DESTINO E LIBERDADE: Um ensaio sobre a teleologia latente na filosofia da arte de Arthur Danto (original) (raw)

O problema da interpretação das obras de arte no pensamento de Arthur Danto

The problem of the Interpretation of artworks in Arthur Danto’s thought Abstract: This paper intends to expose the concept of interpretation of artworks in Danto’s thought. In a first moment, we’ll approach the importance of the concept of interpretation of the artworks, mainly in the Post‑historical era of the art. After, the paper presents the Dantian conception of surface interpretation and the replication of the hermeneutical currents as the affirmation of theoretical kledons. Finally, we will question the problems concerning the relationship between the thesis of surface interpretation and the supremacy of author’s authority for the Dantian philosophy of art. Key‑words: Arthur Danto; artworks; theoretical kledons; surface interpretation; deep interpretation; Brillo Boxes.

A influência fregeana na filosofia da arte de Arthur Danto

Discurso, 53 (2), 2023

O presente estudo tem por objetivo reconhecer a influência de Gottlob Frege na filosofia da arte de Arthur C. Danto. Partimos do pressuposto de que algumas das principais soluções teóricas encontradas por Danto têm por base e inspiração a semântica fregeana. Para isso, analisamos o corpus em filosofia da arte de Danto, e mapeamos as passagens mais características do fenômeno observado, correlacionando com alguns trechos da obra de Frege.

Liberdade, identidade e política na arte contemporânea: um diálogo com Danto

Viso: Cadernos de estética aplicada, 2014

O presente trabalho se propõe a instaurar um diálogo crítico com a filosofia dantiana da arte. A primeira parte do texto acompanha o desenrolar da construção teórica dos trabalhos de Danto paralelamente ao desafio de explicar as conseqüências estéticas e filosóficas das mudanças que ocorreram no cenário artístico mundial contemporâneo. Mostramos como Danto extrai implicações filosóficas dessas mudanças, colocando em pauta temas como o da liberdade artística, do pluralismo, das identidades multiculturais e da política. Contudo, problematizamos também os aspectos ideológicos presentes na relação que ele estabeleceu entre sua tese do fim da arte e a ideia do fim da história. Na segunda parte do texto, discutimos algumas intuições do próprio Danto sobre os temas acima elencados para confrontarmos sua teoria oficial com a especificidade da produção local de identidades artísticas periféricas. Finalmente, procuramos indicar como alguns elementos renovados da Teoria Crítica da Sociedade po...

Arte, interpretação e consciência da interpretação na Filosofia da arte de Arthur Danto

Kalagatos: Revista de Filosofia, 2017

RESUMO A partir da crítica das teorias da arte predecessoras, o artigo procura explicar e interpretar a filosofia da arte de Arthur Danto, que procura dar uma definição "curta" de arte, onde a interpretação da obra como obra de arte possui papel principal, uma teoria que só se torna historicamente possível depois do advento do ready-made de Marcel Duchamp, uma obra cujos aspectos estéticos são irrelevantes para sua condição de arte.

O mundo e os mundos da arte de Arthur C. Danto: uma teoria filosófica em dois tempos

O artigo apresenta duas versões temporalmente afastadas da noção de “mundo da arte” formuladas pelo filósofo Arthur C. Danto (1924-2013). A primeira, apresentada no clássico artigo de 1964 “The artworld”, em resposta a seu círculo filosófico mais próximo, e diante da aparente radicalidade dos exemplares exibidos como obras de arte naquele período; e a segunda, apresentada no ensaio “The art world revisited: comedies of similarities”, de 1992, como uma tentativa cabal de afastar sua teoria da sombra da Teoria Institucional de George Dickie e da noção de mundo da arte ali implicada. The article introduces two temporally apart versions of the notion of “art world” formulated by the philosopher Arthur C. Danto (1924-2013). The first, as introduced in the classic 1964 article “The artworld”, in reply to his philosophical circle and beyond the apparent radicalism of the exemplars presented as works of art at that time; and the second, introduced in the 1992 essay “The art world revisited: comedies of similarities”, as a final attempt to deviate his theory from the shadow of George Dickie’s Institutional Theory and from the notion of art world thus implied.

O tema do fim da arte em Arthur Danto

The theme of the end of art is controversial because it is remarkable that the art is being produced, which would contradict the thesis mortuary. The end of art, however, was announced at first by Hegel, asserting that art would be more romantic than artistic and spiritual, so the art would be superseded by science and its ability to universality. This thesis of the end of art, however, was defended at other times of philosophy in the nineteenth and twentieth centuries. Arthur C. Danto is one of the more recent philosophers to affirm it. He argues that contemporary art is a post-historical art, because what ended was the history of art after the era of grand narratives. In the history of art is possible to distinguish between two master narratives that shape discourse about art and what it should be, what their goals and their true ambitions: Danto analyzes narratives of Vasari to Greenberg and decipher the contributions of both to the big time end of art history and post-history. In this, the moment that pluralism is allowed and nothing is done as art can be understood as the opposite, the art reached its autonomy, while delivering to philosophy the task of saying what it is and how it justifies its existence.

O problema da estética em Arthur Danto e a questão da crítica em Walter Benjamin

Viso

Diante das mudanças ocorridas na arte das últimas décadas, os critérios estéticos tradicionais perdem sua eficácia para pensar a produção artística contemporânea. Consequentemente, a recepção da obra de arte, assentada na tradição, torna-se inócua. Neste artigo apresento a necessidade de uma reconfiguração da recepção do objeto artístico a partir da crítica não normativa da obra de arte, cunhada por Walter Benjamin, em associação às reflexões sobre estética e filosofia da arte desenvolvidas por Arthur Danto. A aproximação entre esses dois autores, embora mantenha uma dimensão controversa, propõe rearticular aspectos do pensamento benjaminiano sobre a arte, corroborando sua crítica em relação ao ideal forjado pela razão iluminista. Assim, o presente artigo expõe o problema da estética e da história partindo do olhar que o contemporâneo lança ao passado, o qual ressignifica importantes modificações que o século XVIII introduziu no conceito de arte.

Significados incorporados e a questão retórica da arte em Arthur Danto

Viso: Cadernos de Estética Aplicada, 2024

Resumo: O problema da definição da arte é medular para a filosofia da arte de Arthur Danto. Sendo o esteta um essencialista, e cuja teoria estética compreende a condição histórica da arte como característica extensional de seu essencialismo, a objetividade de uma definição ao mesmo tempo apresenta à sua teoria um fundamento para distinguir obras de arte de objetos comuns, como também oferece a ela um ponto de partida em torno do qual suas outras teses sobre a arte podem, com seguridade, se assentarem. Essa teoria, contudo, desdobrou-se em um conjunto de impasses justamente ao apresentar uma fórmula da definição, representada pelo enunciado “ser uma obra de arte é ser (i) sobre algo e incorporar seu significado”. No presente artigo, demonstrarei que a formulação de Danto encobre um dos aspectos mais importantes de sua filosofia da arte, o conceito de retórica, indispensável não apenas para o sustento de sua teoria da definição, como também para uma adequada compreensão de sua própria fórmula. Palavras-chave: Danto; definição de arte; formulação; retórica. Embodied Meanings and the Rhetoric of Art in Arthur Danto Abstract: The art definition problem is central to Arthur Danto's philosophy of art. Considering that this philosopher is an essentialist, and whose aesthetic theory understands the historical condition of art as an extensional characteristic of his essentialism, the objectivity of a definition at the same time presents to his theory a foundation for distinguishing artworks and other objects, as well as offer a starting point around which his other art concepts can safely be argued. However, this theory developed into impasses, precisely when Danto presents a definition formula, represented by the statement “to be a work of art is to be (i) about something and embody its meaning”. In this paper, I will demonstrate that Danto's formulation conceals one of the most important aspects of his philosophy of art, essential both for the support of his art definition, and also for a correct understanding of his formula: the concept of rhetoric. Keywords:Danto; art definition; formulation; rhetoric.