" PELA DESCOMUNIZAÇÃO DA PÁTRIA " : O MOVIMENTO ESTUDANTIL E O APOIO AO GOLPE DE 1964 EM SANTA MARIA (original) (raw)
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O papel dos movimentos estudantis da PUC-SP na redemocratização brasileira desde 1964
O papel dos movimentos estudantis da PUC-SP na redemocratização brasileira desde 1964, 2019
Este trabalho tem como objetivo analisar histórica e socialmente o papel dos movimentos estudantis no país e, especialmente, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo na redemocratização do Brasil desde o golpe militar de 1964, a fim de desenvolver uma linha cronológica entre a ação destes no passado, em seus primórdios, e contemporaneamente. No estudo, foram utilizados materiais de pesquisa diversos, como livros didáticos, jornais, documentos e fotografias. A pesquisa tratou desde os alicerces do movimento estudantil dentro da universidade até a expansão do mesmo no cenário social brasileiro, partindo dos preceitos políticos e sociais construídos desde a concretização da democracia brasileira até hoje, evidenciando seus altos e baixos com objetivo de ter uma maior e mais palpável visão sobre as organizações estudantis e seus triunfos.
UMA AVENTURA POLÍTICA: MOVIMENTAÇÕES ESTUDANTIS NO BRASIL DOS ANOS 1970
Nas palavras do sociólogo Vinícius Caldeira Brant, presidente da UNE na gestão 60/61: "De uma vez por todas: engana-se quem pensa que a UNE foi sempre a mesma coisa, boa ou má. Ela não foi uma simples peça no jogo dos governantes, 27 Renato Bahia. O estudante na História Nacional. Salvador, Livraria Progresso, 1954 28 Segundo o autor: " A participação do estudante brasileiro, na vida social e política do país, têm sido, pois, uma constante de nossa história. Remonta à época colonial, como vimos, quando, alunos das universidades estrangeiras, êles traziam, ainda estudantes ou recem-formados, para o organismo indolente da Colônia, o surto renovador das ideologias bebidas naquêles centros de ensino. Estudantes e recemformados foram, em sua quasi totalidade, os trafegos conspiradores da Inconfidência Mineira, os organizadores das associações secretas, das academias, oficinas e aeropagos, onde se forjou o espírito revolucionário de 1817, os propagandistas entusiastas e colaboradores solicitos da independência nacional". Ibidem, pp. 199/200
Revista de História, 2023
Muito se fala sobre 1968, “o ano que não terminou”. Revolta da juventude no mundo como um todo – e no Brasil também –, quebra de paradigmas, repulsa a velhos valores e, claro, intensificação do movimento estudantil, principalmente universitário. Mas, e antes de 1968? Os estudantes, que, antes deste ano, haviam “despertado”, passaram a primeira metade da década de 1960 adormecidos? Assim, este trabalho tem por objetivo analisar a organização política dos estudantes do ensino superior, especificamente da cidade de São Paulo, na famosa rua Maria Antônia, onde ficava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da Universidade de São Paulo (USP), entre 1964 e 1967. Os dados para a realização deste estudo são frutos de pesquisa de doutorado ainda em andamento, cujo objetivo é constituir uma biografia histórica de Iara Iavelberg (1944-1971), militante das organizações revolucionárias contra a ditadura civil-militar.
O GOLPE DE 1964, O INSTITUTO BRASILEIRO DE FILOSOFIA E A “CONSCIÊNCIA CONSERVADORA”
O Instituto Brasileiro de Filosofia (IBF), fundado em 1949, congregava intelectuais conservadores tais como o seu líder, o conservador histórico e teórico do integralismo, Miguel Reale, bem como os ex-militantes do PCB convertidos à reação, Antonio Paim e Paulo Mercadante. Ligado à oligarquia paulista, o IBF funcionava como um aparelho filosófico de hegemonia que esteve empenhado na criação e difusão de um fundamento filosófico para a vaga conservadora que varreu o país a partir do golpe de 1964. Nesse sentido o IBF buscará dar tradição e secularidade à reação, resgatando as raízes do conservadorismo brasileiro nas reminiscências do Brasil-Império. O IBF fará a tentativa de conferir perenidade ao movimento contrarrevolucionário por meio de uma filosofia conservadora e antimarxista, que terá na chamada “consciência conservadora” uma de suas expressões de maior fôlego. Pouco tempo depois do golpe de Estado, aparecerão duas importantes obras: A consciência conservadora no Brasil (1965), de Mercadante, e a História das ideias filosóficas no Brasil (1967), de Paim. Os autores buscarão na sociedade escravista do século XIX a chamada “consciência conservadora” e de forma apologética a trarão como legítima expressão da classe dominante brasileira, justamente no momento em que o país vivenciava a maior reação conservadora de sua história. É neste sentido que o IBF se constituirá em um aparelho filosófico de hegemonia, visando justificação moral da classe dominante, elevando a contrarrevolução ao plano intelectual e ideológico.
Movimento, 2021
Departamento de Educação Física do Estado de São Paulo (DEF-SP) suspendeu suas atividades oficiais durante a guerra civil de 1932 e passou a recrutar esportistas para a luta armada. A pesquisa teve por objetivo descrever o envolvimento do DEF-SP na guerra, analisar as narrativas publicadas pela imprensa paulistana sobre o alistamento e a participação dos esportistas e identificar as estratégias empreendidas para a construção de uma memória para o evento. Conclui-se que o DEF-SP centralizou as ações de clubes e federações esportivas para prestar apoio à luta armada e formar três tropas paramilitares. A imprensa atribuiu valores físicos e morais ao esporte para fomentar sentimentos regionalistas entre a população e afirmar uma identidade paulista. Dois anos após o armistício, foi fundada a Associação Cívica Primeiro Batalhão Esportivo para estabelecer uma memória triunfalista ao levante armado dos esportistas.
O fenómeno global dos movimentos estudantis desenvolvidos durante o longo ano de 1968 assumiu contornos particulares no Brasil. Entre outros, este setor da comunidade universitária, em crescente processo de politização desde princípios da década, especialmente a partir da ditadura militar (1964), revelou-se um grupo social, cultural e político na vanguarda da resistência à mesma, capaz de amplas motivações e de incidir na política geral do país. Neste artigo aprofundam-se os imaginários sociais e as comunidades imaginadas construídos pela imprensa diária brasileira em torno das mobilizações estudantis desenvolvidas durante o primeiro trimestre de 1968, centrando a atenção nos sucessos de Calabouço, a sua onda expansiva e a Missa do Sétimo Dia. O objetivo é analisar os discursos construídos à volta destes eventos na esfera pública, as motivações e as reivindicações dos estudantes, os espaços, tempos e as intensidades das suas ações, assim como as correntes de opinião pública geradas pelas linhas editoriais da imprensa. Palavras-chave: novos movimentos sociais, universidade, estudantes, 1968, opinião pública.