Um século de marketing urbano: Promovendo a venda da cidade ilusória desde os subúrbios ingleses aos condomínios fechados no Brasil (original) (raw)
Related papers
Cidade e O Urbano No Mundo Expandido Da Mercadoria
Revista Geografias
A análise desenvolve-se na perspectiva do conflito permanente entre valor de troca e valor de uso ou, ainda, entre a propriedade e a apropriação, universo em que se produzem práticas socioespaciais reativas de matizes diversos como, por exemplo, movimentos de moradores e outras formas de luta urbana. Desse modo, a perspectiva que se abre sobre a cidade, e a metrópole, é a de uma geografia em movimento, que valoriza o lugar e suas possibilidades à vida humana.
AS HISTÓRIAS DAS MALOCAS: Urbanização e Comunicação na "Cidade que mais cresce no mundo"
Anais Eletrônicos do XXV Encontro Estadual de História da ANPUH-SP, 2020
O disco Histórias das Malocas representa uma coletânea de canções transmitidas nos diversos episódios de um programa radiofônico homônimo. O programa foi produzido por Osvaldo Moles, um radialista destacado, para a Rádio Record, principal emissora paulista; irradiado entre 1956-1966, era um dos maiores programas do rádio paulista - caso, pouco comum, de sucesso de audiência e de crítica. Perante a ausência quase total de outras fontes do programa, textuais ou sonoras, o disco se constitui como o único registro oficial e proposital que perdurou até os tempos atuais. Lançado em 1961, pela gravadora Chantecler, o disco representa uma espécie de síntese dos primeiros sete anos do programa. Como sua matriz radiofônica, o disco trata das classes subalternas da capital paulista. Asssim, as gravações registram diferentes aspectos da realidade social da plebe paulistana: a maloca e as formas populares de morar; a exclusão e marginalização dos pobres ; o racismo; a cultura popular, entre outros. Considerado à luz de seu momento histórico, e dos discursos hegemônicos que o marcavam, nota-se que Histórias das Malocas é, não obstante seu humorismo, um retrato altamente crítico dos processos de formação da metrópole paulista, e denúncia contra os custos impostos pelos processo avassaladores, em busca de signos como “modernização” e “progresso”. Trata-se, então, de uma fonte histórica que possibilita a investigação e reflexão sobre a sociedade paulistana, suas desigualdades e tensões sociais, e suas expressões culturais.
Revista Cenário
Este artigo tem como objetivo demonstrar como a área urbana central de Tiradentes, Minas Gerais, foi se transmutando em uma “mercadoria” turística, a partir da década de 1990. Tal transmutação ocorreu por meio do empreendedorismo e do marketing urbanos, que passaram a divulgar a cidade, em âmbitos nacional e internacional, por meio da “venda” de espaços urbanos constituídos por arquiteturas ditas “históricas”. Neste processo, a área central da cidade passou a receber mais investimentos em infraestrutura urbana e as edificações “históricas” se tornaram “espetáculos” e “valorizadas”. Isso fez com que as residências existentes no espaço composto por essas “edificações históricas” se transformassem em estabelecimentos comerciais, deslocando as populações que aí residiam para bairros menos valorizados pelo mercado imobiliário.
Revista Geográfica de América Central , 2011
Este artigo tem como objetivo discutir as estratégias de marketing utilizadas pelos agentes do mercado imobiliário brasileiro para comercializar lotes, casas, sobrados e apartamentos em condomínios habitacionais. Ao verificar os folhetos de divulgação de habitações em condomínios como produto de mercado constata-se que a vida cotidiana nestes enclaves difere do imaginário difundido pelo mercado e que os problemas se apresentam de modo semelhante aqueles presentes nos antigos bairros tradicionais dascidades brasileiras com ruas e avenidas abertas ao público em geral. Considerando uma pesquisa realizada com moradores de três condomínios habitacionais na cidade de Limeira-SP observa-se que é possível confrontar a ideia de habitação como signo divulgadapelos agentes do mercado imobiliário e a visão que os próprios moradores possuem deste signoapós adquirido, tal qual das relações sociais cotidianas presentes nestes enclaves. Propõe-se no decorrer do artigo apresentar elementos que auxiliem na compreensão do marketingcomo ferramenta geográfica capaz de auxiliar na difusão, no comércio e no consumo de habitações como produtos de mercado em condomínios habitacionais no Brasil.
2016
DESENVOLVIMENTO DO MARKETING TERRITORIAL: O CASO DE SALVADOR Resumo O intuito deste trabalho é analisar como a cidade de Salvador pode gerar sua marca a partir da percepção dos seus residentes e não residentes. Para tal, foram feitos dois estudos por meio de uma combinação de metodologias de naturezas quali e quantitativa que indicaram as ideias e sentimentos que as pessoas têm sobre a cidade Salvador e o grau de concordância sobre esses atributos obtidos. No estudo 1 foi utilizada a free elicitation e análise fotográfica que geraram uma lista de atributos sobre a imagem da cidade Salvador; e no estudo 2 foi feita a análise do grau de concordância sobre esses atributos através da escala de Likert, posteriormente apurados pela análise fatorial, que gerou 7 fatores pelos quais percebe-se a imagem de Salvador. A partir dos resultados foram discutidas e apresentadas algumas estratégias e ideias para Salvador gerar sua marca-cidade. PALAVRAS-CHAVE: Marketing territorial, cidade Salvador,...
O artigo apresenta a reflexão em torno do marketing urbano, evidenciando suas funções e aplicações na construção do conceito em espaços urbanos brasileiros, e das territorialidades adjacentes a esse processo, verificando as mensagens implícitas que esses territórios em particular estão transmitindo às pessoas. Para atingir os objetivos propostos, este estudo, de natureza qualitativa e de cunho exploratório, aborda a forma como estão inseridas algumas ações de marketing na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. A análise partiu da coleta de dados das imagens e ações estratégicas, de 2011 a 2015, da marca Rio de Janeiro e da verificação dessas imagens construídas mercadologicamente com os conceitos de cidade-mercadoria de Vainer (2002) e de empreendedorismo urbano de Harvey (2005). Os estudos apontaram para um marketing generalizado, principalmente nos planejamentos urbanos, transformando as cidades em mercadorias orientadas pelo poder do capital, retirando delas seu caráter de espaço de encontro e confronto entre cidadãos.