O “SE” MÁGICO DE STANISLAVSKI NA CONSTRUÇÃO DE UMA DRAMATURGIA BASEADA EM FATOS HISTÓRICOS DITATORIAIS (original) (raw)

A PERSONALIDADE AUTORITÁRIA EM “OS DEMÔNIOS” DE DOSTOIEVSKI

Este artigo procura analisar, a partir do romance Os Demônios, a forma como o escritor russo Fiódor Dostoiévski compreendeu e retratou o “fenômeno” denominado pela teoria crítica como personalidade autoritária. Neste intuito, confrontaremos passagens do romance de Dostoiévski com algumas idéias desenvolvidas pelos teóricos Theodor Adorno e Max Horkheimer, principalmente a partir do texto “Teoria Freudiana e o Padrão da Propaganda Fascista”. Assim, daremos atenção também ao conceito freudiano de psicologia das massas, porém, sempre pelo viés de Adorno e Horkheimer. Por fim, o texto aponta para a atualidade, não apenas da temática do romance, mas da própria estrutura polifônica da obra que, por seu caráter dialógico, soa como resistência ao autoritarismo que paira inclusive sobre a humanidade esclarecida.

QUANDO A LITERATURA REVISITA A HISTÓRIA: FIGURAÇÃO DA DITADURA MILITAR EM "RUSH", DE ANDRÉ SANT'ANNA

Anais Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura, Literatura e Linguagens: Novas topografias textuais, 2018

Literatura e História convergem e divergem em diversos pontos, pois ambas constituem-se como duas formas narrativas; porém, a arte literária não tem como característica a retratação dos acontecimentos factuais. O fazer literário é o espaço da criatividade do escritor, que dispõe da liberdade de criação, tanto em relação ao conteúdo, ao ficcionalizar no plano da imaginação o que poderia ter acontecido, quanto em relação à linguagem, sendo-lhe permitida a experimentação da forma. Diferente disto, a ciência histórica é comprometida com a representação do factual. Desta forma, a Literatura caracteriza-se como uma possibilidade histórica, não retratando fidedignamente os acontecimentos, mas o que poderia ter acontecido. E, ainda, o discurso ficcional, além de representar o que poderia ter acontecido, pode se reportar ao factual, trazendo novas significações a este a partir do tratamento estético dado à linguagem. Por este viés se encaminha a presente pesquisa, contrastando estas duas formas de narrar que se diferem em seus objetivos iniciais e a organização de seus discursos. Assim, elege-se o conto "Rush", de André Sant'Anna, compilado no livro Sexo e Amizade (2007). A proposta de análise desenvolverá questões referentes à retomada da história recente do Brasil feita pelo texto literário. Assim, além de cotejar Literatura e História, confronta-se a dicotomiápassado-presente´, uma vez que a narrativa remonta a eventos históricos anteriores, a Ditadura Militar Brasileira (1964-1985). Ainda, no que tange à leitura aqui proposta, pensaremos por dois caminhos: a relação do sujeito com a violência em tempos de ditadura, a partir do discurso do narrador-personagem; i Acadêmico do curso de Letras-Inglês e bolsista de iniciação científica (PIIC), Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Brasil.

Resumão: Constantin Stanislavski – A construção do personagem

22/12/2010 Geral, Questão de gosto4 Comentários Depois que já estava na metade do livro "A construção do personagem", de Constantin Stanislavski, resolvi que seria legal compartilhar as partes que achei mais importante com os demais atores do GAN e Zapt. Então fui sublinhando tais partes e agora, após uns dias de digitação terminei a transcrição. Importante ressaltar duas coisas: primeira, como já disse, aqui está apenas as partes que sublinhei a partir da metade do livro. Segunda, a leitura deste resumo não substitui de forma alguma a leitura do livro, acho que nem precisa falar.

ESPELHAMENTO E DISTORÇÃO: A CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE DO RASKÓLNIKOV DE CRIME E CASTIGO EM SEU DIÁLOGO COM SVIDRIGÁILOV

RESUMO: O presente artigo apresenta resultados parciais da pesquisa de mestrado Polifonia e Emoções: um estudo sobre a construção da subjetividade em Crime e castigo de Dostoiévski, com a qual se intenta analisar o protagonista, Rodion Raskólnikov, em sua relação com outros personagens do romance. A análise leva em consideração, por um lado, os estudos da crítica literária, em particular as idéias de Bakhtin sobre o romance polifônico e, por outro lado, a proposta de psicologia da arte elaborada por Vigotski. O artigo contará com um resumo da análise elaborada sobre o par Raskólnikov-Svidrigáilov. Observou-se que Svidrigáilov aparece como duplo de Raskólnikov do tipo visão de horror, cuja função é espelhar, de modo distorcido, aspectos negativos de sua subjetividade. Foram estabelecidos paralelos entre as descrições físicas de cada um, suas relações com figuras femininas, o embate entre egoísmo e altruísmo e o pertencimento a outro mundo como traço de loucura. ABSTRACT: This essay presents partial results of the research Polyphony and Emotions: a study on the construction of the subjectivity in Dostoevsky's Crime and Punishment, which intends to analyze the protagonist, Rodion Raskolnikov, in his relations with other characters of the novel. The analysis takes into account studies in literary criticism, particularly Bakhtin's ideas on the polyphonic novel, as well as Vygotsky's psychology of art. The essay comprehends a summary of the analysis about the duo Raskolnikov-Svidrigailov. We observed that Svidrigailov appears as Raskolnikov's vision of horror double, and his function is to mirror, in a distorted way, negative aspects of his subjectivity. Some parallels were established between their physical descriptions, their relations to feminine characters, the struggle between selfishness and selflessness, as well as the belonging to another world, as a trace of madness.

O HISTORIADOR DA POLÍTICA E A CRISE: DESAFIOS

Começo por uma definição básica dos contornos da história política ou da história do político 1. Esse campo se caracterizaria por reunir estudos dedicado às disputas pela construção (o que inclui a imaginação), conquista e manutenção (o que inclui a legitimação) do poder político. No nosso caso os fenômenos são observados em perspectiva histórica, obviamente, e as pesquisas podem colocar em foco igualmente ações, agentes, instituições e representações políticas as mais diversas. Feita essa definição inicial apresento a proposta da conferência: observar os impactos da crise atual sobre a historiografia dedicada à política, inclusive levando em conta algumas questões de natureza teórica, e refletir sobre a contribuição dos historiadores para a compreensão dos impasses atuais, em que concorrem com outras formas de apresentar/representar o passado e também com as ciências sociais. Além disso, a proposta é também debater sobre as diferentes formas de atuação pública dos historiadores em meio a esse contexto. Em outras palavras, trata-se de analisar os impactos da política sobre o conhecimento histórico e, na outra direção, a atuação da historiografia no espaço público. Temos visto recentemente alguns atores políticos e publicistas/jornalistas repetirem uma fórmula clássica, o que ao mesmo tempo destaca o lugar tradicional da história e denota a preocupação de tais agentes em garantir um lugar na posteridade. Têm se falado muito em julgamento da história e têm se especulado sobre o que dirão do momento atual os historiadores do futuro (Uma digressão provocativa para quem acredita que todos os eventos históricos são inventados pelos historiadores: com isso os contemporâneos transformam estes eventos em fato histórico, o que ficará como legado para os historiadores que não terão o papel de inventar o fato, mas de compreendê-lo e explica-lo). Não é coincidência que nos eventos realizados para debater os atuais impasses 1 Recentemente, tornou-se comum a flexão no gênero tradicional da palavra política e o uso de político, no masculino. O propósito dessa flexão de gênero, em geral, é utilizar " político " para expressar campo mais amplo que o abarcado tradicionalmente pela " política " , incorporando também o universo das representações e do imaginário. A esse respeito ver ROSANVALLON, Pierre. Por une histoire conceptuelle du politique. Paris: Seuil, 2003. Entretanto, não é indispensável o uso de " político " para expressar a ampliação do campo da política. Pode-se manter o uso da expressão tradicional e entender que ela passou a englobar também questões e fenômenos anteriormente não contemplados.

UMA DEFINIÇÃO DE LIVRO DIDÁTICO PARA O "DICIONÁRIO DO ENSINO DE HISTÓRIA" (2019)

Dicionário do Ensino de História, 2019

"Livro didático" é categoria ideal-típica designadora de um artefato que "apresenta o conhecimento". Etimologicamente, neste verbete, a expressão é composta pelo termo latino libro (fibra vegetal usada como suporte da escrita) e pela derivação adjetiva grega didáskei (modo de apresentar o conhecimento).