(2014) Utopias do contemporâneo: legados do modernismo nas práticas de arte pública (Caiana - Revista de Historia del Arte Y Cultura Visual del Centro Argentino de Investigadores de Arte, periódico) (original) (raw)
Related papers
Anais eletrônicos do XIII Seminário do Museu D. João VI: modernidades e tradições em finais do século XIX / Organizadores Alberto Martín Chillón … [et. al.]. - Rio de Janeiro: EBA,, 2024
O texto faz o recenseamento de alguns dos sentidos associados aos termos "moderno" e "contemporâneo" no contexto da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro em inícios dos anos 1920. Para tanto, analisa o Catalogo Geral das Galerias de Pintura e Esculptura, publicado pela instituição em 1923. No "Prefácio" desse catálogo, essas palavras são usadas como sinônimos para qualificar os artistas que tinham obras exibidas na galeria central que expunha as coleções da Escola e, no decorrer do catálogo, também são empregadas em relação a diversos artistas específicos. Por meio de análises quantitativas com base nas informações do catálogo, é possível discernir diversos sentidos do "moderno/contemporâneo" proposto pela Enba, relacionados a fatores como sexo, idade e nacionalidade dos artistas, bem como ao tema, gênero e data de aquisição de suas pinturas. Apresentando e discutindo esses sentidos, o texto se propõe como contribuição ao debate historiográfico em curso sobre o cânone da arte moderna no Brasil.
Renovar Paradoxos: Pintura Contemporânea na “Sociedade do Espetáculo”
In Ponte, Sofia (Ed.), Loureiro, Domingos & Torres, Sofia (Revs.). (2017). Sobre Pintura (pp. 91-107). Porto: i2ADS. - Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade & FBAUP - Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, 2017
PT O presente artigo reflete acerca de uma ideia de Pintura, capaz de desmistificar e combater a noção de “Sociedade do Espetáculo” na Contemporaneidade. Neste sentido, convoco as obras “A Sociedade do Espetáculo” (1967) de Guy Debord e “O Espectador Emancipado” (2010) de Jacques Rancière, para problematizar de que forma é que este conceito e os seus produtos sociais, culturais e políticos podem, por um lado, ser agentes perpetuadores de uma “espetacularização” e, por outro lado, como é que a Pintura pode adquirir uma dimensão política sem ser simplesmente um produto instrumentalizado. Palavras-chave: Pintura Contemporânea; Arte & Política; “Sociedade do Espetáculo”; Desinstrumentalização da Arte. EN This article reflects on an idea of Painting, capable of demystifying and fighting the notion of “Society of the Spectacle” in Contemporaneity. In this sense, I invoke the works “The Society of the Spectacle” (1967) by Guy Debord and “The Emancipated Spectator” (2010) by Jacques Rancière, to discuss how this concept and its social, cultural and political products can, on the one hand, be perpetuating agents of a “spectacularization” and, on the other hand, how painting can acquire a political dimension without being simply an instrumentalized product. Keywords: Contemporary Painting; Art & Politics; “Spectacle Society”; De-instrumentalization of Art.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO - PUC-RIO, 2021
Na passagem do século XIX para o XX, emergem, em diferentes espaços, experiências estéticas que se apresentam em franca afinidade com a modernidade exposta pelo poeta francês Charles Baudelaire, ainda em meados do século. Essa tese recupera a importância dessas experiências a partir da análise de algumas de suas revistas literárias, publicadas em quatro cenas finisseculares distintas: as experiências estéticas simbolistas nas revistas La Vogue (1886) e Le Symboliste (1886), em Paris, e nas revistas Pierrot (1890), Galaxia (1896) e Rosa-Cruz (1901/1904), no Rio de Janeiro; e as modernistas hispano-americanas na Revista de America (1894), em Buenos Aires, e na Revista Azul (1894), na Cidade do México. Ao mundo moderno finissecular, capturado pela ideia do progresso e da técnica, simbolistas e modernistas partilham uma crítica poética que reinsere a imaginação no livre fazer artístico em resistência ao pensamento cientificista, às normas acadêmicas e à mercantilização da Arte, o que permite entrever o caráter político intrínseco a sua manifestação estética. Reunidos em cenáculos e revistas literárias, esses artistas elaboram suas reflexões sobre a arte, o papel do artista e a linguagem poética. Embora a individualidade que compõe cada artista, a diversidade de elaborações intelectuais e as singularidades de cada experiência histórica, tanto em sua historicidade quanto nas condições culturais e sócio-históricas do momento de surgimento dessas experiências estéticas, desvele diferenças entre estas, ainda assim elas podem ser apresentadas sem que sejam apreendidas em relações lineares, progressivas e hierarquizadas, comumente dicotomizadas, que as conformem como centrais ou periféricas, originais ou imitadoras, modernas ou pré-modernas, entre outros. Para pensar essas experiências e a poética crítica da modernidade fora dessa conformação dada pelo continuum da História, a imagem da constelação, apresentada por Walter Benjamin, é mobilizada nesse trabalho ao mesmo tempo como proposição teórica e modo de exposição. Benjamin mostra como é possível dar a ver nos elementos distantes-diferentes uma tênue ligação, outrora não aparente, iluminada a partir da apresentação desses em constelação. Essa tese é composta então por três momentos. No primeiro, é realizado um panorama sobre a questão da modernidade em Baudelaire e sobre as configurações das cenas finisseculares em que surgem as experiências simbolistas e modernistas, destacando que, estéticas, elas compreendem a dimensão política. Esse primeiro momento ainda traz o debate em torno da imagem benjaminiana da constelação. No segundo, discute-se a questão da crítica moderna para, então, no terceiro momento, contemplar o compartilhamento de ideias e imagens presentes nas críticas que figuram, sobretudo, mas não apenas, nas revistas literárias simbolistas e modernistas, em uma apresentação da modernidade em constelação.
Waldemar Cordeiro e Wesley Duke Lee: Arte, temporalidade e (anti)modernidade, 2021
Resumo: O presente artigo busca discutir as linguagens artísticas de Waldemar Cordeiro e Wesley Duke Lee em meio ao processo de metropolização e cosmopolitização da cidade de São Paulo entre a década de 1950 e 1964. Abordamos as obras dos dois artistas a partir do modo como ambos constituíram, estética e politicamente, temporalidades com base na modernidade paulistana. Para cumprir o escopo deste estudo, colocamos em discussão os debates artísticos da época, situando os dois intelectuais a partir de suas perspectivas sobre modernidade e visualidade: Cordeiro identificado ao concretismo e Duke Lee ao neodadaísmo e surrealismo. Por fim, apontamos as diferenças entre as propostas dos artistas em urdir temporalidades, acionando sensibilidades utópicas e modernizantes em Waldemar Cordeiro e nostálgicas e antimodernas em Wesley Duke Lee. Palavras-chave: Waldemar Cordeiro, Wesley Duke Lee, temporalidade. Abstract: This article seeks to discuss the artistic languages of Waldemar Cordeiro and Wesley Duke Lee in the midst of the metropolization and cosmopolitanization process of São Paulo city between the 1950s and 1964. We approach the works of the two artists from the way in which they both constituted, aesthetically and politically, temporalities from São Paulo's modernity. To fulfill the scope of this study, we put into discussion the artistic debates of the time, placing the two intellectuals from their perspectives on modernity and visuality: Cordeiro being identified with concretism and Duke Lee with neodadaism and surrealism. Finally, we point out the differences between the artists' proposals to weave temporalities, triggering utopian and modernizing sensibilities in Waldemar Cordeiro and nostalgic and antimodern ones in Wesley Duke Lee.