Radialistas Contra a Aids: uma rede pela vida (original) (raw)

Aids, Jornalismo e Risco

Anais do XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2015

Resumo: Este artigo discute as relações entre saúde, comunicação e poder, problematizando o conceito de risco, as estratégias de prevenção ao HIV/AIDS e o jornalismo. Refletimos sobre a generalização da ideia de autocuidado versus a descoletivização dos riscos, o papel da mídia e suas ressonâncias entre os diversos sujeitos e segmentos sociais acerca da epidemia de aids. Por fim, sugerimos uma nova investida nos estudos sobre Jornalismo & Aids que busque compreender como o discurso do risco está presente na cobertura jornalística acerca desta epidemia.

A luta contra a Aids: uma causa, múltiplos saberes

Revista Pós Ciências Sociais, 2015

Este artigo analisa o processo de formação de uma coletividade em torno da problemática da Aids, no cenário nacional brasileiro, com o objetivo de identificar os atores envolvidos nas respostas iniciais à epidemia, o contexto no qual estavam inseridos e as redes de relações das quais faziam parte. Uma das principais conclusões do trabalho é a de que os atores que participaram da formação de uma arena pública em torno da Aids, apesar de pertencerem adiferentes movimentos, possuíam fortes ligações entre si e estavam imersos em redes de relações que os aproximavam. Tais redes eram oriundas, sobretudo, de três espaços: movimento homossexual, movimento pela reforma sanitária e grupos de contestação contra o regime militar. Com base nisso, foi possível verificar ainda que a luta contra a Aids no Brasil está inscrita numa luta contra as políticas de saúde vigentes, que mobiliza tanto setores médicos, quanto movimentos sociais.

Carreiras militantes, redes de sociabilidade e formas de engajamento na luta contra AIDS em Sergipe

Revista TOMO

Este artigo analisa a relação entre itinerários, formas de socialização e recursos individuais que marcam as carreiras dos militantes e as formas de engajamento na luta contra a AIDS em Sergipe. Trata-se de examinar, mais especificamente, os atores que estão reunidos em torno da problemática da AIDS em Sergipe, asconexões entre eles e o conjunto de laços sociais que mobilizam e que os conduz ao investimento militante. Partimos do princípio que as dinâmicas próprias das carreiras, associada à configuração do espaço, determinam, em certa medida, as formas de engajamento na luta contra a doença. As conclusões apontam para três padrões de carreira: primeiro as que estão marcadas pelas redes profissionais; segundo, aquelas que estão pautadas pelo pertencimento simultâneo a vários espaços de mobilização e, por fim, carreiras definidas pela contaminação com o vírus e redes decorrentes do tratamento com a doença.

A Luta Da Rede Nacional De Pessoas Vivendo Com Hiv/Aids+(RNP+) Contra a Precarização Do Sus

2019

Este trabalho apresenta a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (RNP+) no estado do Espirito Santo como expressao das novas configuracoes dos movimentos sociais na contemporaneidade. Sao apresentadas suas formas de organizacao, sua insercao em espacos institucionais, suas relacoes com outros sujeitos politicos e os impactos da atual conjuntura em suas lutas no âmbito da politica de saude. A metodologia utilizada consistiu em revisao da literatura sobre movimentos sociais e participacao popular na politica de saude, pesquisa documental, observacao participante das reunioes e encontros do movimento e entrevistas com membros da RNP+. Como resultado foi possivel identificar as pautas mais especificas da RNP+ no Espirito Santo e suas principais tendencias politicas.

A internet como coadjuvante no empoderamento dos pacientes que vivem com o HIV/Aids

Physis: Revista de Saúde Coletiva, 2020

Resumo Este trabalho discute o uso da internet como instrumento de pesquisa em saúde num grupo de pacientes que vivem e convivem com o HIV/Aids. A literatura sobre o tema em questão mostra a internet como um dos meios de comunicação mais acessados para busca de informações sobre saúde nos dias atuais, inclusive para o grupo entrevistado. É um estudo qualitativo que envolve entrevistas semiestruturadas. Os pacientes entrevistados pela pesquisa estão em tratamento ambulatorial para HIV/Aids e participam de um grupo de apoio no mesmo hospital onde realizam seu tratamento. Em contraposição com os dados teóricos levantados, no grupo pesquisado muitos preferem o uso de outras mídias e alguns não fazem uso da internet para pesquisas sobre saúde. A análise das entrevistas revelou que o conhecimento adquirido pela internet ou por outras mídias não afeta o respeito do profissional médico. Pelo contrário, parece valorizar a relação médico-paciente e a confiança no conhecimento médico. Apesar d...

Aids, tempo e suas renitências: socialidades, emoções e políticas em uma rede social on-line

2020

Este artigo problematiza as relacoes entre doenca, tempo, socialidade, emocao e pratica estatal no campo do HIV/aids a partir da interlocucao com pessoas que vivem com HIV/aids num grupo fechado no Facebook. Faz-se isso ao analisar a socialidade no grupo, com destaque a confianca na cronificacao da infeccao pelo HIV e as postagens que denunciavam a intensificacao do desmonte da politica brasileira de aids decorrentes de acoes governamentais. Tais postagens geraram ‘tretas’ entre membros do grupo. Seguir as ‘tretas’ para compreender suas gramaticas politica e emocional permitiu interpretar os significados atribuidos pelos interlocutores as politicas publicas de saude, o que possibilitou analisar o lugar do Estado nessas politicas. O aspecto mais relevante dos resultados deste estudo sublinha o modo como o Estado exerce seu poder por meio da producao de saberes, discursos, praticas, politicas publicas e tecnologias que visam a amenizar experiencias de sofrimento, a prolongar a vida, a...

Do AZT à PrEP e à PEP: Aids, HIV, movimento LGBTI e jornalismo

Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, 2019

O objetivo deste artigo é destacar características e atravessamentos dos movimentos LGBTI brasileiros, da Aids, do HIV e de coberturas jornalísticas da síndrome que surgiu publicamente no início dos anos 1980. Resgatamos dimensões históricas e questões atuais como desafiadoras para as ciências, a medicina, governos e militantes com o intuito de refletir sobre disputas que estiveram e estão em curso, principalmente aquelas que se relacionam com a LGBTIfobia e outras opressões sociais. A pesquisa foi realizada por meio de levantamento bibliográfico acerca das políticas do movimento LGBTI, do HIV e da Aids, bem como do uso de resultados de pesquisa anteriormente realizada sobre homofobia e narrativas jornalísticas. Observou-se uma conexão complexa entre as relações engendradas no surgimento da síndrome, próxima aos primeiros passos do movimento LGBTI no Brasil, como a produção ambivalente de visibilidades, assim como a manutenção de preconceitos históricos que ainda reverberam no tecid...

Afetar e ser afetado pelo acontecimento: coberturas jornalísticas da Aids e impactos sociais

In this article we discuss AIDS as a disruptor happening in two dimensions: on social relations and on the news coverage of it that have been made. Derives from this condition their exemplary character to explore the notion of the power of affecting of certain happenings. Our reflections about the disruptor power - and for that very emblematic – of AIDS, as a happening that affects and is affected by the social life, and the media coverage will be based on some research on the subject that we have already developed for more than two decades. When it emerged as problematic happening AIDS has forced many medical-scientific and social mobilizations in an attempt to understand it, (a) movement that significantly affected news coverage about the syndrome and the happenings it triggered.