Tronco Velho: histórias Apurinã (original) (raw)
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Literatura e Autoritarismo, 2019
A presente proposta se consolida como uma análise da narrativa “Massacre do Urubuã” narrada por Adilino Francisco Apurinã Itariri, da etnia Apurinã, Comunidade Vera Cruz (Terra Indígena Água Preta/Inhari/Igarapé Água Preta, Município de Pauini-Estado do Amazonas). Referida narrativa foi publicada por Schiel (2004) em tese de doutorado em Ciências Sociais da UNICAMP com o título “Tronco Velho: Histórias Apurinã". Para o corpus escolhido o objetivo apresentado se constitui de discutir a importância do trauma na narrativa oral coletiva como escrita literária de testemunho, entendendo a narrativa apurinã como objeto de cultura do povo Apurinã, e, portanto, um espaço memorial apresentado como possibilidade de tradução do traumático, quanto à narração das violações sofridas por membros da etnia Apurinã. A proposta se ancora em estudos de autores que discutem sobre o trauma como: SELIGMAN-SILVA (2003), GINZBURG (2008), AGAMBEN (2014/2007), REGADAS LUIS (2007), SARMENTO-PANTOJA (2014) ...
Estudos comparativos sobre Apurinã baseados em documentos antigos
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, 2015
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa comparativa dos dados da língua Apurinã (Aruák), falada pelo povo Apurinã no sudeste do estado do Amazonas, e com base em dados dessa mesma língua registrados em documentos antigos. A ideia é que, após a etapa de reconstrução interna dessa língua, poderemos reconstruir formas lexicais antigas e depois compará-las a formas cognatas presentes em línguas próximas de Apurinã, neste caso, Piro e Iñapari. Tivemos como principais objetivos: (i) contribuir para a descrição da língua, especialmente em relação ao desenvolvimento dos principais traços ‘dialetais’; e (ii) contribuir para estudos histórico-comparativos aruák, que partem de uma abordagem bottom-up. A aplicabilidade do método histórico-comparativo, principalmente, reconstrução interna, permite determinar a presença de formas lexicais em documentos antigos, os quais corresponderiam a variantes distintas presentes nas variedades atuais do Apurinã moderno. A determinação da presença de ...
Plínio, o Velho, 2007
Consiste o presente trabalho numa análise do texto "La Peinture" da Obra de Histoire Naturelle de Plínio, o Velho. O presente trabalho decorre no âmbito da cadeira de Arte Clássica e visa um relacionamento analítico entre os conceitos retratados no referido texto e todo o cânone artístico romano. Deste modo adquire uma importância como complemento de ensino, possibilitando uma componente analítica da matéria que se desenvolve ao abrigo desta cadeira.
Os casos históricos de Espinho e do Furadouro (Portugal)
2015
In the second half of the nineteenth century, Espinho and Furadouro, located in the northwest coast of Portugal, began to have serious problems of coastal erosion. This phenomenon continues until today. Causes are well known: the diminishing of sediments arriving to the coast; the building of hard engineering structures updrift and the increasing occupation of coastal zones. There are many studies about the causes of the erosion and the coastline retreat rates. But there are no papers about coastal erosion impact in local communities. Using as methodological tools the concepts of emergency, recovery and reconstruction, the purposes of this study are to examine population perceptions about coastline retreat, its social and economic impacts and the adopted strategies concerning disaster management and maintenance of the urban areas. Also it is analyzed if there was “learning and adaptation” based in the experience gained over more than a century of coastal erosion.Espinho and Furadour...
Scripta, 2002
Em Primeiras estorias, “Os Irmaos Dagobe” e “Fatalidade” podem ser lidas superficialmente como parodias de bangue-bangue em que os atores nao correspondem aos estereotipos do genero. No entanto, as marcas da identidade cultural do sertao bravo, tipo faroeste americano, constituem, sobretudo, o cenario util para nele enquadrar a dinâmica espiritual que Rosa frisava como caracteristica da coletânea. Em ambas as estorias, o narrador oculta essa dinâmica: posicionandose como porta-voz de uma gente “fatalista”, resignada a sofrer os desmandos dos valentoes em “Os Irmaos Dagobe”; adoptando, em “Fatalidade”, a tonica humoristica de uma testemunha que se distancia em relacao aos acontecimentos relatados, fazendo de conta que nao entende em que consiste o “fatalismo” do delegado protagonista. O discurso desses dois narradores, ao mesmo tempo, solicita a perspicacia do leitor – atraves da onomastica, das falas dos personagens, dos enigmas linguisticos colocados na narracao – apontando para um...
Histórias encantadas dos quilombos de Oriximiná
Este livro foi produzido a partir de narrativas registradas no Inventário Nacional de Referências Culturais dos Quilombos de Oriximiná, realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em parceria com a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Município de Oriximiná.
Pintescrituras: História(s) e Rasura(s) em Adriana Varejão
Pintescritura , neologismo cunhado para lidar com as complexidades epistemológicas advindas de uma investigação em nível de Mestrado, batiza o texto que aqui se propõe. Investigava-se então a picturalidade no cinema de Peter Greenaway e na literatura de Virginia Woolf. Ali onde a analogia autoriza que a escrita e o pictórico se reúnam na lógica do traço,opera o conceito que lança luz sobre a circularidade significante – uma troca de olhares entre Lacan e Saussure- em que se propõe uma abordagem poético- sincrônica em detrimento de uma perspectiva linear da narratividade. Pintescritura é agora invocado para o Doutoramento em Teoria e História da Arte em torno das apropriações sígnicas do histórico na obra da artista visual Adriana Varejão em que os limites entre Verdade e Ficção se questionam e problematizam a partir das elaborações propostas por Jacques Lacan em que sujeito e linguagem copulam, com reverberações que , sustenta-se aqui, não se confinam aos desdobramentos pós-lacanianos presentes em Damisch e Georges Didi-Huberman, historiadores da arte, mas poderiam igualmente servir a uma reflexão em torno das implicações para a Teoria da História como campo expandido, constituído por espelhamentos e(m) analogias. O entendimento do passado como uma “estrutura em progresso” presente na obra do historiador francês Marc Bloch e dos representantes dos Annales impõe-se aqui. Só uma indagação nascida de uma demanda investigativa presente pode autorizar que o passado se atualize como um campo de desafios interpretativos a serem enfrentados pelo historiador. Eis o que constitui o histórico como um problema digno de um olhar que o disseque à luz do contemporâneo e o possa constituir como um terreno marcado por significações nunca inteiramente dadas mas resultantes de tensões significantes. “Os fenômenos não falam por si sós e pela evidência. É preciso provoca-los . O que equivale a dizer que é preciso construí-los como objetos teóricos” , como nos lembra Calabrese em A Idade Neobarroca. O impacto para a constituição do conhecimento histórico é,acredita-se,indiscutível. Defende-se aqui a legitimação de uma transposição ou um empréstimo, por assim dizer, das elaborações de Bloch para este outro lugar – topos -em que o artista usa os motivos da história como rasura, a seguir-se a lição de Derrida,uma escrita em que a lógica de significação advém de uma operação no significante – aqui tomado para além de sua constituição linguístico-verbal – pois que uma das premissas de nossa visada é a de que a imagem se constitui como um discurso que, invariavelmente, depende de uma elaboração veiculada pela palavra, viabilizada pelas estruturas logofonocêntricas. A História "na" Arte é repensada a partir de uma apropriação em que Varejão se torna alegoria.