O PROBLEMA DO ORIGINÁRIO DA ARTE EM HEIDEGGER: CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORIGEM DA OBRA DE ARTE (original) (raw)
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A OBRA DE ARTE SOB O PRISMA HEIDEGGERIANO: SUA ORIGEM E SIGNIFICADO CULTURAL
O presente trabalho visa explorar e expor, de maneira estruturada, os conceitos formadores da compreensão do que é uma obra de arte em nossa sociedade - desde uma perspectiva heideggeriana -, isto é, os elementos abstratos que constroem o entendimento de uma obra artística, em seus aspectos estruturais (físicos, orgânicos) e propositivos (concernentes às possíveis finalidades existenciais da mesma). Para isto, realizamos uma pesquisa de cunho qualitativo, ancorados por três comentadores do tema (a saber: Martin Heidegger, Bernard Berenson e Romano Galeffi). Uma vez que as ciências sociais contemporâneas, através da análise antropológica, julgam as criações artísticas de distintas civilizações como artefatos capazes de expor-nos a compreensão de mundo de uma determinada cultura, portando não apenas seus gostos estéticos, como também valores e crenças, é de suma importância que apliquemos a mesma metodologia às nossas obras e compreensão artística, afim de elucidarmo-nos enquanto seres sociais, capazes de entender, através dos paradigmas artísticos existentes em nosso meio, os sentidos latentes que orientam-nos enquanto agentes políticos. Palavras-chave: Arte; Estética; Cultura; Heidegger.
A Origem da Obra de Arte ensaio Heidegger
V Para o Jorge VI AGRADECIMENTOS Ao prof.º Dr. André Duarte, minha gratidão pelo estímulo, confiança e paciente orientação deste trabalho, contemplando-o desde o início com observações que foram essenciais por seu conhecimento e precisão crítica. Ao prof.º Dr. Paulo Vieira Neto, por ter estado presente na banca de qualificação com sua penetrante visão de todo e profunda compreensão da questão do trabalho. Ao prof.º Dr. Alexandre de Oliveira Ferreira, pela participação na banca de qualificação e as várias observações inteiramente certeiras, especialmente sobre a tradução do fraseado de Heidegger para o português; a ele, também, por participar na banca de defesa que avaliará a dissertação. Ao prof.º Dr. Pedro Costa Rego, sou grata pelo franco estímulo desde a época da graduação e por ter gentilmente aceito participar da banca de defesa. À profª. Drª. Maria Isabel Limongi, por algumas palavras simples e essenciais. Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Paraná, pelos serviços administrativos. Ao Udo, pelo auxílio na tradução de uma passagem emaranhada do texto de Gadamer. À família e aos amigos; ao Marcel e à Gisele em especial pelo constante diálogo. Ao Jorge, por tudo. VII RESUMO O comentário que acompanha nossa tradução de "A Origem da Obra de Arte" tem por centro as transformações conceituais no pensamento heideggeriano que nascem com o surgimento do conceito de terra e da abordagem da essência da obra de arte que lhe é inseparável. Seguindo o fio condutor da questão levantada por Gadamer sobre como conciliar o "mundo" do ser-aí autocompreensor de Ser e Tempo com a "terra", que em sua entonação poética parecia contrariar o próprio modo de acesso do pensamento em Ser e
ACONTECIMENTO, MUNDO E ENTE INTRAMUNDANO: ALGUNS PROBLEMAS NA FILOSOFIA DA ARTE DE MARTIN HEIDEGGER
Kriterion, 2022
O objetivo do artigo é caracterizar, tão precisamente quanto possível, a filosofia da arte de Martin Heidegger a partir de seus distanciamentos para, em seguida, delinear um problema que nos parece estrutural. Com a noção de acontecimento [Ereignis], Heidegger pretende distinguir sua perspectiva sobre arte principalmente de outras duas, a saber, a da tradição neokantiana e a de Hegel. Isso nos permite ter uma dimensão da radicalidade conceitual de Heidegger, na medida em que o acontecimento pretende apontar um momento poético anterior ao linguístico, também compreendido como abertura de um mundo. Esse momento, contudo, escapa às relações de referência previstas na noção de mundo e se torna praticamente indizível. Além disso, a obra de arte que abre um mundo não deixa também de poder ser identificada como um ente intramundano, enredando, assim, a própria perspectiva de Heidegger em uma série de dificuldades aparentemente incontornáveis.
Revista Guairacá, 2024
Este artigo apresenta uma análise e descrição das perspectivas de Walter Benjamin, Theodor Adorno e Max Horkheimer sobre a interseção entre as artes de vanguarda e a mercantilização cultural. Benjamin, ao investigar a reprodutibilidade técnica, alertou para os efeitos da massificação e comercialização das obras de arte, além de ressaltar a perda da aura e a transformação das criações estéticas em meras mercadorias. Por sua vez, Adorno e Horkheimer destacaram o impacto corrosivo da indústria cultural nas ações criativas e na sociedade, bem como reconheceram que a busca pelo lucro e a padronização das obras comprometem sua capacidade emancipatória. No entanto, os filósofos em destaque também apresentaram perspectivas de resistência aos ditames do capitalismo, ao mesmo tempo que enfatizaram a importância da reflexão crítica e da preservação da autenticidade na atividade estética. Ao integrar as três diferentes concepções que se locupletam, através de uma metodologia analítico-descritiva que aglutina revisão bibliográfica, leitura aproximada e escrita criativa, o presente trabalho pretende contribuir para um entendimento mais profundo das dinâmicas culturais e para o desenvolvimento de um pensamento revolucionário sobre o papel das ações criativas na contemporaneidade.
Liberada de cânones, em especial o da representação, em vigor durante quatro séculos no mundo ocidental, a arte passa a questionar fronteiras, deslocar limites, provocar situações, interagir com o espectador. Na ausência de um conjunto de regras válidas e consensualmente aceitas que possam balizar a produção artística ante o "tudo pode" e os comentários, muitas vezes apressados, sobre a "falta de critérios" das manifestações artísticas, nas quais o artista buscará subsídios e encontrará respaldo para o seu fazer? Ao contrário do que se possa imaginar, a instauração da obra pressupõe, em muitos casos, operações técnicas e teóricas bastante complexas, abrindo margem considerável a cruzamentos e hibridismos tanto de conhecimentos quanto de procedimentos, tecnologias, matérias, materiais e objetos, algumas vezes, inusitados.
HEIDEGGER E A SOLIDÃO DA FILOSOFIA
Paulo Alexandre Lima mar saudade e que Heidegger procura conceber a partir do que designa como tédio profundo. Neste sentido, o nosso propósito fundamental é o de perceber como é que Heidegger entende: 1) a relação entre a saudade e o tédio profundo, 2) a relação entre estes dois fenómenos e o da solidão e 3) a relação entre a solidão, a filosofia e a existência humana.
ARTE E MUNDO: DIÁLOGOS ENTRE HEIDEGGER E CASTANEDA1
Resumo: Propomos pensar possibilidades de experiência de mundo a partir da articulação entre obra de arte, na concepção do filósofo Martin Heidegger em “A Origem da Obra de Arte”, e parar o mundo, idéia exposta pelo antropólogo Carlos Castaneda. Segundo Heidegger, ser obra de arte é instalar um mundo, deixar em aberto o aberto do mundo: abertura de sentido. Para o filósofo, o homem é o ente cujo ser está sempre em jogo na sua existência. “Parar o mundo” é um ensinamento do índio Don Juan a Castaneda. Ele precisa parar o mundo, desmoronar seu conceito de mundo para conseguir ver o mundo desprendido do consenso social. Os autores discorrem sobre realidades plásticas, mundos que existem a partir de experiências, formas de Ec-xistir e transitar entre mundos se mantendo na abertura do ser. Não objetivamos equivaler idéias, buscamos abrir um espaço para pensar acerca da existência do homem. Como recurso metodológico, destacamos passagens da obra de Castaneda e buscamos caminhos junto às idéias de Heidegger que nos auxiliem a elaborar um horizonte de diálogo. Palavras-chave: Fenomenologia; Heidegger; Castaneda; Realidade; Arte.
SOBRE A ESSÊNCIA DA TÉCNICA EM HEIDEGGER
This paper discusses technique as Martin Heidegger thought it, a philosopher who contributed to the philosophical meaning of technique when he investigated it in the context of thought or language showing its essence by his thorough thinking path. He rethought it as he considered the implications that appeared between the relation of technique and modern sciences, which contradicted the current sense of the term and made it possible to think the tomorrow, the future of technique. In this article we focused the essay written by Heidegger in 1953, The question concerning technology, presenting it through reflections and inquiring
O impacto do esquecimento do originário na arte
2019
Na cultura, uma das repercussões do esquecimento do ser se dá no modo como a reflexão sobre a arte se guia ao longo da tradição filosófica. A dimensão do originário, tão fértil nas investigações heideggerianas sobre a arte, é inócua àquela tradição. Seja para testemunhar fatores relativos à criação ou à fruição artística, o originário responde pela dimensão na qual toda e qualquer experiência com a arte se torna possível em termos ontológicos, justamente nos termos em que a estética manteve impensado. É porque tal dimensão está latente, por exemplo, nas pinturas de van Gogh, Cézanne ou Klee, que tais obras provocam um abalo na habitualidade do mundo, ofertando uma experiência da estrutura ontológica própria ao ser que nós somos. Daí a importância que Heidegger atribui ao artístico quando elabora sua versão do problema da técnica: se, por um lado, o perigo da técnica consiste num insistente estreitamento de nossas possibilidades de desvelamento da realidade (viciada em desvelar a realidade como disponibilidade); por outro lado, a arte aparece como via de salvação, não porque impede aquele desvelamento da realidade nem porque meramente dispõe de um desvelamento alternativo; mas porque no modo do desvelar poético, exigido à experiência artística, manifesta-se o originário (o esquecido) e, com isso, põe-nos em contato com nossa constituição de abertura de possibilidades ao invés de estreitamento. Contudo, a situação contemporânea diagnosticada por Heidegger como a época da técnica – ou seja, do radical predomínio do esquecimento do originário – não é favorável para a própria arte, uma vez que também o que é propiciado por ela se retrai à experiência. Deste modo, a presente comunicação pretende explorar, a partir da visada heideggeriana, a situação embaraçosa da arte contemporânea em termos de silenciamento da sua potencialidade ontológica no interior de um contexto dominado pela estrutura técnica.
Tradução: A obra de arte negligenciada no ensaio "A origem da obra de arte"
Revista Outramargem, 2015
RESUMO: Neste ensaio, chamo a atenção para o fato de que existe uma obra de arte no ensaio heideggeriano "A Origem da Obra de Arte" mencionada praticamente por quase ninguém: o poema de C.F.Meyer, "A fonte Romana". Esse silêncio crítico é ainda mais irônico pois (1) esta é uma obra de arte autossuficiente, não apenas descrita ou mencionada no texto; e, (2) o 'poema da fonte', como uma criação humana, parece falar de-se não sobre-a tese heideggeriana concernente à Ur-sprung da própria obra de arte. Argumento que o poema esclarece um problema central ou a questão sobre o status da obra de arte como mímesis, e sugiro que a razão pela qual esse poema tende a ser negligenciado em meio à "obsessiva" atenção crítica que por outro lado o atrai, pode ser encontrada dentro do próprio ensaio.