As formas da cultura em Cidade de Deus, de Paulo Lins (original) (raw)

Visão religiosa de ordem e de justiça em Cidade de Deus , de Paulo Lins

2012

O presente trabalho procura analisar o ponto de vista relativo aos conceitos de ordem e de justica, vistos pelas personagens religiosas de Cidade de Deus . Para tanto, a analise das personagens da obra dialoga com teoricos que discorrem sobre as constituicoes da ordem e da justica, tais como Thomas Hobbes, Montesquieu e Max Weber, intentando-se mostrar como as personagens atribuem a forcas sobrenaturais eventos meramente humanos.

Inferninho: Uma Problematização Das Desigualdades Sociais Em Cidade De Deus, De Paulo Lins

2015

Este artigo tem como objetivo analisar a personagem Inferninho, de Cidade de Deus, ressaltando os problemas sociais e economicos proporcionados pelo capitalismo; assim como a revolta dos menos favorecidos, causada pelas disparidades sociais existentes na sociedade atual. Discutiremos a exploracao do trabalho e sua relacao com o trafico de drogas, partindo de problematizacoes feitas por Karl Marx no seculo XIX, mas que permanecem ate hoje. A fim de fundamentar nossas analises, tambem nos apoiaremos em outros autores como Georges Bataille, Slavoj Žižek e Zygmunt Bauman.

A fala da periferia na obra Cidade de Deus

Resumo: O objetivo deste artigo é analisar o livro Cidade de , e refletir sobre sua fala e fruição na literatura periférica. A narrativa tem como protagonista a própria favela e está dividida em três grandes capítulos, representados nas histórias de Inferninho, Pardalzinho e Zé Miúdo. Através desses personagens, o autor descreve minuciosamente o cotidiano da miséria, do crime e da disseminação da violência na mesma proporção do declínio da natureza. Apresenta, enfim, os bastidores de uma autorrepresentação literária.

A organização da cultura na “Cidade da Bahia”

Não foram poucas (e foram boas) as manifestações de apoio com que pude contar na caminhada que resultou neste trabalho. Um artigo aqui, um livro emprestado acolá, opiniões, muitas conversas, palavras de incentivo, paciência, torcida, torcida ... . Daí que não seja tarefa fácil nomear (e agradecer) ajudantes e ajudas. Mas, ainda assim, vou correr o risco de ser traído pela memória, deixando de fora alguns nomes, e fazer alguns registros de agradecimento. A eles, então.

O avesso da cidade da cultura

Políticas Culturais em Revista

O trabalho estabelece a relação entre cultura e o desenvolvimento do território da cidade para analisar um (anti)modelo ainda vigente nas cidades brasileiras em paralelo ao contexto de Ananindeua, que bem poderia ser de qualquer outra cidade do Brasil e/ou do mundo. Escolher essa abordagem como fio condutor significou descortinar um território ainda invisível no espaço da aglomeração de Belém, na contramão do modelo do empreendedorismo urbano tão em alta num país das cidades sedes dos grandes eventos.

O modernismo negro segundo Paulo Lins

Viso: Cadernos de estética aplicada, 2019

Neste artigo apresento o segundo romance de Paulo Lins como um tipo de romance de tese. Lins relê os nascimentos do samba do Estácio e das escolas de samba em termos altamente autorais. Recriando o momento de encontro dos artistas modernistas de 1922 com os artistas populares, Lins sublinha o caráter inspirador e anticonvencional que tal encontro teve à sua época e que pode ser atualizado. A noção posterior da contribuição decisiva da cultura escrava à vida nacional permeia o romance, mas agora a arte neoafricana é tratada como uma vertente do modernismo, o que obriga o autor a uma tomada de posição nas discussões sobre o que sejam vanguarda, arte moderna e pós-moderna.

Fronteiras da Fala/Bala: geografia do universo ficcional de Cidade de Deus

2007

Este trabalho propoe uma analise do romance Cidade de Deus, livro de estreia de Paulo Lins, autor carioca, negro, ex-habitante do Conjunto Habitacional Cidade de Deus. Analisamos, comparativamente, o romance e o filme homonimo, dirigido por Fernando Meirelles. O roteiro do filme foi baseado no livro de Paulo Lins. Detivemos-nos no conceito de "estetica da violencia" e "mercadorizacao da violencia", termos oriundos de polemicas travadas por criticos brasileiros diante do impacto dessa e de outras producoes literarias e cinematograficas contemporâneas. Nesse contexto, o estudo intersemiotico entre a literatura e o cinema no Brasil nos permite contemplar a questao da violencia tanto em nivel tematico, quanto em nivel estrutural.Para formular um estudo das representacoes violentas no corpus estudado, usamos como suporte alguns conceitos freudianos como "trauma", "retorno do recalcado" e "estranho", alem do esboco de uma teoria sobre o te...

Literatura e crise nacional em Cidade de Deus de Paulo Lins e Yo maté a Simón Bolívar de Vicente Ulive-Schnell

O presente trabalho estuda nos romances Cidade de Deus (Paulo Lins, 1997) e Yo maté a Simón Bolívar (Vicente Ulive-Schnell, 2010) a interação entre personagem e espaço urbano que, no caso brasileiro, torna visível a demografia invisibilizada da favela ou comunidade carioca e, no caso venezuelano, questiona o binarismo partidarista redutor da diversidade política na era chavista. Os antagonismo sociais em cada contexto nacional serão interpretados ou “reescritos”, no sentido de Fredric Jameson em The Political Unconscious, como a representação do fracasso do estado ausente brasileiro e do estado conspirador venezuelano e, ainda, como manifestações literárias latino-americanas do realismo contemporâneo oscilante entre a indignação nacional e o apelo à democracia. A partir de uma perspectiva comparatista, se trata de apreciar o contraste, em cada contexto nacional, entre o ideário constitucional vindo da independência política e, ao mesmo tempo, apreciar a viva concorrência pela hegemonia da cultura e, pela sua vez, da política nacional.