Canudos sob o olhar da ciência: Nina Rodrigues e Euclides da Cunha na interpretação da Guerra no Sertão (original) (raw)
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O contraponto da República: Raimundo Nina Rodrigues e a loucura epidêmica de Canudos (1897)
2019
This research aims to analyze the actions of the maranhense physician Raimundo Nina Rodrigues (1962-1906) on Collective Psychology’s field, in view of their political and scientific intentions. Based on the methodological proposal of the British historian Quentin Skinner, we sought to understand the meanings of Nina Rodrigues' texts from the construction of links between the author, his work and the social, political and scientific context in which he was inserted. A witness to the abolition of slavery and the proclamation of the Republic, this physician built his career around the Faculty of Medicine of Bahia, surrounded by a network of relations with doctors and politicians of national projection, and was deeply concerned with the issues that involved the construction of the nation at the moment of transition from the monarchical regime to the republican. Often associated with his studies on the Afro-Brazilian population, in which racial´s assumptions are evident, Nina Rodrigu...
Não é segredo que Os Sertões foi sucesso de vendas desde sua primeira publicação em 1902. Por trás desse grande sucesso estão não apenas o talento e o trabalho árduo de jornalista investigativo do autor, mas também seu envolvimento pessoal com os acontecimentos, que o levou a uma espécie de “conversão”, ou seja, uma mudança radical de posicionamentos ideológicos sobre o conflito de Canudos. Longe, porém, de um mistificador, Euclides sempre manteve uma distância da propaganda republicana que vendia o conflito como uma insurreição monarquista financiada e apoiada por elementos que buscavam a restauração do Império. Nesse artigo, propomos que a principal suspeita do autor, desde antes de seu trabalho de campo, residia justamente nos aspectos militares do conflito. Para esse fim, nos valemos não apenas de trechos específicos de Os Sertões, como também de correspondências trocadas entre Euclides da Cunha e João Luís Alves antes mesmo de aquele desembarcar no sertão baiano para o acompanhamento de perto do desenrolar da famosa quarta expedição.
Não é segredo que Os Sertões foi sucesso de vendas desde sua primeira publicação em 1902. Por trás desse grande sucesso estão não apenas o talento e o trabalho árduo de jornalista investigativo do autor, mas também seu envolvimento pessoal com os acontecimentos, que o levou a uma espécie de “conversão”, ou seja, uma mudança radical de posicionamentos ideológicos sobre o conflito de Canudos. Longe, porém, de um mistificador, Euclides sempre manteve uma distância da propaganda republicana que vendia o conflito como uma insurreição monarquista financiada e apoiada por elementos que buscavam a restauração do Império. Nesse artigo, propomos que a principal suspeita do autor, desde antes de seu trabalho de campo, residia justamente nos aspectos militares do conflito. Para esse fim, nos valemos não apenas de trechos específicos de Os Sertões, como também de correspondências trocadas entre Euclides da Cunha e João Luís Alves antes mesmo de aquele desembarcar no sertão baiano para o acompanhamento de perto do desenrolar da famosa quarta expedição.
Diagramas nos «Sertões» de Euclides da Cunha
A Poética de ‘Os Sertões’ (2010) revela uma complexa urdidura, de natureza subliminar, na prosa de Euclides da Cunha. Augusto de Campos, num trabalho de 1997 (reeditado em 2010), retoma e amplia o «projeto de prospeção» pioneiro de Guilherme de Almeida, publicado originalmente em 1946, sobre Os Sertões, e revela novas estruturas, deca e dodecassilábicas, "mal escondidas" sob a prosa de Euclides. (............)