[Monografia] Ausências e emergências da educação escolar segundo o Movimento LGBT pernambucano: apontamentos em espaços de democracia participativa (original) (raw)

Este trabalho estuda, a partir do protagonismo e da participação social do Movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), as ausências e emergências da educação escolar, conceitos aqui explorados na perspectiva da Sociologia das Ausências e Emergências de Boaventura de Sousa Santos (2006), expressadas pelas vozes reivindicatórias do Movimento LGBT do estado de Pernambuco. Para sua realização, primamos por uma metodologia que procurasse responder nosso problema, alinhada às teorias e discursos científicos aqui elencados. Optamos, assim, por desenvolver, através da abordagem qualitativa (DENZIN e LINCOLN, 2006; CRESWELL, 2007; MINAYO, 2008) uma pesquisa documental (GIL, 2008) através do caderno produzido a partir da II Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos LGBT de Pernambuco, publicado no ano de 2012. Entendemos ser este um espaço estratégico de exercício da democracia participativa e da horizontalidade entre distintos e distintas atores e atrizes sociais, que buscam dialogar com vistas a construir juntos e juntas, estratégias para superação de entraves e iniquidades sociais. Também compreendemos que as conferências são ricas fontes de pesquisa, pelos movimentos que lhe são característicos, materiais produzidos e documentos diversos forjados no âmbito da negociação, da tensão e do embate. Além da pesquisa documental, utilizamos o Método do Caso Alargado (SANTOS, 1983) para refletir fenômenos estruturantes e específicos e, por fim, a técnica da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2001) com o objetivo de proporcionar um tratamento mais racional à analise. Com esse conjunto metodológico, analisamos o panorama das políticas públicas voltadas para a população LGBT em Pernambuco, bem como a conjuntura educacional nesse território no que diz respeito ao tratamento da diversidade sexual. Os resultados apontam para (1) fragilidades na implementação de tais políticas, (2) uma educação violadora de direitos e (3) proposições educativas que promovam o respeito e o reconhecimento igualitário de identidades plurais.