António Martins "Cacarne": o pastor-artista de Idanha-a (original) (raw)

António Martins “Cacarne”: o pastor-artista de Idanha-a-Nova Percursos e experiências à volta de um imaginário pastoril

O concelho de Idanha-a-Nova. Breve contextualização do território pastoril dos objectos O conjunto de objectos, práticas e saberes aqui em evidência remete-nos inevitavelmente para a problematização de um território, de uma paisagem e de um determinado sistema pastoril característico de uma região até pelo menos à segunda metade do século passado. Assumemse por estas vias históricas e estruturantes, mesmo face às mudanças aceleradas da contemporaneidade, como elementos de forte significação cultural e identitária das gentes raianas.

João Correia, cristão-novo e rico mercador de Arrifana de Sousa.

João Correia, judeu convertido ao cristianismo e mercador de grosso trato, é tido como um homem que deu augmento, e impulso a esta terra de Arrifana de Sousa, de onde era natural. Por volta de 1517, mandou reformar a medieva capela do Espirito Santo ao gosto manuelino e terá instituiu uma feira sob o mesmo orago. Em 1511, foi-lhe atribuído o privilégio de cidadão do Porto, onde também viveu, embora possuísse casa em Arrifana, nas Lapas, em Fundo de Vila. Faleceu em 1537 e foi sepultado na referida capela sob uma tampa granítica decorada com lâmina de bronze de fabrico flamengo que havia mandado fazer em vida. O que sabemos acerca desta figura são as informações de genealogistas e quase sempre sobre a sua vida após a conversão, em que terá adoptado o sobrenome Correia.

André do Couto Godinho: homem preto, formado em Coimbra, missionário no Congo em fins do século XVIII

O fio condutor deste texto é a trajetória de um homem de cor livre nascido na vila de Mariana, no ano de 1720, tendo falecido no Reino do Congo, em data desconhecida, provavelmente no último decênio do século XVIII. Entre as Minas Gerais e o Reino do Congo, vários anos vividos em Coimbra e Lisboa demarcaram a trajetória de André do Couto Godinho. A narrativa, aparentemente excepcional, não se restringe entretanto a episódios da vida pessoal de Godinho, ao contrário, trata de coletivos mais amplos, constituindo-se, quiçá, em uma “janela privilegiada” para o mundo dos homens de cor livres em diferentes localidades do Império português, na segunda metade dos Setecentos. Assim, ao seguir os passos de André Godinho, focalizo contextos históricos que dão sentido e podem, ao mesmo tempo, ser reinterpretados à luz das possibilidades, escolhas e limitações que constituíram sua história pessoal.

Vicente Martins, o primeiro tesoureiro de D.Dinis

Mátria XXI nº 8, 2019

As questões da fiscalidade, das finanças e da fazenda régias não têm estado no centro da investigação histórica. Consequentemente, não o estão os oficiais a elas ligados. No sentido de contribuir para preencher essa lacuna, propomo-nos estudar a "Tesouraria Régia". Analisamos, aqui, o percurso pessoal e profissional de Vicente Martins, primeiro tesoureiro de D. Dinis, acerca do qual se colhem já suficientes informações, não sem o enquadrarmos no contexto do processo de centralização política levado a cabo por esse monarca. E não deixando, mesmo, de o integrar num procedimento iniciado por D. Afonso III, ao 1 A génese deste estudo está num curso de Seminário de Licenciatura, dirigido pela primeira signatária deste artigo, sobre Os Servidores do Rei, onde o segundo signatário se destacou com um trabalho que, fazendo jus ao tema, verteu sobre Os Servidores de D. Dinis (1279)(1280)(1281)(1282)(1283)(1284)(1285)(1286)(1287)(1288)(1289)(1290). O interesse com que a referida docente tem vindo a orientar alguns trabalhos no âmbito da Fazenda e das Finanças régias fez com que estimulasse, agora, este discípulo ao estudo da "Tesouraria Régia". Abrem, pois, aqui, em conjunto, o debate sobre o referido organismo e os seus oficiais, que passará, posteriormente, a ser desenvolvido, em futuros artigos, ou apenas por um ou por ambos. Leontina Ventura e João Pedro Costa 68 | Mátria XXI • Nº8 • Maio de 2019 serviço do qual encontramos, no final do reinado, o primeiro tesoureiro régio. Para além do escrutínio da presença na Corte de Vicente Martins e das funções que desempenhava, procuramos perscrutar as suas origens familiares, reconstituir o seu património e, não menos, a sua formação cultural, o seu grau de sapientia. O tempo dos servidores régios, letrados e burocráticos, começara a florescer! Palavras-Chave: D. Dinis -Vicente Martins -Tesoureiro-Finanças -Centralização -Corte -Administração

O Cura d’Ars e a representação do pastor das almas (1786-1859)

Revista de História Regional, 2013

The Curé of Ars and the representation of the sheppard of souls (1786-1859) Tiago Pires * Resumo Pretendemos analisar como a representação do sacerdote como um pastor das almas e a espiritualidade do bom pastor foram construídas e manuseadas por meio de narrativas biográfi cas e hagiográfi cas, tendo como objetivo elaborar identidades eclesiásticas voltadas para o fortalecimento da fé católica diante dos desafi os postulados pela cultura moderna no contexto pós-Revolução Francesa. Para tanto, o estudo da trajetória do padre João Maria Batista Vianney, o Cura d'Ars (1786-1859), mostra-se apropriado, haja vista que ele foi um dos eclesiásticos mais emblemáticos a encampar esse modelo de pastor das almas nessa conjuntura, além de ser utilizado como representação exemplar de sacerdote por muitos papas e religiosos desde o início do seu processo de canonização, em 1862. Palavras-chave: Cura d'Ars. João Maria Vianney. Pastor das almas. Espiritualidade do bom pastor. Escrita eclesiástica.

António Feliciano de Castilho por seus paratextos

Convergência Lusíada 33, 2015

A utilização de paratextos como forma de alcançar um grande público, de atrair editores e de apoiar novos escritores possibilita identificar António Feliciano de Castilho (1800-1875) como um intelectual que entendia ser a sociabilidade um caminho necessário para o reconhecimento de um poeta. A importância da leitura desses paratextos para compreender o lugar do escritor na história literária oitocentista. As estratégias utilizadas para ampliar o número de leitores, divulgar novos escritores e aumentar o círculo de apoio mútuo.

Manuel Martins da Ribeira: um desconhecido mestre entalhador ativo na segunda metade do século XVIII nas vilas de Peniche e Óbidos

PORTELA, Miguel, Manuel Martins da Ribeira: um desconhecido mestre entalhador ativo na segunda metade do século XVIII nas vilas de Peniche e Óbidos, Antrope, N.º 9, dezembro 2018, ISSN 2183-1386, pp. 105-118.

Pretendemos dar a conhecer alguns elementos sobre a vida e obra do entalhador Manuel Martins da Ribeira, natural da Lourinhã. Identificámos este entalhador a desenvolver a sua atividade nas vilas de Peniche e Óbidos, sendo responsável pelo retábulo da igreja da Misericórdia em Peniche e pelo arcaz da sacristia do Senhor Jesus da Pedra em Óbidos.

Catequizar e instruir: o perfil dos pescadores de almas, segundo o Padre António Vieira

2011

Padre Antonio Vieira (1608-1697), besides being a famous preacher, he was a missionary in Bahia and Maranhao where he was deeply committed to natives’ conversion and protection. On several occasions, he pointed out that every Jesuit should learn the native languages in order to improve the mission of being a “fishermen of souls”. He wrote catechisms in different languages. Based on his intense evangelizing experience we can appreciate in his sermons, letters and other works, with a profound erudition, the ideal profile that a missionary must have when committed to catechesis, apostolate, education, support and salvation.