Família como armadilha: o outro lado da agricultura familiar (original) (raw)
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Agricultura familiar em Angola: as armadilhas conceituais da classificação dicotómica
Mulemba, 2015
Resumo: No debate em torno da necessidade de desenvolvimento da agricultura familiar em Angola, tem-se tomado como pressuposto um conjunto de dicotomias auto-explicativas, o que engendra uma falsa transparência do seu conceito, e parte dos argumentos a favor da agricultura familiar tem tentado buscar no passado colonial a prova do seu sucesso para o futuro desenvolvimento económico e social do país. No entanto, se por um lado, estas dicotomias sustentam-se mais por uma espécie de silogismos, por outro lado, o recurso ao passado colonial negligencia a história ao não considerar o facto de que a agricultura familiar na era colonial tinha na sua base a expropriação de terra dos africanos, um sistema de trabalho forçado, monopólio colonial da produção e comércio dos produtos agrícolas, em detrimento dos africanos e da agricultura de subsistência. Contra este raciocínio dicotómico, o objectivo deste trabalho é contribuir para compreensão do actual sentido da agricultura familiar em Angola.
Fissuras no cotidiano, rupturas na história: o outro lado da agricultura familiar.
sistemasmart.com.br
Apresentamos os resultados da avaliação de um projeto de desenvolvimento voltado para mulheres com o propósito de promover mudanças nas relações de gênero e contribuir para criar relações sociais mais igualitárias no meio rural. A pesquisa teve como foco o projeto Dom Helder Câmara e foi realizada nos Cariris da Paraíba, em assentamentos de reforma agrária e agrovilas. A proposta do PDHC é fomentar ações que gerem renda e, ao mesmo tempo, empoderar as mulheres no contexto da estratégia Gender and Developement (GAD). Contudo, ao longo da pesquisa, foram observados impasses e paradoxos entre o último objetivo e a opção pela agricultura familiar.
Tomada de decisão e a sucessão na agricultura familiar no sul do Brasil
Revista de Estudos Sociais, 2017
A ausência de sucessores na agricultura familiar tende a gerar incertezas não apenas no que confere a continuidade das famílias e das atividades produtivas, mas também sobre as comunidades rurais, as quais gradativamente perdem sua população e passam a sentir os reflexos dessa mudança sobre suas dinâmicas sociais. Diante disso, o objetivo desse artigo é analisar quais fatores influenciam a tomada de decisão de jovens filhos de agricultores familiares a não suceder a atividade familiar na Região Sul do Brasil, segundo estudos realizados nas duas últimas décadas. Os principais fatores identificados são dificuldade em obtenção de terra, ausência de incentivo por parte dos pais, comparação entre urbano e rural, penosidade das atividades agrícolas, desigualdade de gênero, busca por estudo e expectativa profissional. O afastamento dos filhos das atividades é uma consequência direta da ausência de participação na tomada de decisões e na administração dos negócios, não os preparando para ad...
A sucessão familiar no setor agropecuário
Revista de Política Agrícola, 2019
As fazendas familiares-pequenas, médias ou grandes-continuam sendo a unidade de produção largamente predominante na agricultura mundial. O objetivo deste trabalho é examinar o processo de sucessão nesses empreendimentos, por meio do qual os conhecimentos acumulados na gestão e os ativos do negócio são transmitidos de geração a geração. Discute-se o entrelaçamento dos objetivos da família aos objetivos do negócio e destaca-se o caráter processual da transição geracional. São apontados aspectos críticos para seu transcorrer, como a importância da análise da viabilidade econômico-financeira do negócio e a comunicação acerca de temas como a distribuição justa ou equânime dos ativos.
Pensar Acadêmico, 2016
A agricultura familiar na cidade de Miradouro-MG é responsável por grande parte do movimento econômico local e circulação de renda; por isso, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar o perfil socioeconômico dos produtores rurais familiares do distrito de Varginha, município de Miradouro-MG. Foi utilizado um questionário semiestruturado, aplicado a 30 produtores rurais que compuseram a amostra do trabalho. De acordo com esse levantamento, 100% dos agricultores familiares do distrito de Varginha residem em zona rural e têm a atividade agrícola como principal fonte de renda. Os produtores entrevistados possuem nível de escolaridade até a quarta série do ensino fundamental e trabalham em propriedade rural própria, cuja área varia de 5 a 25 hectares. A pecuária de leite é a mais importante atividade dos produtores rurais dessa comunidade, seguida pela cafeicultura e o cultivo de hortaliças. A maioria dos agricultores está interessada em aprender sobre técnicas que possibilitem...
Campesinato e Reenquadramento Sociais: Os Agricultores Familiares Em Cena
Revista NERA, 2012
No artigo, sistematiza-se uma análise de processos de constituição de adesões à simultânea formação da categoria sócio-profissional agricultores familiares e dos respectivos agentes de desenvolvimento, dotados de competência para referenciar o processo e para assegurar reconhecimento econômico e político ao setor da agricultura familiar. A análise enfatiza algumas das reflexões elaboradas por agrônomos para projetar o quadro institucional correspondente aos objetivos prenunciados. Palavras-chave: agricultor familiar, extensão rural, enquadramento institucional. Resumen Campesinado y reencuadramiento sociales: los agricultores familiares en la escena En el artículo se sistematiza un análisis de procesos de constitución de adhesiones a la simultánea formación de la categoría socio-profesional agricultores familiares y de los respectivos agentes de desarrollo, dotados de competencia para referenciar el proceso y para asegurarle el reconocimiento económico y político al sector de la agricultura familiar. El análisis enfatiza algunas de las reflexiones elaboradas por agrónomos para proyectar el cuadro institucional correspondiente a los objetivos prenunciados.
Sequência didática sobre agricultura familiar
Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, 2021
O objetivo deste trabalho caracteriza-se por investigar limites e potencialidades da aplicação de uma sequência didática na perspectiva de elementos da educação em Ciência-Tecnologia-Sociedade, que tem como tema norteador a agricultura familiar no ensino de Biologia. A sequência didática foi aplicada em uma turma de primeiro ano do ensino médio, em Santa Catarina. A pesquisa caracteriza-se como descritiva e utilizou, para coleta de dados, questionário, relatos produzidos pelo grupo de estudantes nos encontros, caderno de campo e memorial individual. Como resultado, apontam-se, como limites: tempo/contraturno, recursos financeiros, diálogo entre componentes curriculares; e como potencialidades: postura crítica e investigativa do estudante, ruptura com a fragmentação dos conteúdos, vivências nas saídas de campo, aproximação professor/estudantes e contribuições para alfabetização científica.
Novo retrato da agricultura familiar em Santa Catarina
Professor dos cursos de Graduação e de Pós-Graduação do Departamento de Economia da UFSC. E-mail: mattei@cse.ufsc.br Resumo Este artigo faz uma análise inicial de parte das informações do Censo Agropecuário de 2006 divulgadas recentemente pelo IBGE. A preocupação central é apresentar alguns dos principais indicadores do sistema familiar de produção, comparativamente à agricultura não familiar. Para tanto, utilizou-se dados referentes ao percentual de estabelecimentos agropecuários e área de cada tipo de agricultura, bem como informações relativas à condição do produtor, ao pessoal ocupado e à receita agropecuária total. A conclusão geral é que em todos esses indicadores a agricultura familiar apresentou um desempenho extraordinário, revelando que seu potencial produtivo é o maior responsável pela dinamização do setor agropecuário catarinense. Palavras-chave: Santa Catarina, agricultura familiar, agricultura patronal INTRODUÇÃO A partir da década de 1990 a agricultura familiar ganhou...
Um retrato do lado pobre da Agricultura Familiar no Estado do Rio Grande do Sul
Redes
O objetivo deste artigo é evidenciar a dimensão social e analisar as características socioeconômicas e produtivas dos agricultores familiares pobres, classificados segundo as regras do PRONAF Grupo B, no estado do Rio Grande do Sul (RS). Em termos teórico-metodológicos, recorreu-se a abordagem das capacitações de Amartya Sen e ao approach de Frank Ellis para reunir os elementos conceituais necessários ao entendimento das “múltiplas carências produtivas” deste grupo específico de agricultores. Os dados utilizados para fundamentar a análise são oriundos de tabulações especiais do Censo Agropecuário 2006, do IBGE. A pesquisa mostra que os estabelecimentos agropecuários de baixa renda enquadráveis no Grupo B do PRONAF estão presentes em todas as microrregiões do RS, chegando a englobar metade dos agricultores familiares em algumas áreas e aproximadamente 30% do segmento no estado. Os resultados da investigação também apontam para a grande vulnerabilidade social destes produtores gaúchos...