CUNHA, Murilo. Estudo e Caso: estratégias de arranjo para guitarra solo (26º SIC 2015) (original) (raw)

Este estudo visita diferentes campos da pesquisa em música, envolve a reflexão acerca de processos e práticas pedagógico musicais, aborda questões técnicas, teóricas e críticas associadas ao trabalho criativo em arranjo musical; mapeia variáveis que interferem no desempenho instrumental em situações de interpretação musical ao vivo; e também procura perceber o músico e seu labor artístico em contexto histórico e sociocultural. Em âmbito de iniciação, essa espécie de exercício de aproximação possibilitou observar como tais campos interagem na consecução do principal objetivo deste trabalho, a saber: o mapeamento de estratégias capazes de gerar arranjos musicais semiestruturados que possam ser executados, por um único intérprete, respeitando o idiomatismo do instrumento musical guitarra elétrica em âmbito de um repertório e estilística geral referida como jazz guitar culture. Em síntese, "as estratégias são escolhas realizadas dentro das possibilidades estabelecidas pelas regras de estilo. Para todo estilo específico há um número finito de regras, no entanto há um número indefinido de estratégias possíveis para realizar essas regras" (MEYER, Leonard B. El estilo en la música. Madrid: Ed. Pirámide, 2000. p. 43-44). Com esse referencial, procurando enfrentar os ágeis processos criativos que norteiam a performance musical, no decorrer da pesquisa trabalhou-se a hipótese de que, essa distinção entre "regras de estilo" e "estratégias" pode clarificar valores chaves para o campo da jazz guitar culture, tais como o valor da "originalidade" e seus correlatos, a "criatividade", a "individualidade" e o "virtuosismo". Lançando mão de uma metodologia híbrida, que concilia revisão bibliográfica, consultas em bases diversas (sites e revistas especializadas, encartes, vídeos e entrevistas publicadas etc.) e rotinas de transcrição, prática instrumental e análise musical, o presente trabalho foi conduzido por uma dinâmica de elaboração de questões abertas. A metodologia de questões abertas, nesta pesquisa, implicou na permanente formulação de tópicos capazes de incitar e nortear a investigação favorecendo tanto a busca de algumas respostas possíveis, e não necessariamente únicas, exatas e taxativas, quanto o permanente entrecruzamento de tais questões.