"O conhecimento histórico no mundo digital" (original) (raw)
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Por uma história digital: o ofício de historiador na era da internet
Revista Tempo e Argumento
Este artigo tem como objetivo discutir os impactos da era da internet no ofício do historiador, com ênfase na pesquisa histórica e nas formas de mediação e divulgação do conhecimento histórico na esfera pública das mídias digitais. A partir de uma análise de fontes bibliográficas, problematiza os desafios epistemológicos e metodológicos que a chamada revolução digital impôs aos profissionais da área de História. Defende a importância da história digital para a compreensão das experiências humanas na contemporaneidade e apresenta uma proposta de definição desse campo historiográfico com base no caráter digital de seus objetos de estudo. Aponta ainda a necessidade de readequações no método da crítica histórica, argumentando que novos diálogos interdisciplinares são fundamentais para a diversificação do repertório metodológico das pesquisas históricas frente aos desafios decorrentes da análise das fontes digitais. Em seguida, aborda as transformações provocadas pela cultura digital em ...
Os historiadores e seus públicos : Desafios ao conhecimento histórico na era digital
A quebra da autoridade do historiador acadêmico sobre a produção do conhecimento histórico no contexto da difusão mídias digitais é o centro da reflexão aqui proposta. Parte-se da consideração da historicidade dos sujeitos da produção e do consumo da história, passando aos desafios lançados pela difusão exponencial da história possibilitado pela internet, para se chegar à discussão da função social do historiador acadêmico hoje.
Entre a "Storiografia Digitale" e a "Digital History": um olhar comparativo
Anais do II Seminário Visões do Mundo Contemporâneo, 2012
Vemos se desdobrar no Tempo Presente uma série de Novas Tecnologias de Informação e Comunicação que, junto à rede mundial de computadores, vêm transformando a organização da sociedade. Tais transformações nos interessam, sobretudo, por considerarmos que a reboque delas surgem novas noções de temporalidade e espacialidade, criando novos tipos de registros da atividade humana, gerando demandas também, para novas abordagens historiográficas. No cenário desta Cultura Digital, nos interessa pensar os problemas que afloram nos gabinetes de trabalho dos historiadores do século XXI, questões inerentes ao par História e Internet, em especial aquelas decorrentes do uso da Internet como fonte, ferramenta de pesquisa e de divulgação dos resultados das investigações históricas. Comparamos a produção de dois polos de estudos e suas novas tendências historiográficas. Uma delas é de tradição norte-americana, e tratada por Digital History e outra italiana, por sua vez, designada Storiografia Digitale. Ambas registram maior atividade na primeira década de nosso século e é justamente a este debate ainda nascente que dedicamos o presente estudo.
Com o objetivo de compreender as transformações do tempo presente com o ingresso da História na textualidade eletrônica, pretende-se analisar como a cultura digital engendrou novas maneiras de se produzir o conhecimento histórico, possibilitando que historiadores desenvolvessem demonstrações segundo uma lógica que não é mais dedutiva e linear, mas por uma articulação aberta, fragmentada e relacional do raciocínio histórico que só foi possível pela multiplicação das ligações hipertextuais da internet. Assim, utilizamos como metodologia os estudos de Roger Chartier (2002; 2007; 2010), Robert Darnton (2010; 2012) e Antonio Rodriguez de Las Heras (2000). Para investigar o impacto do tecnológico no social nos baseamos nos conceitos desenvolvidos por Bruno Latour (2000). Já para pensar as novas relações espaço-temporais nos apoiamos nas reflexões de Reinhart Koselleck (2006) e François Hartog (2015). Por fim, assim como Robert Darnton (2012), acreditamos que um dos desafios para os historiadores do século XXI é refletir sobre a preservação das fontes e textos disponíveis na internet.
2021
This article aims to collaborate on the methodology of analysis of electronic games in digital environments under archaeological bias from “Detroit: Become Human”, launched in 2018 by the French developer Quantic Dream. The extra and intra-game archaeological landscapes will be analyzed, searching for the technofossils that corroborate the insertion of the game, as physical media, in the debate about the Anthropocene and, as digital media, in the recent hypothesis of geological dating listed by chemist and environmentalist James Lovelock named Novacene. The intention is, therefore, to present not a Digital Archaeology, but an Archaeology of the Digital, excavating and bringing to light traces that allow, at the same time, the understanding of the human use of cyber machines, as well as the representation of these machines in Programming codes written by humans.
Educação Digital na Aula de História
2022
The present study aims to understand how digital teaching and the application of digital learning ecosystems in history classes can contribute to the consolidation of knowledge and to the student's capacity for self-learning. The analysis of this work was developed with a 12th grade class, in the scope of the Supervised Pedagogical Practice Internship carried out in the Escola Secundária de Nelas, in the school year of 2021/2022. The evolution of technology and communication networks has brought significant changes, altering the way individuals live, work and interact with each other, permanently networked. In the educational field, the almost organic and immersive contact with technologies has changed the way children and young people learn, since they act, think and process information differently, thus setting new challenges to the figure of the teacher. In fact, the Digital Age has driven new paradigms, models and scenarios of teaching and learning, especially more flexible, collaborative, focused on student's skills and principles such as constructivism, initiative and autonomy. Thus, the case study presented here, which is based on a quantitative and qualitative methodological approach to the perceptions and narratives of this class, also aims to contribute to the design of a digital ecosystem of teaching and learning in the subject of History, specifically through the analysis of the impact of the application of pedagogical strategies, anchored in the incorporation of a set of digital teaching resources - including Quizizz, EdPuzzle, Padlet and Nearpod. The results showed, among other things, that the integration of digital teaching environments in history lessons contributed to the development of students' self-learning skills, with positive effects on their involvement, participation and autonomy in the construction of their knowledge.
Formando historiadores na era digital: concepções e ferramentas
Revista Mundos do Trabalho, 2021
Este artigo aborda os desafios de renovação do processo de formação de profissionais de História num contexto global crescentemente marcado pela onipresença das tecnologias de informação em todas as dimensões da vida social. Analisamos experiências pedagógicas que temos desenvolvido recentemente, fortemente inspiradas pelas reflexões teórico-metodológicas do historiador norte-americano T. Mills Kelly. Destacamos a necessária relação entre, de um lado, uma abordagem crítica em relação ao poder das grandes corporações tecnológicas no mundo contemporâneo e, de outro, a apropriação de ferramentas computacionais que ajudem a viabilizar projetos contra-hegemônicos no campo da História.
Evidências, códigos e classificações: o ofício do historiador e o mundo digital
Esboços: histórias em contextos globais
O artigo examina o impacto da difusão global das tecnologias digitais sobre o ofício do historiador. Parte da análise sobre a relação entre a prática da profissão e natureza do conhecimento histórico formuladas por alguns dos maiores historiadores do século XX. Examina a natureza social da linguagem e seu papel na constituição das evidências e fontes históricas, articulando essa análise com os avanços tecnológicos do “processamento de linguagem natural”. Discute conceitos de diversos ramos das ciências sociais relevantes para a compreensão do processo de desenvolvimento do conhecimento humano e o papel da codificação de informações na elaboração de narrativas e na pesquisa histórica. Por fim, apresenta um panorama das principais metodologias no campo da inteligência artificial atualmente aplicadas à pesquisa histórica