NARRATIVAS DE VIDA E NEO-ORIENTALISMO: (AUTO)REPRESENTAÇÃO E SUBALTERNIDADE EM AUTOBIOGRAFIAS DE MULHERES MUÇULMANAS (original) (raw)
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Revista de Antropología y Sociología Virajes (RASV), 2010
Este artigo é uma proposta de abordagem metodológica para o estudo das masculinidades a partir de três técnicas de pesquisa sócio-antropológica: a etnografia, as narrativas e o método autobiográfico. A partir daí apresentase como o pesquisador lida com a afetação quando se tocam fibras sensíveis da intimidade durante uma pesquisa, como foi neste caso. Trata-se de apresentar as origens de uma pesquisa sobre violência de gênero a partir de uma experiência pessoal, mas, que não por isso deixa de ter os cânones e o rigor da pesquisa científica social.
ATELIÊS AUTOBIOGRÁFICOS: ESCRITORAS DE ALAGOINHAS E SUAS ESCREVIVÊNCIAS
Resumo: O texto que ora exponho tem como pretensão apresentar o processo metodológico desenvolvido na pesquisa de mestrado intitulada, Narrativas autobiográficas de escritoras de Alagoinhas: Processos de (auto)formação e (re)significação. Este estudo foi desenvolvido na perspectiva da pesquisaação e do mé todo (auto)biográfico para a coleta e análise de dados. Para tanto, nos inspiramos, em parte, no projeto desenvolvido pela pesquisadora Christine DeloryMomberger (2006), com os ateliês autobiográficos, que podem ser entendido como um espaço de formabilidade onde se “registram a ‘história de vida’ em uma dimensão prospectiva, unindo as três dimensões da temporalidade, e visa a dar as bases para o futuro do sujeito e fazer emergir seu projeto pessoal” (DELORY, 2006, p. 99). Assim, colhemos os escritos autobiográficos, produzidos nos ateliês autobiográficos, das escritoras de Alagoinhas, Luzia Senna e Margarida Souza, que participaram desta pesquisa, bem como fizemos as entrevistas narrativas
Revista de Arqueologia Pública, 2021
Este texto, tecido a muitas mãos, é inspirado na obra de Grada Kilomba, apresentando episódios de racismo, sexismo e outros vetores de normatização e opressão de corpos femininos, feminizados e racializados. Esses episódios passam também pela estereotipagem e/ou apagamento das mulheres no campo da arqueologia, das narrativas visuais e dos museus. Os episódios são circunscritos por meio de representações de mulheres em diferentes suportes, como documentários, exposições, livros e histórias em quadrinhos.
FICÇÃO PARA UM CORPO DE CIENTISTA: MARIE CURIE, A INVENÇÃO DE SI E A NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA
ROChElE DE QUADROS lOGUERCIO Universidade Federal do Rio Grande do Sul O que nos conta e como se conta uma narrativa de vida nas ciências? E quando quem conta é uma mulher? Marie Curie, física polonesa, criadora do campo da radioatividade e ganhadora de dois prêmios Nobel foi alçada à posição de mito, tendo sua trajetória sido narrada como "exemplo" para as mulheres, nas ciências e fora delas. Curie escreveu, sob encomenda, uma narrativa intitulada Notas autobio-gráficas, que se encontra como apêndice em um texto também bio-gráfico, escrito pela própria Marie, por ocasião da morte de seu ma-rido. Entendendo que as práticas discursivas das autonarrativas não são autônomas, mas estão incluídas em procedimentos normativos (jurídico, médico, educativo, de gênero) e questionando-se sobre a relação entre as narrativas e as redes de poder articuladas em sua construção, este artigo pretende, a partir das notas autobiográficas de uma mulher considerada um mito, problematizar: (i) as narrativas autobiográficas como invenção de si; (ii) a história de vida de Marie Curie como uma mulher de ciência e a invenção do mito de mãe, esposa e cientista; e (iii) o gênero como elemento central na cons-trução de uma ficção de mulher nas ciências. Palavras-chave: Marie Curie. Ciência. Autobiografia. Gênero.
EM BUSCA DA LIBERDADE: CONDIÇÃO FEMININA E AUTOBIOGRAFIAS DE ESCRAVAS
Nascidas na escravidão, Harriet Jacobs e Amanda Smith ousaram escrever as próprias histórias em primeira pessoa. Tornaram-se escritoras da liberdade, em sentido amplo. Procuravam igualdade e dignidade em suas vidas. O presente trabalho procura decifrar os significados da escrita em primeira pessoa a partir de duas autobiografias de mulheres, nascidas escravas, nos Estados Unidos do século XIX. Por diferentes caminhos, a palavra escrita foi entendida por tais mulheres como arma contra a escravidão e pela liberdade.
DIÁRIO FOTOGRÁFICO E A NARRATIVA PESSOAL FEMININA: UM OLHAR SOBRE OS REGISTROS DE ANNIE LEIBOVITZ 1
2021
O objetivo, neste artigo, é analisar e investigar o conceito de diário, contextualizar a importância da fotografia para o eu lírico e unir essas duas esferas a fim de compreender o que é o diário fotográfico. Para além disso, compreender tal linguagem artística como uma forma de expressão e força identitária para a fotógrafa, que, ao longo da História, sofreu apagamentos e privações (não apenas como artista), sendo negada socialmente de ter o poder sobre o olhar, de ser a figura ativa que representa ao invés de ser apenas a modelo passiva representada nas obras masculinas. Para entender o que é diário fotográfico precisamos entender o que não é diário fotográfico, sendo assim contextualizamos e definimos a fotografia como meio de persuasão midiática, formulando o conceito de fotografia fria, fortemente abraçada ao capitalismo artista de Lipovetsky & Serroy , que se apropria da arte Palavras-chave: fotografia, diário, arte, poética.
IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL DO OBSERVATÓRIO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA (SIOMSAL) e II SEMINÁRIO INTERNACIONAL CURUPIRAS, 2019
Este artigo tem como objetivos explicar, a partir de uma análise dos registros encontrados nos livros de ocorrências de duas escolas da rede pública sobre casos de violência física entre estudantes e os fatores a ela associados, que revelam um modelo de sociabilidade específica e de que maneira a escola tem conduzido esses casos. A temática foi desenvolvida a partir de uma pesquisa documental de caráter qualitativo nos registros dos livros de ocorrências relativos ao ensino médio de dois estabelecimentos de ensino público estadual do município de Caruaru (PE), 2016 e 2017. Para tanto, lanço mão da análise do discurso em sua vertente francesa (AD), alinhado a teoria de Pêcheux, como instrumento teórico e metodológico. Ao abordar a temática da violência, a categoria dialógica Bakhtiniana, embora não sendo essa francesa, se mostrou relevante para essa pesquisa dado a sua presença nas ocorrências. Assim, o diálogo que se estabelece entre a escola e os sujeitos (estudantes) que praticaram atos violentos e os debates em sala de aula são grandes aliados no processo de estranhamento, desnaturalização e superação do apelo a força física na resolução de conflitos.
CONTRIBUIÇÕES RORTYANAS PARA UMA FILOSOFIA FEMINISTA: (RE)LEITURAS A PARTIR DA AUTOCRIAÇÃO
Essa dissertação tem por objetivo apresentar a discussão ocorrida a partir do ensaio Feminismo e Pragmatismo de Richard Rorty, no ano de1990, bem como algumas das possibilidades a partir de seus desdobramentos. Primeiramente foi feito um breve resgate do histórico do feminismo, especialmente no que diz respeito à tradição estadunidense, em seguida, um breve resumo do neopragmatismo com suas principais características. No primeiro capítulo a proposta de Rorty é apresentada, destacando a importância das posições de Catherine MacKinnon, bem como a perspectiva de Sabina Lovibond, esta última como crítica do pensamento rortyano. No segundo capítulo, temos algumas das principais críticas sofridas pela proposta de Rorty, especialmente aquelas feitas por Nancy Fraser ou nela inspiradas. No terceiro capítulo, são desenvolvidas algumas das possibilidades percebidas a partir das sugestões feitas por Rorty, como resultado da interlocução com o feminismo. Essas possibilidades residem especialmente na idéia da criação poética, que resultaria na autocriação da mulher. Por fim, foi incluído um tópico para reflexão sobre a criação poética de Emily Dickinson e Adrienne Rich, como exemplos do processo redescrito por Rorty. A autocriação, a poesia e a redescrição são algumas das metáforas utilizadas pelo neopragmatista para desenvolver seu pensamento neste diálogo com o feminismo. E por fim, conclui-se que, apesar da resistência de parte das teóricas feministas à proposta de Rorty, a interlocução do neopragmatismo deste com o feminismo pode ser bastante eficiente.
A AUTO-IMAGEM CORPORAL NA ANOREXIA NERVOSA: UMA ABORDAGEM SOCIOLÓGICA
RESUMO: A anorexia é um transtorno no comportamento alimentar com a distorção na auto-imagem corporal, sendo sua principal característica o medo mórbido de engordar e uma forma pervertida de realizar a restrição alimentar. O objetivo deste trabalho foi compreender os mecanismos de formação da imagem corporal na anorexia nervosa, bem como depreender os sentidos manifestos na construção da obesidade no corpo anoréxico. O caminho metodológico trilhado compreendeu a etnografia e o método biográfico, com a coleta de histórias de vida de anoréxicos. É um trabalho descritivo e interpretativo sobre a questão da imagem corporal na anorexia nervosa e, para tanto, dialoga com a Sociologia e com a Psicologia. Diante da análise do conteúdo dos depoimentos, nota-se que a construção da imagem corporal não é um trabalho solitário, mas resulta da intercomunicação entre o indivíduo e o mundo social. O indivíduo utiliza outras imagens para definir sua própria imagem corporal, bem como esse processo implica numa troca relacional entre indivíduos. PALAVRAS-CHAVE: anorexia nervosa; imagem corporal; corpo.
A AUTO-IMAGEM CORPORAL NA ANOREXIA NERVOSA: UMA ABORDAGEM SOCIOLÓGICA1
RESUMO: A anorexia é um transtorno no comportamento alimentar com a distorção na auto-imagem corporal, sendo sua principal característica o medo mórbido de engordar e uma forma pervertida de realizar a restrição alimentar. O objetivo deste trabalho foi compreender os mecanismos de formação da imagem corporal na anorexia nervosa, bem como depreender os sentidos manifestos na construção da obesidade no corpo anoréxico. O caminho metodológico trilhado compreendeu a etnografia e o método biográfico, com a coleta de histórias de vida de anoréxicos. É um trabalho descritivo e interpretativo sobre a questão da imagem corporal na anorexia nervosa e, para tanto, dialoga com a Sociologia e com a Psicologia. Diante da análise do conteúdo dos depoimentos, nota-se que a construção da imagem corporal não é um trabalho solitário, mas resulta da intercomunicação entre o indivíduo e o mundo social. O indivíduo utiliza outras imagens para definir sua própria imagem corporal, bem como esse processo implica numa troca relacional entre indivíduos. PALAVRAS-CHAVE: anorexia nervosa; imagem corporal; corpo.