A PRIMATOLOGIA NO BRASIL (original) (raw)

A ANTROPOLOGIA DAS EMOCOES NO BRASIL

Revista Eletronica de Ciencias Sociais, 2018

importância crescente da análise antropológica das emoções na sociedade atual pode ser verificada pelo aumento no número das diversas manifestações emocionais e sua interferência na relação homem-sociedade. No caso específico da antropologia das emoções, destaca-se pela utilização desse campo tratado como componente curricular presente nos cursos de ciências sociais, o que desperta o interesse de compreender a estruturação de suas produções científicas. A partir desse interesse, este estudo caracteriza-se como uma revisão sistemática qualitativa e tem por objetivo analisar as produções científicas no Brasil nos últimos 10 anos. Foi concluso que a antropologia das emoções como campo de estudos da antropologia apresenta um número baixo de estudos e aponta uma necessidade maior de investigação para indicar e entender como se encontra a interferência das emoções na sociedade brasileira do ponto de vista antropológico.

A ANTROPOLOGIA COMO CIÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 1

O fato de a antropologia ter se consolidado no Brasil como uma das ciências sociais é pleno de conseqüências, se comparamos o caso brasileiro com o desenvolvimento da disciplina em outros contextos, especialmente nos centros reconhecidos de produção intelectual. Mas, mesmo como uma das ciências sociais, a antropologia no Brasil manteve a dimensão de alteridade que é característica fundante da disciplina. Este artigo tem sua motivação nesse fato. Nele são discutidas algumas conseqüências mais gerais que dele decorrem, assim como uma específica: a configuração que a antropologia adquire no Brasil a partir dos anos 60. O fato É no período que compreende as décadas de 60 e 70 que a antropologia no Brasil começa a se ver como uma genuína ciência social – isto é, como um ramo da sociologia dominante dos anos 40 e 50. Penso não ser exagero usar como metáfora o fato de a antropologia ter se desenvolvido como uma " costela " da sociologia então hegemônica. No entanto, para se constituir como antropologia nesse contexto, foi necessário manter e desenvolver um estilo sui generis de ciência social, no qual uma dimensão de alteridade assumisse a dupla função de produzir uma antropologia no Brasil e do Brasil. Inicio portanto com a pergunta: o que há de fundamental nos anos 60 que marca essa orientação? Se optamos por um olhar institucional, é nos anos 60 que se implantam os primeiros programas de pós-graduação em antropologia nas universidades federais. 2 É esse o momento em que se inicia a reprodução social dos antropólogos de maneira sistemática, formando o que hoje, retrospectivamente, se reconhece como gerações e descendências. 3 convite para participar do colóquio " Antropologias Brasileiras na Viragem do Milênio " e a Joaquim Pais de Brito os comentários. 2 Esse é o período em que se fundam os programas no Museu Nacional/UFRJ e na Universidade de Brasília. Logo em seguida, cria-se o programa de Campinas, que se soma, em São Paulo, ao mais antigo doutorado em antropologia no país, o da USP. 3 Na concepção de Antonio Candido, trata-se do início de uma tradição de saber, diferente de manifestações anteriores, que constituem momentos em que não há continuidade de obras e autores, e quando os últimos não estão cientes de integrarem um processo de formação. Naturalmente, o tempo das manifestações não impede surgirem obras de valor; na verdade, os autores desse período são freqüentemente considerados fundadores pelos que os sucedem, quando estão estabelecidas linhas contínuas de estilos, temas, formas ou preocupações (Candido 1959).

NOTAS SOBRE A CONSTRUÇÃO DA ANTROPOLOGIA NO BRASIL

A antropologia brasileira tem diferentes marcos e, também, diversos heróis fundadores. Destaco a fundação da Universidade de São Paulo, em 1934, por ter possibilitado a contratação, entre outros, dos professores Claude Lévi-Strauss, Radcliffe-Brown, Donald Pierson e Emílio Willems, que foram, junto com Herbert Baldus, responsáveis pela inspiração e formação de profi ssionais como Darcy Ribeiro, Egon Schaden, Florestan Fernandes e Roberto Cardoso de Oliveira. Fora deste contexto, lembramos Curt Nimuendajú, o maior de nossos etnógrafos, e Gilberto Freyre e Eduardo Galvão, este último o primeiro brasileiro a obter o PhD em Antropologia. A Antropologia Social como entendemos hoje, cresce e se afi rma como campo de conhecimento, a partir da Reforma Universitária de 1970, com a generalização dos programas de Pós-Graduação. Roberto Cardoso de Oliveira teve, antes deste momento, a iniciativa de implantar no Museu Nacional (RJ), um extenso Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, cuja primeira experiência ocorreu ainda como especialização, em I960. Na Região Sul, o desenvolvimento da Antropologia, a partir dos anos cinqüenta, teve suas especifi cidades. Dois médicos e um padre foram os primeiros catedráticos da disciplina. Abstract: Brazilian anthropology has diverse founding heroes and landmark moments. The founding of the University of São Paulo should be counted as an important moment for having permitted the contracting of, among others, Lévi-Strauss, Radcliffe-Brown, Donald Pierson and Emilio Willems who, together with Herbert Baldus, were responsible for the formation of professionals such as Darcy Ribeiro, Florestem Fernandes, Egon Schaden and Roberto Cardoso de Oliveira. Aside from this context, we should remember Curt Nimuendaju, our greatest ethnographer, Eduardo Galvão * Estas "Notas" foram apresentadas na Mesa A Construção da Antropologia no Cone Sul, integrante da programação da V da ABA-SUL, que se realizou em Tramandaí, RS, entre 12 e 15 de setembro de 1995. Antes de iniciar sua exposição, o Autor solicitou ao plenário um minuto de silêncio em homenagem aos Profs. Thales de Azevedo (Bahia) e Florestan Fernandes (S. Paulo), heróis-fundadores, falecidos no decorrer deste ano.

ANTROPOLOGIA E CULTURA BRASILEIRA

O objetivo da unidade 1 é conceituar a ciência antropológica que tem como premissa o entendimento do homem completo e cuja preocupação é a compreensão da existência humana em sua expressão global, ou seja, biopsicocultural. É destacada a importância do trabalho de campo para o antropólogo da cultura e suas etapas de pesquisa. O estudo da Antropologia cultural propicia ao ser humano o desenvolvimento de uma atitude sempre aberta ao aprendizado com a alteridade e, desse modo, estimula o respeito às diversidades culturais.

A PRIMATOLOGIA NO BRASIL -9 Buss O NOVO PLANO DIRETOR E A CONSERVAÇÃO DO BUGIO-RUIVO (ALOUATTA GUARIBA CLAMITANS CABRERA, 1940

Resumo. O município de Porto Alegre tem na zona central e norte uma grande área urbana enquanto que a zona sul encontra-se relativamente bem preservada. Entretanto, o atual processo de crescimento da cidade está fazendo com que exista uma grande pressão para a ocupação desta área. Dentro desse contexto, houve a reformulação do Plano Diretor do município. O novo plano, elaborado pela Prefeitura Municipal, previa, em seu projeto original, a implantação de um corredor agroindustrial na zona sul de Porto Alegre, que seria localizado entre duas importantes áreas de ocorrência do bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans), causando o efetivo isolamento das populações. Através de sua atuação no Conselho Municipal de Meio Ambiente e Câmara de Vereadores de Porto Alegre, membros do "Programa Macacos Urbanos" conseguiram propor modificações e alterar a proposta original. O corredor agroindustrial foi transferido para a área de ocupação agrícola já existente. Apesar desta vitória, outras propostas terão impacto sobre as populações remanescentes do bugio-ruivo em Porto Alegre e suas conseqüências são discutidas neste trabalho. É ressaltada a importância da participação de pesquisadores, ligados à conservação, nos fóruns de discussão do desenvolvimento e políticas públicas. Palavras-chave: Alouatta guariba clamitans, Plano Diretor, conservação, Porto Alegre.

ALGUNS DELINEAMENTOS SOBRE ANTROPOLOGIA E QUESTÃO RACIAL NO BRASIL

XIII RAM, 2019

O presente trabalho científico é fruto de um projeto de pesquisa desenvolvido no ano de 2018 e objetiva-se a partilhar os primeiros resultados da investigação que venho fazendo no mestrado, na qual procuro compreender quais as inter-relações existentes entre a Antropologia e a Questão Racial durante os anos 1970-2000, momento que ocorre a institucionalização (CORRÊA, 1995) e expansão da disciplina no campo acadêmico nacional (MONTERO, 2004). Para tal empreendimento, se faz necessário realizar um mapeamento dos Programas de Pós-graduação em Antropologia existentes nesse período para termos uma noção de onde estavam concentrados e, quais suas linhas e núcleos de pesquisas, a fim de termos um maior conhecimento sobre quais deles discutiam ou não questão racial, de maneira direta ou indireta e quais eram os seus vieses de discussão. A análise foi realizada a partir do que chamo de Critério de Identificação, que são palavras e/ou conceitos-chave que nos ajudam a distinguir a relação ou a não-relação do PPGA com a temática da questão racial. A partir disso podemos traçar algumas reflexões iniciais sobre o modo pelo qual a Antropologia brasileira e as discussões sobre as relações raciais se inter-relacionaram. Palavras-chave: Antropologia. Questão Racial. PPGA. Relações raciais.

O ADVENTO DO AGRONEGÓCIO E SUA TRAJETÓRIA NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

XXI ENGA - Encontro Nacional de Geografia Agrária, 2012, Uberlândia - MG. Territórios em Disputa: os desafios da Geografia Agrária nas contradições do desenvolvimento brasileiro, 2012., 2012

O projeto de desenvolvimento rural adotado ao longo de décadas no país tem como principal objetivo a expansão e consolidação do agronegócio, tendo alcançado resultados positivos, sobretudo, em relação à expansão da área, ao aumento da produtividade e à geração de divisas para o país via exportação. A maioria das políticas públicas é direcionada para o agronegócio e acabam por marginalizar a agricultura familiar que é responsável por grande parte da alimentação do brasileiro. A reformulação da política agrícola e a criação de incentivos à verticalização da produção desencadearam as diferenças entre pequenos e grandes produtores. É necessário ressaltar que o Brasil sempre visou atender o mercado internacional em suas demandas por determinadas commodities. Por outro lado, relegou a um plano inferior todos os tipos de agricultura que não atendessem o modelo exportador do agronegócio.

A TEOLOGIA COMO PROFISSÃO NO BRASIL

O presente trabalho propõe uma reflexão acerca da Teologia enquanto profissão no Brasil, contemplando os princípios teológicos, a função social do Teólogo, o projeto de Lei do Senado -PL nº 114/2005 que dispõe sobre a regulamentação dessa profissão e dá outras providências, e a influência desse profissional na sociedade. Constituem objetivos específicos deste artigo: 1) Contemplar os princípios teológicos e a função social do Teólogo; 2) Abordar o projeto de Lei do Senado -PL 114/2005 que dispõe sobre a regulamentação da profissão de Teólogo; 3) Refletir sobre o Teólogo na Universidade, a influência desse profissional na sociedade e as considerações necessárias acerca da religiosidade. Do ponto de vista científico, o presente trabalho visa o conhecimento acadêmico Teológico com a finalidade de propor uma análise reflexiva com base bibliográfica. A metodologia utilizada consiste em uma pesquisa de caráter bibliográfico e servirá para contribuir na ampliação da compreensão a respeito dos aspectos que envolvem o tema em foco, sendo de fundamental importância, visto que suscita questionamentos de interesse acadêmico e social. Em síntese, conclui-se que se faz necessário desenvolver uma visão mais ampla da importância da Teologia para a sociedade, ampliando os conhecimentos acerca das concepções teológicas, as compreendendo e inserindo no seu cotidiano, uma vez que a profissão de Teólogo está inserida numa complexidade própria e articulada com a realidade cultural e histórica de sociedades específicas.

ONDE ESTÁ A ANTROPOLOGIA

Despite their pretense, the declaredly egalitarian, yet to be routinized, cross-cultural dialogues are never in fact between equals, for the absence of a fully governing convention, of a mutually acceptable third, fosters hierarchy — a (silent) assertion of authority over, an " understanding " of, the position of the interlocutor. (Or its opposite.) There is little to mediate — to attenuate — the challenge each participant, coming, as it were, from somewhere else, poses to the other. (Vincent Crapanzano 1991) An alliance of multiple interests and perspectives is often a stronger political and social force than attempts to enforce a unitary movement. (Michael M. J. Fischer 1994) Clássicos, história teórica & antropologia em contexto Nas comunidades transnacionais que são as ciências sociais é imprescin-dível uma ideologia comum que mantenha os ideais de universalidade e cimente as relações sociais entre cientistas de várias origens. É nesse con-texto sociológico que estão situados os clássicos. A leitura e o conheci-mento das obras assim consideradas formam os iniciados na tradição que, na antropologia, por exemplo, são aqueles praticantes que dominam o corpus etnográfico de alguns autores-chave que trouxeram o exótico à consciência do Ocidente e o utilizaram tanto para a tarefa mais óbvia e banal de servir como seu espelho existencial, quanto para a responsabili-dade mais plena de refinar um instrumental teórico com pretensões uni-versais. Os clássicos de uma disciplina são, portanto, criações sociologi-camente necessárias e teoricamente indispensáveis, através dos quais os praticantes se identificam e se (re)produzem nos diversos contextos aca-dêmicos; eles tornam possível a existência de uma comunidade de cien-tistas sociais, daí derivando sua relevância singular e contínua.