Cadeia produtiva da música como referência para a inclusão profissional do músico (original) (raw)
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A MÚSICA COMO MERCADORIA: UMA INTERPRETAÇÃO CRÍTICA
Resumo: O presente artigo consiste em uma interpretação crítica da experiência com a música. O termo "crítica" é entendido aqui na esteira da tradição materialista-dialética que, desde de Karl Marx, e passando pela Escola de Frankfurt, vem aprofundando a compreensão da arte como fenômeno social cujas determinações econômicas são profundas. A partir de duas teses de Theodor Adorno e de um estudo, com forte viés benjaminiano, do antropólogo José Jorge de Carvalho sobre a sensibilidade musical, a proposta é mostrar em que sentido a música pode ser entendida como mercadoria e quais as implicações deste fato para a percepção auditiva. Palavras-chave: Estética musical. Teoria Crítica. Materialismo dialético.
Inovações Tecnológicas na Cadeia Produtiva da Música no Século XXI
Sistemas & Gestão, 2012
This article explores the organization of the productive chain, with the intention of offering input for a strategic discussion about the music market of the XXI Century. This analysis starts with a historical survey of the musical market up until the use of the internet, in music label business models, introducing the agents present in the chain and the existing relations from pre-production until the consumption of CDs. Thereafter, changes in the recent years of this chain are identified, considering technological innovations and consequently, alterations in habits of music consumption. Based on these new industry aspects, an updated productive chain is presented, demonstrating new agents and business models. The final stage of this article consisted of a study founded in the most recent technological innovations and current tendencies of music consumption, with the objective of identifying possibilities for the future, where the recording industry will only be a small part a new music industry that allows the exploration of its content by different roads.
Cooperative immaterial labor: thoughts about the process of inclusion of the musician and popular music in the capitalist production system In contemporary capitalism, Fordism as a paradigm for production, characterized by hierarchical rigidity and specialized labor, is being replaced by forms and relations of production organized as networks. In this new configuration, companies expect their employees to have multiple skills, mobility and the ability to establish useful connections. In this context, managers of large multinational companies have been adopting a form of organization used by artists, particularly musicians, in the formulation of corporate management strategies. This choice seems to be related to the apparently disorganized and fluid character of musical production and the fact that music is a kind of work that is insubstantial and cooperative. From this perspective, the present text proposes a reflection on the transformation of music into merchandise, a process through which musicians were gradually incorporated with the universe of capitalist production in the 20th century.
Giórgia de Aquino Neiva 2 (UFG/ Goiás-Brasil) RESUMO: O objetivo deste trabalho consiste em apresentar resultados parciais da etnografia que realizei em minha pesquisa de Mestrado em duas casas noturnas, no Setor Sul da cidade Goiânia, no Estado de Goiás. Tais estabelecimentos comportam jovens de 18 a 28 anos, sem distinção de sexo e que apreciam música alternativa (sobretudo, rock e pop), na qual demarca a cena underground por estar fora do eixo musical mainstream, posto que o padrão do gosto musical goiano é o sertanejo e o pop-balada. Isto é, para este público em específico, música alternativa é tudo aquilo que permanece fora do circuito mercadológico hegemônico, mesmo que não perca seu caráter de consumo. Sendo assim, o intuito principal da abertura desses estabelecimentos de lazer juvenil é o de fortalecer o cenário musical alternativo mostrando que existem outras formas de entretenimento, gostos e estilos de vida. Ademais, esses lugares comportam sujeitos alternativos (categoria êmica), ou seja, são aqueles e aquelas que buscam não (se) rotularem, que não se bastam em definições estanques quanto à identidade e à sexualidade, e se encontram em ambientes de lazer onde há maior fluidez sexual,
A nova era dos festivais: Cadeia produtiva do rock independente no Brasil
Este artigo investiga uma nova configuração na cadeia produtiva da música, no nicho do rock independente, no Brasil. As novas lógicas de consumo seguem o referencial teórico de pesquisas nacionais como Herschmann, Janotti Jr e Prestes Filho, além de um diálogo com as propostas de Frith, Flichy e Miége. A principal hipótese trabalhada é o surgimento de um circuito de festivais em todo país como novo fio condutor deste nicho, ocupando espaços de circulação que antes cabiam as rádios; paralelamente, tratando também as novas formas de diálogo entre produção e consumo neste nicho a partir da formação de uma nova mídia especializada.
Artigo para o EDIPE - Música e Artes Integradas
Este artigo destaca reflexões sobre as observações realizadas em três escolas de Goiânia, uma pesquisa desenvolvida no curso de Mestrado em Música -EMAC -UFG, intitulada: Artes Integradas: características das práticas desenvolvidas em escolas de Goiânia. Destacamos a importância da prática musical tratada com o olhar complexo e interdisciplinar, tratando a educação musical a partir dos conhecimentos musicais e dos extras musicais, o que permite dialogar com outras áreas do conhecimento, principalmente, com as demais linguagens artísticas (artes visuais, dança, teatro). Este artigo está voltado para uma prática metodológica diferenciada na educação musical, entendendo que diversos processos acontecem durante a abordagem educacional. Assim, novas posturas necessitam ser tomadas para que o rumo da educação pela música faça diferença no contexto escolar.
A música como segmento da economia criativa: reflexões necessárias
Anais do XXIV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM), 2014
Resumo: Neste artigo, discutimos a inserção da música no contexto da economia criativa brasileira, refletindo acerca de ações como o mapeamento da cadeia produtiva criativa, realizado pelo Sistema Firjan, onde destaca-se a ausência de discussões acerca das questões sociais e culturais. Iniciativas dessa natureza reforçam a associação feita por autores como Vale Neto (2013) entre a economia criativa e as políticas neoliberais. Palavras-chave: Economia criativa; Cadeia produtiva da música; Profissionais da música.
2017
Quando falamos de inclusão social referimo-nos necessariamente, a um processo multidimensional. Por outras palavras: a inclusão (tal como a exclusão, conceito relacional por excelência) implica uma certa duração no tempo, uma cumulatividade de situações interligadas, uma exposição a padrões de socialização mais ou menos sistemáticos. Assim, podemos dizer que existe inclusão quando alguém possui os recursos económicos, mas também culturais, sociais, políticos e, não menos importante, simbólicos (Bourdieu, 1989), capazes de garantirem uma condição (lado objetivo) e um sentimento (lado subjetivo) de pertença a um todo, seja ele um grupo, uma classe, uma instituição, uma organização ou um país.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Um novo paradigma emergente na vida musical?
Expresso , 2013
Um novo paradigma emergente na vida musical? (2013) O futuro permanece em aberto. Teoricamente toda a gente aceita este postulado. Mas todas as mudanças que ocorrem no mundo, nas fases de transição como a que atravessamos, defrontam, no início, a nossa falta de imaginação histórica. Numa das formulações que lhe são próprias, Boaventura de Sousa Santos escreveu que "as fases de transição são semicegas e semi-invisíveis". Interpreto esta frase como sublinhando, primeiro, que as transformações desencadeiam processos que não preveem todas as suas consequências, processos-cegos e, segundo, pondo em realce o facto de, por vezes, mesmo estando já em curso sinais potenciais de mudanças, as convicções e as crenças antigas, tornam-nos semi-invisíveis. Parto desta frase para levantar uma "hipótese de trabalho" que defronta certezas seguras acerca da história futura como mera continuação ou variante do que já existe. Na vida musical da tradição erudita no Ocidente verificou-se, a partir sobretudo de 1950, um aumento progressivo de uma cisão estética entre duas esferas, coexistentes no tempo, mas separadas nas suas práticas dominantes e nos seus intervenientes. Refiro-me à predominância, progressiva e em larga escala, do repertório histórico, da prática da repetição, ano após ano, de um conjunto de obras restrito, o chamado "cânone musical" constituído através de inclusões e exclusões. Esta dominação realiza-se como "museu imaginário" nas salas de concertos e teatros de ópera do mundo ocidental e a sua factualidade não suscita grande discussão. Nos programas impera a importância da interpretação, uma arte viva enquanto execução ou gravação de obras mortas, no sentido de terem sido compostas há muito tempo. Do outro lado do cisma, está a "criação musical de hoje" sobretudo a partir de 1950, mas já latente desde o início do século XX. A tomada de consciência social do cisma conduziu a uma nova designação, previamente inexistente: a da chamada "música contemporânea". Esta separação resultou no aparecimento progressivo de um conjunto de agentes e instituições específicas e especializadas, em muitos casos completamente diversas das já existentes para a interpretação do repertório do passado.