Thor – do mito a super-herói A reinvenção moderna do deus nórdico do trovão (original) (raw)
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Fênix - Revista de História e Estudos Culturais, 509-531, 2021
Os nórdicos, seu passado e sua mitologia têm recebido constante atenção no meio midiático contemporâneo. Com esse resgate, tanto a figura do viking quanto seu panteão de deuses voltaram a se manifestar em nosso imaginário atual, às vezes fazendo justiça a aspectos históricos, outras vezes perpetuando estereótipos nascidos sobretudo no século XIX. O intuito do presente artigo é o de analisar os poderes, simbolismos e regências de Thor especificamente no primeiro filme da Marvel protagonizando o deus (2011), comparando os aspectos do imaginário contemporâneo a seu respeito, perpetuados nesse meio midiático, com os dados de que dispomos sobre o Þórr da mitologia nórdica de acordo com as fontes medievais. Buscaremos por elementos do deus-herói da Marvel que podem ter sido de fato inspirados na divindade escandinava e, paralelamente, por aspectos que parecem ser oriundos do imaginário social em torno do deus.
Thor - Uma Abordagem Contemporânea Do Bildungsroman
Aprender - Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação, 2020
No presente artigo foram analisados os filmes “Thor” (2011) e “Thor: Mundo Sombrio” (2013), verificando influências e semelhanças com o processo de formação da experiência vivenciada no movimento literário alemão, o Bildungsroman (Romance de Formação). A partir da obra “Os anos de aprendizagem de Wilhelm Meister”, do escritor alemão Johann W. Von Goethe, observamos a importância da formação do caráter, da moral, nessa personagem, e seus reflexos para a formação dos leitores e, no caso dos filmes de super-heróis, dos espectadores.
Alguns paralelos entre Thor e Perun, divindades escandinava e eslava do trovão
Anais do I Congresso Nacional de Educação, Religião e Artes - CNERA (ISBN: 978-85-237-1472-7), 2019
Thor e Perun eram, respectivamente, as divindades escandinava e eslava do trovão, presentes nos panteões das religiões pré-cristãs desses povos. Nosso objetivo é analisar três fontes literárias medievais e nelas identificar se há alguma semelhança no modo como os dois deuses foram descritos ou, então, se possuíam atributos e áreas de regência similares. Nos propusemos a investigar a Crônica Primária Russa, o Landnámabók e a Eyrbyggja Saga. Enquadramos nosso trabalho metodologicamente nos conformes estipulados por Schjødt, caracterizando-o enquanto proposta de um comparativismo genético, ou seja, na realização de uma comparação entre os sistemas mitológicos e religiosos de dois povos que estiveram em contato durante sua história. Terminamos evidenciando aspectos entre os dois deuses que de fato se mostraram semelhantes, como suas ligações com os trovões, fenômenos atmosféricos e a fertilidade, suas características bélicas e suas funções de protetores dos homens e da comunidade.
Um Panorama dos Novos Estudos sobre Thor
Scandia Journal of Medieval Norse Studies, 2019
544 Lindow (2001, p. 290), a mais importante para o paganismo nórdico. Também em solo brasileiro as pesquisas envolvendo Thor têm sido alvo de novas empreitas, considerando um recente estudo abordando os conteúdos cosmológicos presentes na narrativa de Aurvandil (Langer, 2018); uma dissertação de mestrado sobre deuses do trovão no norte Europeu, que destina um capítulo inteiro às aparições de Thor na Edda em Prosa e nos poemas eddicos Þrymskviða, Hárbarðsljóð e Hymiskviða (Alves, 2019); além de um estudo sobre Thor na Gesta Hammaburgensis de Adão de Bremen que cogita as influências dos moldes do Júpiter romano na descrição do deus escandinavo (Alves, no prelo) e um verbete no Dicionário de História das Religiões da Antiguidade e Medievo, que contará com um verbete dedicado inteiramente aos deuses Europeus do trovão onde Thor, obviamente, será abordado (Alves, no prelo). Nossa presente proposta consiste em analisar brevemente três recentes estudos sobre Thor, publicados todos ao longo desse ano (2019). Tratam-se dos artigos Do Thor and Odin have Bodies? Superperception and Divine Intervention among the Old Norse gods, por Declan Taggart, publicado na revista Religions; e de outros dois, ambos publicados no periódico Temenos, The Dagda, Thor and ATU 1148B: Analogues, Parallels, Correspondences?, de John Shaw; e, por fim, Thor's Return of the Giant Geirrod's Red-Hot Missile Seen in a Cosmic Context, por Emily Lyle.
Diferentes sons do trovão: uma perspectiva comparativa entre os deuses Thor, Ukko e Horagalles
Dissertação (Mestrado em Ciências das Religiões). Universidade Federal da Paraíba. 219 p., 2019
Thor, Ukko e Horagalles são, respectivamente, as divindades nórdica, finlandesa e sámi do trovão. O presente estudo visa investigar as principais fontes primárias que mencionem esses deuses ou apresentem quaisquer tipos de narrativa mitológica a seu respeito, evidenciando os principais atributos e traços mais elementares a eles conferidos em tais fontes. Numa tentativa de captar as dimensões mitológicas, simbólicas e culturais dessas divindades, analisaremos suas figuras em obras literárias inseridas em seus contextos culturais e históricos específicos, oferecendo antecipadamente as críticas e contextualizações necessárias desses materiais. Feito isso, elencaremos quais convergências e divergências foram observadas entre essas três figuras divinas no que diz respeito aos atributos e descrições que as englobam. Elegemos a perspectiva do comparativismo conforme proposta por Schjødt. Mais especificamente, e segundo o próprio autor, executaremos o chamado comparativismo de terceiro nível: compararemos os nórdicos com outros povos politeístas com quem estes estiveram em contato. Também faremos uso do conceito de centros semânticos como ferramenta auxiliar para percebermos as categorias de identificação atribuídas a esses deuses dentro de seus respectivos discursos míticos.
Thor, o Senhor dos Bodes: um estudo de simbologia animal
Diversidade Religiosa, 2016
Resumo: Entre alguns dos epítetos que o deus Thor recebia, estava o de ser o " Senhor dos Bodes ". Os mitos contam que o deus do trovão viajava pelo céu numa carroça puxada por dois bodes. Os mitos narram que outras divindades nórdicas também estavam relacionadas a animais, os quais possuíam um papel importante não apenas na mitologia, mas também na religião e costumes daquela sociedade. A proposta desse artigo foi analisar por quais motivos o deus Thor tinha como animais simbólicos os bodes. Quais características tornavam estes animais dignos de representarem valores simbólicos do deus do trovão nórdico? Para isso, realizou-se um estudo de mitologia e de simbologia, a fim de identificar elementos tanto o âmbito escandinavo como também de outras tradições mitológicas e religiosas, nas quais cabras e bodes estavam associados a trovões e raios. Abstract: Among some of the epithets that the god Thor received, the being was the "Lord of the Goats". The myths say that the god of thunder travels through the sky in a cart drawn by two billy-goats. The myths that narrate other Nordic deities were also related to animals, which had an important role not only in mythology, but also in religion and customs of that society. The purpose of this paper was to analyze for what reasons the god Thor had as symbolic animals goats. What characteristics made these animals worthy of representing symbolic values of the Norse thunder god? For this, we carried out a study of mythology and symbology, to identify elements of both the Scandinavian context as well as other mythological and religious traditions, in which nanny-goats and billy-goats were associated with thunder and lightning.
O deus Thor e a polissemia de sua representatividade na voz de três poemas eddicos
Roda da Fortuna, v. 8, n. 2, --. 160-189, 2019
Por muito tempo perdurou na tradição acadêmica a categorização do deus Escandinavo Þórr enquanto divindade “dos trovões”. Analisando os atributos e caracterizações conferidos a Þórr nos poemas eddicos Þrymskviða; Hárbarðsljóð e Hymiskviða, visamos demonstrar como o deus é, na verdade, caracterizado por outras propriedades que não a sua regência atmosférica, como sua força sobre-humana e sua habilidade para eliminar inimigos da raça dos gigantes–não por meio do uso de raios, contudo -. Apontaremos como, nos três poemas de nosso corpusanalítico, não há a certeza de qualquer vínculo claro entre Þórr e os raios ou trovões. Para evidenciar o modo como tais caracterizações são construídas e mantidas, recorreremos à noção de centros semânticos conforme proposta por Schjødt. Na conclusão, apontaremos como os deuses, dentro do discurso mítico, possuem paralelamente uma faceta central, estável, delimitadora e resistente a mudanças, e uma outra, periférica, instável, que confere dinamicidade à suas caracterizações e áreas de regência