os dados de três grupos de sujeitos: crianças com desenvolvimento fonológico atípico (grupo estudo - GCDFA), crianças com desenvolvimento fonológico típico (GCDFT) e adultos (GA), em três coletas de dados subsequentes. Foi realizado o estudo da duração relativa do segmento-alvo, da vogal posterior, do voice onset time (VOT) e do vozeamento (barra de vozeamento). Observamos que a fala, mesmo que atípica, seguiu certa regularidade em relação à aquisição desse contraste, principalmente no que concerne o parâmetro de duração relativa de vozeamento (barra de vozeamento). Por esse parâmetro, constatamos que o grupo de crianças com a fala atípica na última coleta de dados (3ª.) exibiu durações semelhantes às do grupo de fala típica, conforme comprovado com a es...
Revista CEFAC, 2012
Objetivo: comparar os valores de voice onset time (VOT) de fonemas plosivos, produzidos por crianças com desvio fonológico e dificuldade na produção do contraste de sonoridade, classificados como surdos e sonoros a partir de uma análise perceptivo auditiva. Método: participaram do estudo cinco meninos com desvio fonológico e dificuldade no estabelecimento do traço [+voz] das plosivas. Por meio de pares de palavras (['papa], ['baba], ['tata], ['dada], ['kaka] e ['gaga]) inseridas em frasesveículo, extraiu-se o VOT de cada plosiva. Com base na mesma amostra de fala, foi realizada por três fonoaudiólogas, uma análise perceptivo auditiva, na qual deveriam julgar os referidos fonemas como surdos ou sonoros. Os valores do VOT dos fonemas classificados como surdos foram comparados com os valores de VOT dos fonemas classificados como sonoros utilizando-se testes estatísticos. Resultados: verificou-se diferença estatisticamente significante somente entre os valores de VOT julgados como surdos ou sonoros de [p, d, g] em onset inicial, assim como, entre os três pontos articulatórios. As demais variáveis analisadas não mostraram significância estatística. Conclusão: de maneira geral, constatou-se que o VOT não é uma pista determinante para a percepção da distinção da sonoridade dos casos desviantes. No entanto, esta pista mostrou exercer influência na discriminação dos fonemas de acordo com o ponto articulatório, também no desvio fonológico. A partir da análise acústica observou-se que: (a) a presença de pré-sonoridade influencia no julgamento da consoante como sonora; (b) a duração do VOT positivo não é decisiva para a distinção de sonoridade e (c) um VOT nulo, na sua maioria, é responsável pela identificação de uma plosiva sonora.
Caracterização acústica da sonoridade dos fones plosivos do português brasileiro
Revista CEFAC, 2014
Objetivo: investigar e comparar as características acústicas das plosivas surdas e sonoras na fala de crianças com desenvolvimento fonológico típico e, de adultos com padrões de fala típicos da língua. Método: a amostra do estudo é composta por dois grupos -17 adultos e 11 crianças com desenvolvimento fonológico típico. Por meio de palavras/pseudopalavras (['papa], ['baba], ['tata], ['dada], ['kaka] e ['gaga]) inseridas em frases-veículo ("Fala ___ papa de novo"), mediu-se o voice onset time, a duração da vogal, a amplitude do burst e a duração da oclusão. Foram comparados os registros acústicos de plosivas surdas e sonoras intra e intergrupo por meio de testes estatísticos (p<0,05). Resultados: em geral, observou-se que: (1) o voice onset time foi maior para as plosivas sonoras em comparação às surdas; (2) a duração da vogal quando seguida ou precedida por uma plosiva sonora foi mais longa do que diante de uma plosiva surda; (3) a amplitude do burst foi levemente superior durante a produção dos segmentos sonoros e; (4) a duração da oclusão se mostrou superior no contexto de plosivas surdas. Também se observou que adultos e crianças apresentam muitas similaridades em relação à produção desses parâmetros. Conclusão: pode-se concluir que as pistas acústicas investigadas apresentam-se como fortes parâmetros envolvidos na caracterização do contraste de sonoridade das plosivas. Além disso, os resultados também indicam muitas semelhanças entre adultos e crianças com padrões fonológicos típicos. No entanto, quando algumas diferenças são evidentes, essas ocorrem na posição de sílaba átona e medial.
Padrões de vozeamento de consoantes plosivas em falantes de pomerano (L1) e de português (L2)
abralin.org
Resumo: Este estudo visa verificar os padrões de vozeamento das plosivas /p,b,t,d,k,g/ em posição átona e tônica em falantes bilíngues do pomerano e português e monolíngues do português brasileiro, no intuito de confirmar: 1. a existência ou não de vozeamento antecedendo a plosão no pomerano; 2. os índices de Voice Onset Time (VOT) na produção de vocábulos de falantes bilíngues e monolíngues; e 3. as possíveis diferenças entre esses grupos de falantes. Os dados foram analisados acusticamente pelo programa Praat e estatiscamente pela análise de variância do programa R. Os resultados apontam para diferenças significativas entre os grupos de falantes.
Ensurdecimento de fonemas plosivos na fala de crianças disfônicas
Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2008
OBJETIVO: Caracterizar a fala de crianças disfônicas, quanto à ocorrência de ensurdecimentos de fonemas plosivos. MÉTODOS: Foram gravadas as repetições de frases de 50 crianças (idades entre quatro e oito anos), sendo 40 crianças disfônicas e dez, sem alterações vocais. Eram seis frases com os fonemas plosivos sonoros em sílaba tônica inicial, medial e final de palavras. Com as produções gravadas realizaram-se análise espectrográfica, pela identificação da barra de sonoridade e perceptivo-auditiva, por meio de uma banca de três fonoaudiólogas. RESULTADOS: O ensurdecimento ocorreu de forma assistemática na produção dos fonemas sonoros, foi mais identificado à análise espectrográfica e variou conforme o fonema e a posição deste na palavra. CONCLUSÕES: Houve ensurdecimentos assistemáticos na fala das crianças disfônicas e sem alterações vocais, com menor freqüência na posição tônica da sílaba medial.
Parâmetros acústicos das líquidas do Português Brasileiro no transtorno fonológico
Pró-Fono Revista de Atualização Científica, 2010
TEMA: o transtorno fonológico é uma das alterações de fala e linguagem mais ocorrentes na população infantil e, por isso, pesquisas utilizando medidas de avaliação objetivas devem ser desenvolvidas e aplicadas durante o processo diagnóstico. OBJETIVO: descrever características acústicas dos sons líquidos /l/ e /<img border=0 src="/img/revistas/pfono/v22n4/22s02.jpg">/. MÉTODO: foram coletadas e analisadas acusticamente a produção de 20 crianças com e sem transtorno fonológico. Os seis vocábulos selecionados para repetição foram…
Revista Diadorim
Busca-se, neste trabalho, apontar relações entre características acústico-articulatórias de vogais diante de S e a sua ditongação variável. Esse fenômeno será observado a partir de realizações dos vocábulos LUZ, ARROZ, DEZ, TRÊZ, VOZ e PAZ, obtidas da aplicação do Questionário Fonético-Fonológico do Projeto Atlas Linguístico do Brasil. Parte-se da fala de dez informantes nativas de cinco cidades baianas (Salvador, Caravelas, Euclides da Cunha, Vitória da Conquista e Barra). Esse tipo de ditongação não somente particulariza o Português Brasileiro em face do Português Europeu (LEITE DE VASCONCELOS, 1970 [1901]; CÂMARA JR, 2009 [1956]; SILVA NETO, 1963; NOLL (2008) etc.), mas também caracteriza variedades da língua portuguesa falada no Brasil, conforme demonstra Silva (2014), a partir de dados das capitais brasileiras. Ressalta-se que os condicionamentos de natureza extra e intralinguísticas, para esse processo, não são suficientemente conhecidos. Mediante o estudo com as capitais (SIL...