AS GEO-GRAFIAS DA MEMÓRIA: O LUGAR FESTIVO COMO BIOGRAFIA ESPACIAL (original) (raw)

ESPAÇOS POÉTICOS MEMORIAIS, PEQUENOS E COTIDIANOS: ETNOGRAFIA DE RUA NA CIDADE IMAGINÁRIA

Revista Iluminuras, 2020

Este artigo desenvolve teoricamente sobre o potencial imaginário da cidade, e finda por evidenciar os espaços poéticos memoriais, pequenos e cotidianos do espaço urbano. Dividimos o texto em duas partes: primeiro debater cidade imaginária como um espaço macrossocial de investigação da cidade e, segundo, espaços poéticos memoriais como espaço microssocial de práticas cotidianas. Da problematização dos estudos urbanos indicamos uma etnografia de rua comprometida com as práticas urbanas cotidianas e os modos de viver na cidade. Etnografia de rua na cidade imaginária Queremos demonstrar como a cidade atua no lugar do olhar e caminhar, perceber o cotidiano como expressa Certeau (2014). Daremos vazão aos sentidos minúsculos, as experiências visuais e sonoras, estéticas e afetivas, simbólicas e políticas nas ruas visitadas e nos trajetos vividos no interior de histórias urbanas. Cremos que mais do que pessoas e grupos, os prédios, edifícios, parques, shoppings, ruelas, becos, pontes, portões e travessas se configuram como cenários potentes para descobrir evidências de enredos etnográficos (Costa, 2020). Conceitos diferentes, cenários goffmanianos (Goffman, 1985) são admitidos na pesquisa de etnografia de rua como "conjunto de ações, objetos e significações unidos e simultâneos em um mesmo espaço", e as cenas urbanas, que descreveremos por imagens urbanas, "são antes de tudo imagens em movimento, experiências físicas, experiências visuais de um espaço, em um espaço" (Gomes, 2013: 189-201). Do ponto de vista geográfico, cenas e cenários são situações e espaços culturalmente basilares para o que Santos (2014) chamou de a cidade-revolucionária o ambiente do acontecimento e do acontecido, no tempo globalizante do sistema capitalista moderno. As cenas são as situações de interação social, os cenários são os espaços onde as situações se desenrolam.

LUGARES DE MEMÓRIA: A RELAÇÃO ENTRE A MEMÓRIA E OS ESPAÇOS FÍSICOS EM MOSSORÓ/RN

Revista História.com - Universidade Federal do Recôncavo Baiano , 2018

Resumo Este trabalho visa discutir como a memória é formatada e coadunada a lugares, pois a cristalização da memória ultrapassa o campo da escrita, adentrando aos lugares de memória. No caso de Mossoró/RN, esses locais expressam mais do que simples projetos arquitetônicos e urbanísticos, possuindo um valor simbólico que sacraliza a memória, concedendo-a um valor além de subjetivo, material, firmado em imagens presentes e expostas. Diante de uma memória pujante sobre o cangaço, a cidade resguarda lugares que privilegiam e denotam ao ocorrido veracidade e destreza ante ao esquecimento que é comum ao humano, sendo assim, lugares como o Museu Histórico Municipal Lauro da Escóssia, Memorial da Resistência e também a Capela de São Vicente, denotam ao público o sentimento de verdade, fato irrevogável do acontecimento. Palavras-chave: Lugares de memória. Mossoró. Cangaço.

MEMÓRIA DA CIDADE: O ESPAÇO COMO ELEMENTO FORMADOR DA NARRATIVA EM BECOS DA MEMÓRIA

ABRALIC, 2018

Resumo: Este trabalho tem como objetivo realizar algumas considerações acerca do espaço como elemento formador da narrativa na obra Becos da Memória (2006), de autoria de Conceição Evaristo (2006). Para essa proposta de análise interpretativa será considerado o plano do espaço como elemento que constitui a narrativa e contribui para a compreensão artística da obra para de modo que este elemento seja constitutivo da narrativa, não se tratando apenas de um segundo plano para o desvelar dos acontecimentos. Narrativa essa que se dá a partir das memórias coletivas que a autora tem de sua vivência na favela em seu tempo de criança que se transpõem para a história como as memórias e narrativas da personagem Maria-Nova. A linha de pesquisa na qual se insere este trabalho é literatura e vida social e, por isso, tomando o texto literário para refletir sobre a sociedade.

CULTURA IMATERIAL: LUGARES DA MEMÓRIA

RESUMO É próprio do homem o repertório cultural que traz consigo e compartilha com o outro. Por vezes, manifestações culturais retratam tradições de outrora esquecidas. Essas são identificadas e legitimadas por pessoas pertencentes a este grupo até alcançar o conhecimento daqueles que estão envolvidos com as questões culturais de maneira mais abrangente. Este é o caso da cultura imaterial estudada numa cidade do interior paulista. A partir da metodologia de pesquisa-ação-colaborativa e de registros partilhados em mídias digitais, verifica-se o alcance local/global dessa cultura, a problemática das políticas públicas e das ações governamentais frente às demandas culturais locais em resposta ao lugar e ao global. A necessidade dos registros encontra respaldo nas políticas culturais nacionais e internacionais. Entender estas políticas e as práticas culturais requer um modo de conhecer global e orgânico aportado em diferentes áreas como: da geografia – ao georeferenciar as narrativas; da história – porquanto as narrativas de vida podem estar ou não acordadas à história oficial; da ciência da informação – apropriação da informação, formas e divulgação de registros; e da comunicação – que é o campo onde se situa a pesquisa. Portanto, responder a questões culturais é necessariamente trabalhar em sua complexidade de maneira transdisciplinar e colaborativa. Palavras-chave: Cultura Imaterial. Memória. Mídias Digitais. Narrativas Audiovisuais. Transdisciplinaridade.

FAVELA E OS ESPAÇOS MONUMENTALIZADOS: UM LUGAR DE MEMÓRIA

The purpose of this work is to identify and analyse the structure and the operation of a process which is similar to the concept of "monumentalization". The area under study is part of Morro dos Macacos' favela. The work tries to describe the idea of a monument, its interpretation and applicability to explain non-official monuments in a such stigmatized place, a slum. So, the research also presents a history of Morro dos Macacos and some observations on its inhabitants daily life, and their particularities, to make the public closer to this object.

Diário Gráfico: O Registo da Experiência dos Lugares

Revista Dobra: Literatura, Artes, Design - 4, 2019

A experiência dos lugares através do registo no diário gráfico ocorre maioritariamente em duas situações: o microcosmos das pastelarias, com o seu tecido de população simultaneamente permanente e flutuante, revela-­se como espaço dinâmico através da encenação diária levada a cabo pelos seus frequentadores;; o espaço rural com a artificialização da paisagem através de plantações extensivas, onde a delimitação da propriedade privada anula quase por completo a busca do sublime e interrompe a circulação pelo território. Coloca-­se a questão da objectividade desse registo gráfico e de o grau de interpretação poder subverter as características que tornam esses lugares únicos e estimulantes. Palavras-­Chave: Desenho; Diário Gráfico; Registo; Caminhar; Paisagem; Pastelarias.

VESTÍGIOS DO “LUGAR SOCIAL” NA ESCRITA DOS MEMORIALISTAS

O artigo discute a produção dos memorialistas grapiunas, nestes considerados os intelectuais da região cacaueira que se dedicaram a produzir um conhecimento sobre a história regional, mas que não possuem formação acadêmica em História. A metodologia empregada centra-se na análise bibliográfica voltada à produção de revisão literária.

ZONAS FREÁTICAS: A ATIVAÇÃO DE ESPAÇOS DA MEMÓRIA NA OBRA DE CRISTINA IGLESIAS

Patrimônio e Patrimônio e sociedade: sociedade: desafios ao futuro desafios ao futuro, 2020

O filósofo italiano Giorgio Agamben (2009) afirma que o contemporâneo é a temporalidade do presente que se constrói pelo olhar para o Passado. Dessa maneira, não seria estranho perceber como se faz frequente, em práticas artísticas contemporâneas, a busca de referências históricas de espaços urbanos. Este texto propõe-se a abordar possibilidades de ativação de espaços de memória na arte contemporânea, tendo como ponto de partida a análise de duas obras da artista Cristina Iglesias (San Sebastián, 1956): Tres Aguas (Três Águas, 2014) e Forgotten Streams (Córregos Esquecidos, Londres, 2017). Tais intervenções compõem um conjunto de trabalhos que vêm sendo realizados nos últimos 10 anos intitulados Zonas Freáticas. Nessa série, a artista articula escultura, arquitetura, natureza e espaço urbano.