A Internet em Portugal 2009 (original) (raw)

A presente publicação, apresentada pelo Obercom em colaboração com o SAPO, baseia‐se nos dados do inquérito WIP World Internet Project, que conta com edições prévias em 2003 e 20061. Em 2009 a Internet celebra o seu quadragésimo aniversário e a World Wide Web o seu vigésimo. Desde a sua criação, a Internet e a Web reinventaram‐se de várias formas e em diversos momentos, permitindo inclusivamente o surgimento de novos padrões e modelos de comunicação. As sociedades são todas caracterizadas por modelos comunicacionais. Se considerarmos os modelos de comunicação que têm vindo a moldar as nossas sociedades, três principais momentos podem ser identificados. Um primeiro modelo, a comunicação interpessoal, consiste numa troca bidireccional entre pessoas de um determinado grupo social. Um segundo modelo, a comunicação de um‐para‐muitos, acontece quando uma única pessoa envia uma mensagem para um grupo limitado de pessoas. Um terceiro modelo, a comunicação de massas, foi tornado possível pela evolução tecnológica e consiste na difusão através de meios electrónicos de uma mensagem, enviada para uma massa de indivíduos anónima, de dimensão desconhecida e geograficamente dispersa. No entanto, com a emergência da Sociedade em Rede, um novo modelo está a surgir, o da Comunicação em Rede, baseando‐se no argumento que o sistema de media actual parece estar organizado não em torno da ideia de “convergência”, tornada possível pelas tecnologias digitais, mas em torno da articulação em rede dos dispositivos de mediação interpessoais (tais como o telemóvel) e em massa (como por exemplo, a televisão). Mas, também se encontra novidade no facto de, na sociedade em rede, a organização e o desenvolvimento do sistema de media depender, em larga medida, da forma como os utilizadores se apropriam socialmente dos media e não apenas de como os operadores e o Estado organizam a comunicação. Assim, de um mundo de comunicação em massa constituído por organizações de distribuição de conteúdos, estamos a dirigir‐nos para um mundo construído, ainda, por grandes conglomerados de media, mas também pela forma como as pessoas trabalham em rede com diferentes tecnologias mediadas, combinando mecanismos interpessoais de mediação com mecanismos de mediação de massa.