Um histórico sobre a geoconservação no Brasil e no mundo: uma prática possível? (original) (raw)

O município de João Pessoa e arredores, além da porção litorânea do Estado como um todo, tem passado por inúmeras transformações nas últimas décadas, em decorrência de um fluxo sem igual de pessoas do interior e de outros Estados e regiões. Estas pessoas escolheram a região para morarem, em busca de qualidade de vida e melhoria socioeconômica, resultando em um aumento brusco na população total e, consequentemente, na pressão sobre o meio natural, típico de zonas costeiras com sua beleza paisagística- belas praias, falésias, recifes, bancos de areia, um estuário de grandes proporções, entre outras. Esta beleza natural ímpar, entrelaçada a uma cultura secular, que utilizou os aspectos físicos para sua consolidação, resultou em bens de inegável importância histórica, científica, pedagógica, turística, entre outros valores, o que lhe imprime um caráter patrimonial. Assim, a natureza privilegiada, associada ao patrimônio cultural importante, resulta na apropriação deste ambiente costeiro, urbano ou não, em práticas de lazer, turismo, educacionais, desportivas, por exemplo. O aumento da demanda turística e da ocupação humana sobre o patrimônio, seja natural, nomeadamente o Geopatrimônio, seja cultural, requer práticas que visem sua preservação, pois ambos apresentam vulnerabilidade, em decorrência da pressão demográfica imposta. Este ensaio versa sobre a definição e o histórico acerca da geoconservação, tanto no Brasil quanto no mundo, procurando discutir a viabilidade de sua prática através de exemplos que incluem a Paraíba, em especial sua porção oriental, onde a pressão sobre o patrimônio abiótico é maior. Afinal, vivemos em um mundo onde a exploração sem limites dos recursos naturais tem causados danos irreversíveis à geodiversidade, e a inserção de uma consciência ambientalista, voltada especificamente ao patrimônio abiótico é emergente e necessária.