[Pibic] Preconceitos, Discriminação e Homofobia: Refletindo sobre as implicações práticas da ausência do debate de diversidade sexual nas escolas de Caruaru/Pernambuco (original) (raw)
Related papers
2013
Este estudo, resultado de uma iniciação científica, buscou investigar e discutir as temáticas da diversidade sexual e da educação formal e teve como objetivo verificar se acontecia nas escolas de Caruaru, debates e apresentação de conceitos e conteúdos relativos ao campo temático da diversidade sexual e de gênero, bem como suas repercussões no cotidiano escolar. A partir de um recorte teórico fundamentado em autores e autoras do chamado Estudos Gays e Lésbicos e Queer, evocamos o pensamento de Louro (1997, 2001, 2008 e 2010), Junqueira (2009), Freire (2005), Carvalho et al. (2009), entre outros. Analisamos os dados coletados através de técnicas e métodos característicos de estudos qualitativos. Os resultados apontaram para ausências de discussão nas escolas investigadas sobre cidadania LGBT e formas diversas de sexualidade e identidades, legitimando, desta maneira, pensamentos e práticas discriminatórias e desrespeitosas na convivência entre estudantes e professores.
XVII ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, 2014
Desde o lançamento do programa "Brasil sem Homofobia", o governo federal brasileiro tem investido significativamente em projetos de formação docente e no desenvolvimento de materiais didático-pedagógicos voltados para a promoção de um discurso de respeito à diversidade sexual nas escolas. Esse discurso, todavia, se insere em um espaço escolar já atravessado por inúmeras concepções de diversidade, gênero e sexualidade (apresentadas por estudantes, professoras/es, gestoras/es, familiares) que circulam a partir de diferentes contextos de produção discursiva-religiosos, jurídicos, midiáticos, médicos, pedagógicos etc. Fundamentando-se na análise do discurso sobre a (homos)sexualidade-informada pela teoria queer e pela teoria do discurso de Laclau e Mouffe-de docentes e gestores de escolas públicas de Pernambuco, este trabalho propõe uma discussão sobre como os "novos" discursos pela diversidade sexual produzem e sofrem diferentes formas de deslocamento, antagonismo e articulação ao se defrontarem com os espaços escolares. A investigação indica que os discursos de defesa da diversidade sexual em contextos como o cotidiano escolar, podem ser mais complexos, nuançados e plurais do que costumam pressupor o senso-comum estabelecido e as análises mais superficiais. Palavras-chave: Educação e Sexualidade, Diferença, Práticas discursivas.
Os estudos de gênero e sexualidade na educação têm denunciando o quanto esse campo ainda é permeado por um conjunto de violações e violências contra aqueles/as que não satisfazem a norma padrão de gênero e de sexualidade. Nessa direção, esse estudo buscou investigar qual o lugar que as questões de diversidade sexual e de identidade gênero ocupam na gestão das escolas do Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino em Caruaru/Pernambuco. Para atingir esse objetivo, optamos por utilizar referências teóricas de autores/as que discutem teoricamente gestão escolar, gênero, sexualidade, diversidade sexual e identidade de gênero numa perspectiva pós estruturalista. Foi dentro dessa mesma perspectiva, em termos metodológicos, que construímos a pesquisa, optando por uma abordagem qualitativa, método do caso alargado e aplicação de entrevistas semiestruturadas com gestoras escolares e professores/as de escolas da Rede Estadual de Ensino localizadas no município de Caruaru-PE. Também realizamos uma pesquisa documental e utilizamos técnicas de Bricolagem. A interpretação dos dados coletados foi realizada à luz da análise de conteúdo. Nossos resultados apontaram que as gestões das escolas estaduais que possuem Ensino Médio Integral possuem melhores condições e habilidades para tratar de questões relacionadas à diversidade sexual e à identidade de gênero, em detrimento das gestões das escolas estaduais que possuem Ensino Médio Regular. Também verificamos que a formação continuada dos/as gestores/as escolares da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco não contempla discussões sobre diversidade sexual e identidade de gênero na escola. Nossa pesquisa acabou evidenciando que isso tem um rebatimento direto na atuação dos/as gestores/as escolares que mostraram ter grande dificuldade de compreensão sobre as questões de diversidade sexual e identidade de gênero, resultando também no baixo envolvimento da gestão escolar na promoção de ações com vistas ao combate à LGBTfobia na escola e repasse de orientação inadequadas aos/as professores/as. Ao mesmo tempo, também foi possível perceber algumas estratégias da gestão escolar no enfrentamento à LGBTfobia, bem como as dificuldades enfrentadas por gestores/as escolares da Rede Estadual de Ensino que não contam com o apoio da Secretaria de Educação de Pernambuco no que se refere ao combate à violência LGBTfóbica nas escolas. Assim, concluímos que as questões de diversidade sexual e identidade de gênero podem ocupar um lugar de desconhecimento, tensionamento, instabilidade e silenciamento na gestão escolar, ao passo que também podem ocupar um lugar de respeito, atenção, compromisso e importância na gestão das escolas da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. Outro argumento central que evidenciamos nas conclusões, aponta que em relação ao problema da LGBTfobia na escola a gestão escolar pode ser parte do problema e parte da solução. Pode ser parte do problema quando silencia, é cumplice ou pratica violência LGBTfóbica. Por outro lado, pode ser parte da solução quando busca apurar as denúncias, estabelecer punições pedagógicas para os/as agressores/as e atua de forma a coibir esse tipo de prática no ambiente escolar.
Representações de docentes acerca da diversidade sexual e homofobia
Artigo, 2017
As representações sociais que educadores/as possuem acerca da diversidade sexual influenciam a (des)construção de preconceitos na escola. Assim, essa pesquisa qualitativa objetivou analisar as representações sociais de educadores/as do ensino fundamental maior e médio acerca da diversidade sexual e da homofobia. Para tanto, empregou-se o método de análise de conteúdo na modalidade categorial temática. Os resultados obtidos evidenciaram que as representações dos/as educadores/as estão ancoradas em padrões sociais acerca da diversidade sexual, que geram preconceitos sutis e contribuem com a homofobia no ambiente escolar. Portanto, destaca-se a necessidade de (in)formações significativas acerca dessas temáticas, possibilitando aos/às docentes promover ações pedagógicas que contribuam para o reconhecimento da diversidade sexual.
Sobre a Escola Como Espaço De Preconceitos Em Representações No Gênero Reportagem
fólio - Revista de Letras
Neste artigo, apresenta-se uma análise, destacando algumas repercussões possíveis da reportagem intitulada “Vamos combater o preconceito?” publicada na Edição 318 da revista Nova Escola. Cumprimos nosso intento à luz da Teoria das Representações Sociais de Moscovici (1978, 1981, 1984, 1988, 2003) e da Linguística Aplicada enquanto ciência social de estudos da linguagem, especialmente tratando o caráter interdisciplinar das reflexões de Moita Lopes (2006). Os objetivos são a identificação das representações sociais que perpassam os discursos dos entrevistados representados, bem como a análise dos discursos das classes hegemônicas presentes na reportagem. Desse modo, os procedimentos metodológicos utilizados constituem-se na identificação e na análise dos sujeitos em seus papéis sociais e dos discursos enunciados por eles a partir do gênero textual reportagem. Enfim, os papéis sociais indiciam modos de representar a realidade no gênero reportagem, fortalecendo e naturalizando, por vez...
2014
Anais do II Seminário Seminário Estadual PIBID do Paraná: tecendo saberes / organizado por Dulcyene Maria Ribeiro e Catarina Costa Fernandes — Foz do Iguaçu: Unioeste; Unila, 2014A escola é uma instituição que possibilita o crescimento intelectual, profissional e humano, onde o professor deve transpor os conhecimentos científicos, relacionando-os com o cotidiano dos alunos afim de que desenvolvam outros conhecimentos e obtenham um saber próprio e diversificado de idéias e concepções. Pensando assim, este trabalho pretende, a partir da pesquisa, levar o debate sobre sexualidade para o espaço escolar, tratando inclusive dos temas polêmicos que a temática instiga, sem desvinculá-los de seus aspectos culturais, sociais, históricos e pedagógicos. Para tanto, será aplicado um questionário com 15 perguntas objetivas que abranjam os mais diversos temas da sexualidade e que possam indicar as dificuldades para se falar sobre o assunto, os conceitos, preconceitos e mitos que cada um possa ter,...
Dinâmicas de preconceito contra a diversidade sexual no contexto da universidade
Psico
O artigo objetiva analisar experiências de preconceito contra sexualidades vivenciadas por estudantes, autodeclarados homens gays, na trajetória acadêmica. Constitui um estudo qualitativo com pressupostos metodológicos e epistemológicos feministas, no qual foram realizadas entrevistas narrativas com sete discentes, acessados por meio da técnica snowball, sendo os dados discutidos com base na análise crítica do discurso. A universidade e outros espaços (festas e repúblicas universitárias), tomados como uma extensão da instituição, são vistos como ambientes mais acolhedores e libertários para as experiências não heterossexuais, no entanto, em muitos casos, (re)produzem dinâmicas complexas de preconceito que reforçam a manutenção de tais experiências no campo do privado, colaborando para a manutenção da lógica heteronormativa. Sugere-se a criação de espaços para troca de experiências como importante ferramenta de emergência de sujeitos políticos que compreendam criticamente o contexto ...