Sanatório de Belém: a epopeia - ou via sacra? - de sua construção. (original) (raw)

Sanatório das Penhas da Saúde: entre a história e a memória [1913-1969]

A história da tuberculose foi marcada pelo papel dos sanatórios na terapêutica e a cura climatérica proposta para a tuberculose pulmonar esteve na base da criação dos sanatórios de altitude, como o Sanatório das Penhas da Saúde. Criado com esse intuito, para os ferroviários, foi ao longo do tempo reconfigurado na sua “assistência” e utilidade. Depois de cumprir o papel de instituição sanatorial, cedeu espaço aos Carnavais da Neve, tornou-se no “lar” de acolhimento a “retornados” das ex-colónias, posteriormente abandonado e recentemente transformado em unidade hoteleira, depois de profunda requalificação que devolveu as características arquitetónicas do projeto original da autoria de Cottinelli Telmo. Este estudo pretendeu resgatar a memória e a experiência da vida sanatorial, através de uma investigação interdisciplinar com metodologias próprias da antropologia e da história, trazendo aspetos pouco explorados na literatura científica sobre o Sanatório das Penhas da Saúde (Covilhã). Pretendeu-se também identificar o contexto da criação deste sanatório, delimitando as fases e metamorfoses sofridas ao longo dos tempos, e recuperar aspetos sociológicos e médicos que caracterizaram a história do espaço e das vivências quotidianas no mesmo. Em termos metodológicos, optou-se pela abordagem qualitativa, baseada na pesquisa bibliográfica e documental, e na recolha de testemunhos orais, junto de três antigos funcionários, por meio da realização de entrevistas diretas.

Sanatório Domingos Freire (Belém-PA)

Revista Hydra: Revista Discente de História da UNIFESP, 2020

Este artigo analisa a relação entre a higienização de Belém, e a construção do primeiro sanatório da capital, Sanatório Domingos Freire, inaugurado em 1900. Este equipamento congrega as ações de setorização da cidade modernizada em função da dinâmica proporcionada pela exportação da borracha. Do ponto de vista arquitetônico, a construção situa-se afastada do acesso principal; setorizada rigidamente entre espaços do limpo e do sujo, bem como entre os sexos, princípios compartilhados com outros sanatórios coetâneos no Brasil e em Portugal. Ao percorrer periódicos da época, depreende-se que, a despeito do discurso terapêutico que alude aos avanços da ciência moderna, o sanatório é visto de modo recorrente como local que condena à morte aqueles que para lá são conduzidos.

Caminhos e Ausências No Patrimônio Da Saúde Em Belém, Pará

Amazônica - Revista de Antropologia, 2014

Esse artigo apresenta os resultados de inventário realizado sobre a trajetória histórica das instituições de saúde na cidade de Belém, levando em conta sua arquitetura e as mudanças de função que sofreram ao longo do tempo. Essas mudanças estão impressas nas próprias edificações e na memória da população belemense, bem como nos apagamentos decorrentes das demolições de edifícios da saúde. A documentação resultante inclui documentos institucionais, fotografias antigas e atuais, desenhos arquitetônicos e entrevistas, os quais configuram um acervo inexplorado para a compreensão do cuidado com a saúde no Norte do Brasil. A recomposição das trajetórias de implantação e deslocamento das instituições estudadas contribui para a compreensão do processo de expansão urbana, com ocupação de áreas alagadas (decorrente da implantação dos hospícios) e áreas de terra firme, vetor de expansão priorizado pelas políticas higienistas. Palavras-chave: Patrimônio da saúde, memória, Belém.

A história da farmácia em Belém, Pará

Research, Society and Development, 2021

Objetivo: Apresentar recortes da História da Farmácia no munícipio de Belém, Pará, a partir do século XVI, partindo-se de contextos sociais, políticos, econômicos, sanitários e educacionais. Método: Trata-se de uma Revisão Narrativa apresentada por meio de síntese narrativa. Resultados: Apresenta-se a História da Farmácia, dando-se destaque para a capital Belém, no período pré-colonial, colonial, imperial, estado independente, republicano, na belle époque, na era Getúlio Vargas e Manoel Barata, pós Estado Novo, no período do regime militar e na nova república. Conclusão: A História da Farmácia no munícipio de Belém, Pará, tem influência de fatores ideológicos, políticos, econômicos e sociais. Proporciona uma vigem ao passado mítico e exótico de farmácias como estabelecimentos de saúde, de serviços farmacêuticos e do cuidado farmacêutico no processo saúde-doença no contexto da Amazônia Oriental.

Uma Casa No Largo Da Sé: Dissensões Acerca Do Valor Arquitetônico Do Hospital Da Caridade Em Belém, Pará, Brasil

2020

The Good Jesus of the Poor Infi rm Hospital was built by Friar Caetano Brandão, in view of the need to receive the underprivileged population. The Charity Hospital had a simple architecture in contrast to the contemporary models, but performed its function effectively, it is noteworthy that although it was built to be a hospital, the Good Jesus Hospital did not have a typical typology of these establishments, and can be compared to Portuguese Mercy Houses, which rarely erected buildings from scratch, as they settled in pre-existing buildings. During the period it was under various possessions, the building underwent several modifi cations, which, together with the scarcity of documentation, contributed to its disappearance. In order to contribute to the activation of the social memory about the care buildings, it is proposed a graphic reconstruction of the hospital façade, as well as its neighbors, stimulating their understanding as a health and city heritage. Cybelle Salvador Miran...

A arquitetura assistencial em Belém e a estética dos interiores ecléticos: Hospital D. Luiz I da Benemérita Sociedade Beneficente Portuguesa

19 & 20, 2018

Integrando o grupo de pesquisa “Saúde e Cidade: arquitetura, urbanismo e patrimônio cultural”, este artigo tem por objeto a arquitetura eclética dos interiores do Hospital D. Luiz I. Sob a perspectiva do olhar decorativo, buscou-se analisar, tendo por base imagens antigas e atuais, a composição decorativa dos interiores do hospital entre finais do século XIX e início do século XX, e os elementos que permanecem na ambientação do edifício. Observou-se perdas significativas nas ambiências ecléticas, especialmente na substituição de mobiliários, restando os forros estucados como testemunhos relevantes do espírito da época em que a instituição assistencial foi edificada e ambientada, bem como do segmento social ao qual se dirigia.