Coparentalidade em famílias de adolescentes com autismo e comportamento agressivo (original) (raw)
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2009
Coparenting is a systemic concept that refers to the way parents work together in their roles as parents. This study examined the parents' recognition of the sexuality of their adolescent children with autism and it's relation with the coparenting. Three couples whose adolescent children were diagnosed as having autism participated in this investigation. Adolescents were aged between 15 and 18 years old. Semi-structured interviews were used and analyzed by Content Analyses. The general analysis of the results showed a tendency of families of not recognizing their children´s adolescence, including their sexuality, and that this aspect affected the father´s participation in the "male" situations (e.g. hygiene activities). It was identified a worrying picture in which the mothers were involved with the personal hygiene of their adolescent children and felt uncomfortable about this task. The conclusion is that the comprehension of sexuality in adolescents with autism or with any other special need must be inserted in a wider context about the impact of adolescence on the family as a whole. The existence of autism in family contexts cannot be understood in a deterministic way, once it depends, for instance, on how the family perceives the event, among other factors.
Criando pré-escolares com autismo: Características e desafios da coparentalidade
Psicologia Em Estudo, 2010
RESUMO. A coparentalidade é um conceito sistêmico que se refere ao modo como as figuras parentais trabalham juntas em seus papéis como pais. Este estudo examinou a coparentalidade de cinco casais (pai/mãe) com filhos com autismo, cujas crianças tinham entre 4 e 7 anos. Utilizou-se uma entrevista semiestruturada, com base em categorias de McHale sobre coparentalidade e categorias geradas pelo estudo. Os resultados demonstraram que as tarefas parentais não são compartilhadas de forma igualitária entre o casal e que isso ocorre em função das demandas próprias do autismo e da forma como a família se organiza para atender a essas demandas. A solidariedade e o apoio entre o casal ocorrem principalmente durante o processo de diagnóstico e de dificuldades comportamentais do filho. Finalmente, uma das maiores fontes de conflito entre pai e mãe são divergências quanto às práticas educativas, em especial a questão de superproteção/colocação de limites no filho.
Vínculos afetivos de adolescentes borderline e seus pais
Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2010
Este estudo investigou as características dos vínculos afetivos entre adolescentes com indicadores de organização de personalidade borderline e seus pais. Esses adolescentes foram avaliados por meio do procedimento de estudo de casos múltiplos. Além de entrevistas, foram aplicados o Teste Projetivo Rorschach, o Teste do Desenho da Família e o Inventário de Vínculos Parentais. Os resultados apontaram para vinculações afetivas fragilizadas, permeadas por representações de negligências, abandonos, falta de amparo e proteção. Foram identificadas histórias de vida com vivências traumáticas e violências de diversas ordens. A dimensão transgeracional apareceu em destaque na compreensão dos casos avaliados. Ressaltou-se a necessidade de estudos sobre a adolescência borderline e da ampliação de pesquisas qualitativas sobre o assunto.
Intervenções psicanalíticas com famílias de crianças diagnosticadas com autismo
Estilos da Clinica
Este trabalho discute a clínica com famílias de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A palavra “estranho”, recorrentemente usada para adjetivar essas crianças, propulsiona a discussão sobre o acolhimento do grupo familiar. Confrontados com esse “estranho” diariamente, o atendimento a famílias impõe questões à psicanálise. Neste trabalho, percorrem-se autores psicanalistas e apresentam-se evidências atuais sobre atendimentos psicanalíticos para crianças diagnosticadas com TEA e suas famílias. A psicanálise constitui dispositivo de escuta primordial para acolher o “estranho” e propicia novos significados e possibilidades de encontro entre os sujeitos enredados nesse dilema.
Grupo focal com mães de adolescentes com autismo à luz do modelo bioecológico
Pensando familias, 2021
O modelo bioecológico de Bronfenbrenner oferece contribuições importantes para o estudo sobre as vivências familiares e suas interinfluências. A exemplo disso citam-se o conceito de transição ecológica e a prática de devolutiva em pesquisa, que foram abordados neste estudo descritivo, cujos objetivos foram descrever uma experiência de devolutiva de pesquisa com mães de filhos adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e analisar os conteúdos que emergiram dos discursos delas. Participaram do estudo cinco mães, com idades entre 42 e 50 anos. Foi realizado um encontro, com uso da técnica de grupo focal, que foi gravado em áudio e registrado em diários de campo. Os dados foram transcritos, analisados, discutidos com base na literatura e apresentados em oito categorias, referentes a dois momentos do encontro. Os resultados indicaram que os assuntos que suscitaram maior interesse das mães foram aqueles relacionados às transições ecológicas. Também foram constatadas a validade ecológica da pesquisa e a necessidade das mães de terem mais espaços para compartilhamento de experiências e conhecimento de um número maior de recursos que possam favorecer estratégias de suporte e enfrentamento. Pretende-se, através da descrição e análise dessa experiência, indicar possibilidades de práticas dirigidas a essa população e suscitar novos estudos sobre o tema.
Coparentalidade e envolvimento parental em famílias binucleares: revisão sistemática
Actualidades en Psicología, 2020
Objetivo. O objetivo desta revisão sistemática foi compreender como a coparentalidade, o envolvimento parental e as práticas parentais influenciam a dinâmica de famílias binucleares. Método. Realizou-se uma busca nas bases de dados PsycINFO, Web of Science e BVSPsi, que resultou em 17 artigos científicos. Os estudos foram analisados criticamente em relação às características metodológicas e aos principais resultados. Resultados. Em linhas gerais, observou-se que a coparentalidade e o envolvimento parental associam-se com diversos fatores de proteção à saúde psicológica dos pais e das crianças após o divórcio, em consonância com dados encontrados com famílias intactas/nucleares. Não foram encontradas pesquisas sobre práticas parentais dentro dos critérios de busca estabelecidos. Discutem-se possíveis vieses e indicações para futuras investigações e intervenções com famílias binucleares.
Apego em casais com um filho com Autismo
Fractal : Revista de Psicologia, 2014
A teoria do apego tem como premissas que o apego da pessoa está relacionado à qualidade das suas relações amorosas e que tende a ser reativado em situações estressantes. Baseado nisso, esse estudo investigou as relações entre apego individual e apego compartilhado pelos cônjuges, em três casais, cujo filho apresenta o Transtorno do Espectro do Autismo -TEA. O apego individual foi avaliado através do Attachment Script Assessment e o apego compartilhado, através de uma entrevista semiestruturada. Os principais resultados revelaram que em casais, nos quais um (ou ambos) dos cônjuges, apresentaram acesso ao script de apego individual seguro, a relação como parceiros, principalmente no aspecto parental, estava preservada, o que não ocorreu quando os cônjuges não apresentaram estes indicadores.
Relações entre violência doméstica e agressividade na adolescência
Cadernos de Saúde Pública, 1998
O objetivo deste estudo foi verificar fatores de risco para não-adesão ao tratamento para tuberculose nos pacientes inscritos no Programa de Controle da Tuberculose, residentes na zona urbana da cidade de Pelotas. O estudo estendeu-se de julho de 1994 a dezembro de 1995. Uma coorte de pacientes com diagnóstico incidente de tuberculose, entre vinte e oitenta anos de idade, foi acompanhada no Centro de Saúde da cidade, onde são centralizados todos os pacientes com tuberculose. Cada paciente foi acompanhado desde o diagnóstico da doença até o término do tratamento, seis meses após. Um questionário padronizado e pré-codificado foi aplicado a todos os pacientes. Foi diagnosticado um total de 152 casos novos de tuberculose no ano em estudo; destes, aproximadamente 20% dos mesmos abandonaram o tratamento. Em relação aos fatores de risco estudados para não-adesão ao tratamento não se encontrou significância estatística para fatores sócio-econômicos, trabalho do chefe da família, idade, sexo...
Agressividade = Autismo? Agressividade ≠ Autismo!
Autismos em Psicologia Histórico-cultural: cenários e contextos de atuação, pesquisa e formação, 2024
Constantemente em nossas experiências pessoais e profissionais, deparamo-nos com preocupações relacionadas aos comportamentos de crianças e jovens no espectro autista, em especial, no que concerne aqueles descritos, usualmente, como agressivos e outras variações. Esses modos de descrição de características e do diagnóstico de autismo nos conduziram ao questionamento: Quais as relações entre agressividade e autismo? Em busca de respostas, objetivamos neste texto investigar como as pesquisas nacionais dos últimos cinco anos (2018-2022), sobre pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), abordam esta problemática. Com base na perspectiva Histórico-Cultural fomentamos a elaboração do que é possível compreender por agressividade, e usamos essa compreensão em nossa análise crítica dos dados. Na investigação identificamos que as características de pessoas com autismo são associadas ao diagnóstico em déficits, reducionismos, generalizações indevidas e rótulos pejorativos, principalmente em relação aos sujeitos que necessitam de maior suporte. Assim, retiram-lhes sua humanidade e as oportunidades de desenvolvimento. A expressão agressividade apareceu tanto como uma característica inerente e determinista do TEA, ignorando a diversidade do espectro, as condições sociais que formam a unidade de desenvolvimento, quanto em associação a uma condição desencadeada, exclusivamente, pelas relações familiares, com ênfase na maternidade. Ambas as perspectivas dicotomizam os sujeitos e não dialogam com as contradições e confluências das múltiplas determinações que envolvem a formação da unidade integral do ser humano.
Comportamentos agressivos entre pares e padroes de vinculaçao: um estudo com jovens adolescentes
Amazonica, 2011
RESUMO: O presente estudo, desenvolvido com 237 jovens de três escolas do distrito de Évora, teve como objectivos caracterizar e analisar os comportamentos relacionados com situações de bullying (vitimação, agressão e observação); e analisar a existência de eventuais relações entre padrões de vinculação e comportamentos agressivos entre pares. Utilizaram-se dois questionários de auto-relato, nomeadamente o QEVE-Questionário de Exclusão Social e Violência Escolar (Martins, 2003), que mede os comportamentos de agressão, vitimação e observação; e o IVIA-Inventário sobre Vinculação para a Infância e a Adolescência (Carvalho, Soares & Baptista, 2006), que analisa um conjunto de comportamentos e representações da vinculação na infância e na adolescência. Ambos os instrumentos mostraram boas qualidades psicométricas. Os resultados mostraram uma clara prevalência de situações de observação, relativamente às situações de agressão e de vitimação. Em todas estas situações, os comportamentos relacionados com a Exclusão Social e Agressão Verbal são os mais frequentes, comparativamente aos comportamentos relacionados com a Agressão Física. Os rapazes apresentaram médias mais elevadas em todas as escalas; os estudantes com menor percepção de suporte social na escola eram os que evidenciavam mais comportamentos de vitimação. No que se refere aos padrões de vinculação, os resultados mostraram que a vinculação segura parece funcionar como um factor protector para a vitimação e para a agressividade. A partir dos resultados obtidos, serão analisadas pistas para uma intervenção psico-educativa.