Influência da raça sobre a volemia e função renal de bovinos com acidose láctica ruminal aguda, induzida experimentalmente (original) (raw)

Avaliação do potencial da polpa cítrica em provocar acidose láctica ruminal aguda em bovinos

2008

Com o objetivo de avaliar o potencial da polpa cítrica (PC) em provocar acidose láctica ruminal aguda (ALRA), 15 bovinos com peso médio de 160 kg providos de cânula ruminal não-adaptados à dieta contendo concentrado foram alocados aleatoriamente em três grupos: CONTROLE -animais receberam apenas a dieta basal; SACAROSE -animais receberam sacarose diretamente no rumem a fim de provocar ALRA; POLPA -grupo que recebeu subitamente alta quantidade de PC no rúmen (equivalente a 1,65 % do peso corporal). Em vários tempos no decorrer de 24 horas, após administração dos substratos, foram determinados o volume globular, pH, excesso de bases (BE) e lactato total no sangue e pH e concentração de ácido láctico total no conteúdo ruminal. Exame clínico foi realizado no decorrer do 1º dia e o consumo de alimento acompanhado nos próximos sete dias. A administração de sacarose provocou um característico quadro de ALRA com o desenvolvimento de acidose ruminal e sistêmica, apatia, desidratação, diarréia e taquicardia. Por outro lado, a polpa cítrica produziu discreta e temporária acidose ruminal, atingindo na 6ª hora o pH ruminal mais baixo (5,35), sem provocar acidose sistêmica e quadro clínico mais evidente de ALRA, com exceção de uma diminuição temporária na ruminação e eliminação de fezes semilíquidas. A regularização do apetite ocorreu após dois dias no grupo com PC e sete dias no grupo com sacarose. Tais resultados indicam que a polpa cítrica pode ser utilizada na alimentação de bovinos com baixo risco de provocar ALRA.

Importância da transfaunação no tratamento da acidose láctica ruminal aguda induzida em cabras e ovelhas

Pesquisa Veterinária Brasileira, 2018

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a importância da transfaunação no tratamento e recuperação de cabras e ovelhas com acidose lática ruminal aguda (ALRA) induzida experimentalmente. Seis cabras (41,2±5,6kg) e seis ovelhas (46,8±4,57kg), não gestantes e não lactantes, receberam 15g de sacarose por quilo de peso corporal para indução da enfermidade. A ALRA foi induzida duas vezes em cada animal, com intervalo de 30 dias após recuperação total da primeira indução. Os procedimentos terapêuticos consistiram na remoção do conteúdo ruminal líquido por lavagem e sifonamento com auxílio de sondagem esofágica, e na correção da acidose metabólica com soluções eletrolíticas, contendo lactato ou bicarbonato de sódio, infundidas por via intravenosa. A transfaunação fez parte de apenas um dos tratamentos de cada animal e consistiu na administração por sondagem esofágica de 2L de suco ruminal de um bovino sadio. A recuperação completa foi avaliada por exames físicos e exames do suco rumi...

Aspectos clínicos e a bioquímica ruminal de caprinos submetidos à acidose láctica experimental e suplementados ou não com monensina sódica

Pesquisa Veterinária Brasileira

Objetivou-se com este trabalho estudar o comportamento clínico e laboratorial de caprinos submetidos à incorporação da monensina sódica na alimentação e avaliar os seus efeitos na prevenção da acidose láctica ruminal induzida experimentalmente. Foram avaliados os aspectos clínicos como atitude, comportamento, apetite, coloração das mucosas externas, frequência cardíaca e respiratória, motilidade retículo-ruminal, temperatura retal e o aspecto das fezes, e as características físico-químicas e microbiológicas do fluido ruminal. Foram utilizados 20 caprinos, machos, castrados, cruzados Anglo Nubiana x Saanen, com peso médio de 30kg, clinicamente sadios e submetidos a implantação de cânulas ruminais permanentes. Foram formados dois grupos de 10 animais, um grupo controle (GC) e outro que recebeu a monensina sódica (GM) através da cânula, na dose diária de 33mg/kg da dieta, por animal, no decorrer de 40 dias. A acidose láctica ruminal foi induzida fornecendo 10g de sacarose/kg de peso co...

Avaliação clínica do uso de solução salina hipertônica no tratamento da acidose láctica ruminal aguda em bovinos

Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 2011

A infusão de solução salina hipertônica (SSH) é um importante tratamento em animais com choque hipovolêmico. Bovinos com acidose láctica ruminal aguda (ALRA) frequentemente apresentam quadros de desidratação. Este trabalho avaliou a eficiência do tratamento da ALRA com SSH. Foram empregados 12 bovinos machos, mestiços com um ano de idade. Após implantação de cânula ruminal e período de adaptação alimentar os animais foram submetidos à indução de ALRA por meio de administração de sacarose no rúmen. Após 20 horas da indução, os animais foram aleatoriamente divididos em dois grupos. Um deles (SSH) foi tratado na 20ª h com 5 mL/kg P.V. de uma solução de SSH (7,5 % NaCl), dentro de 15 min, e em seguida 20 mL/kg/P.V. de solução salina isotônica (SSI), no decorrer dos próximos 165 minutos. O outro grupo (SSI) foi medicado da mesma forma, com exceção da SSH que foi substituído por 5 mL/kg PV de SSI. Cinco litros de conteúdo ruminal foram retirados, sendo repostos com cinco litros de água em ambos os grupos. Variáveis foram mensuradas no momento 0 (MO), na 20ª h (M20h) e no decorrer dos tratamentos (M30´, M60´, M120´ e M180´). O uso de SSH provocou, nos primeiros 30 minutos, uma ligeira acidemia, acompanhada de discreta hipercapnia, contudo sem provocar efeitos colaterais. A infusão de SSH provocou uma queda no volume globular, confirmando a migração de fluidos do rúmen para a circulação, corrigindo parcialmente a desidratação. Assim, o uso de SSH é uma possibilidade de tratamento adicional da desidratação provocada pela ALRA.

Aspectos clínicos da indução experimental de acidose láctica ruminal em zebuínos e taurinos

2010

Utilizaram-se cinco garrotes Jersey (J) (Bos taurus) e cinco Gir (G) (Bos indicus) para comparar a susceptibilidade racial, por meio do quadro clínico, à acidose láctica ruminal aguda (ALRA), induzida experimentalmente. A ALRA foi caracterizada por taquicardia, redução dos movimentos ruminais, diarreia, desidratação e depressão no estado geral. Embora os bovinos G apresentassem maior taquicardia e uma tendência a uma desidratação mais severa, assim como estase ruminal, foram os J que manifestaram maior depressão no estado geral, requerendo um tratamento mais intenso para a recuperação. A normalização do apetite após o tratamento da ALRA foi mais demorada nos bovinos J. O conjunto de resultados indicou que os bovinos J são mais susceptíveis a desenvolverem quadros mais graves de ALRA, que os G. Quanto maior o déficit do volume plasmático, mais intensa a taquicardia (r = 0,67); não ocorreu influência do pH sanguíneo sobre a frequência cardíaca (r = -0,25).

Estudo comparativo do uso de probiótico e monensina na prevenção e tratamento da acidose láctica ruminal aguda em ovinos

À Rejane Sousa, pelo apoio, amizade e companheirismo. Foi um privilégio ter trabalhado contigo. Ao funcionário do Galpão de Experimentação em Clínica de Ruminantes: Agnaildo Arcanjo dos Santos, pela ajuda no trato dos animais, pela paciência e pela amizade, imprescindíveis na realização deste trabalho. À secretária da pós-graduação, Adelaide Borges, pela paciência, agradável convívio, ajuda, compreensão e amizade. À Professora Dr. Maria Claudia Araripe Sucupira, pela sensibilidade de reconhecer quando precisamos de ajuda, e pela sua disposição de sempre ajudar quando precisamos, tornou-se um exemplo de profissional e de pessoa para mim. Ao professor Dr. Fernando José Benesi, pelos agradáveis momentos vividos em sala de aula e no cotidiano.

Acidoses ruminais em bovinos: uma revisão

Revista Brasileira de Buiatria - RBB

Ruminal acidosis are metabolic diseases that occur in super-acute, acute, or chronic outbreaks in cattle that ingest large amount of soluble carbohydrates, which cause a drop in ruminal pH, originated by the accumulation of short-chain fatty acids (SCFA Ruminal Acidosis: SCFARA), or due to accumulation of lactic acid (ruminal lactic acidosis: RLC). e first form have a milder clinical picture and a tendency to chronicity, and the latter presents digestive and systemic symptoms, with a super acute course, which may lead to death by dehydration and metabolic acidosis. Acidosis can generate other conditions, such as ruminitis, aseptic laminitis, polioencephalomalacia, and liver abscesses. In SCFARA there is abnormal temporary production of SCFA in the rumen, with the pH varying between 5.8 (for 5-6 hours/day) or 5.6 (for 3 hours/day) to 5.2, with minimal production of lactic acid. ALR, on the other hand, is generated by the excessive consumption of soluble carbohydrates, often in cattle not adapted to these diets, with the ruminal pH always below 5.2 with high production of lactic acid. In this review, concepts for the characterization of diseases are presented and epidemiological, etiological, pathogenic, symptoms, diagnostic, treatment, and prophylactic characteristics of these important metabolic diseases are presented.

SARA (Subacute Ruminal Acidosis) sobre o desempenho e comportamento de bovinos: Revisão

Pubvet

Esta revisão foi elaborada para atualizar os trabalhos de pesquisas realizados nos últimos anos sobre as consequências da Subaguda Ruminal Acidose (SARA, sigla em inglês) em gado de corte e vacas leiteiras sobre a produção e comportamento animal. Foram consultados mais de mil artigos científicos publicados nos mais variados repositórios de ciências agrárias. Na realidade, a SARA que pode ser aguda (visual) e subaguda (percepção ao longo do tempo) tem efeito nocivo na produção animal e, por consequência, na rentabilidade dos diferentes setores (carne e leite). O quadro clínico na versão aguda é percebido de um modo rápido em função do aparecimento do timpanismo e desconforto dos animais. No entanto, o quadro clínico, na versão subaguda, manifesta-se somente depois de vários dias ou meses. De modo geral, a SARA reduz a produção de carne e leite, altera a ingestão de alimentos, reduz a eficiência alimentar, aumenta o desconforto e o comportamento animal e, por consequência, a lucrativi...

Uso de bicarbonato e lactato-L para correção da acidose metabólica sistêmica em bovinos com acidose láctica ruminal aguda

Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2007

Foram utilizados seis novilhos, providos de cânula ruminal, em delineamento experimental cross-over, para comparar a eficiência de soluções de bicarbonato de sódio e lactato-L de sódio na correção da acidose metabólica sistêmica (AMS), causada pela acidose láctica ruminal (ALR). Vinte horas após, quando apresentavam intensa AMS, os animais foram distribuídos aleatoriamente e tratados com cinco litros de 150mMol/l de bicarbonato de sódio ou de lactato-L de sódio, infundidas por via intravenosa, nas quatro horas seguintes. Amostras de sangue, para hemogasometria, foram coletadas no decorrer da infusão a zero, 1, 2, 3, 4, 6 e 8 horas. Ambos os tratamentos elevaram o pH sangüíneo já na primeira hora pós-infusão, corrigindo adequadamente a AMS. O tratamento com lactato-L de sódio aumentou as concentrações de bicarbonato, TCO 2 e EAB sangüíneos já na segunda hora pós-infusão; com o bicarbonato essa elevação ocorreu a partir da terceira hora. Não houve diferenças entre tratamentos para pH sangüíneo, bicarbonato, TCO 2 e excesso de base. Vinte e quatro horas após o tratamento todos os novilhos apresentaram plena recuperação. O lactato-L pode substituir o bicarbonato na correção da AMS em novilhos com ALR.

SARA (Subacute Ruminal Acidosis) sua caracterização e consequências em bovinos: Revisão

Pubvet

A presença da acidose ruminal subaguda (SARA) nos rebanhos bovinos, principalmente, nos produtores de leite tem uma consequência direta na saúde e bem-estar animal, redução na imuno mediação e lucratividade do setor. A SARA pode ser caracterizada como um quadro clínico em decorrência da fermentação ruminal. Em animais de alta produção, a dieta é balanceada com altos teores de grãos, ricos em carboidratos. Desta forma, a degradação destes carboidratos no rúmen aumenta os teores de ácidos graxos voláteis de cadeia curta e ácido lático. Esse processo leva à uma redução do pH ruminal, abaixo de 5,8 e, por consequência, distúrbio generalizado neste compartimento. Além destes distúrbios no rúmen, a SARA pode reduzir a digestibilidade aparente dos nutrientes no compartimento intestinal. Ainda mais, a SARA pode provocar outras alterações no epitélio do rúmen e retículo e, como consequência, abcessos em órgãos relacionado como, por exemplo, intestinos, fígado, coração e pulmões. Por fim, est...