Travel knowledge – the travelogues in an amalgam of reality and spectacle (original) (raw)
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O múltiplo imaginário das viagens modernas: ciência, literatura e turismo
História: Questões & Debates, 2001
A história das viagens tem como fonte primordial os relatos de viagem. O texto busca apresentar um panorama das viagens e de sua literatura na época moderna, confrontando os seus significados para a história das ciências naturais, para a história das sensibilidades, com a constituição da paisagem como objeto estético, e para a sociologia dos deslocamentos humanos voluntários, onde a história do turismo contemporâneo toma especial relevância.
As viagens como espaços de construção de conhecimento (sećulos XVI e XVII
2019
Os estudos sobre viajantes[ii] preenchem os campos acadêmicos desde décadas remotas. Entretanto, ainda é bastante relevante revisitar esse tema através de novas perguntas. Uma delas intenta saber a importância e o papel dessas viagens e expedições para a conformação do conhecimento natural e da própria ciência. Vale ressaltar que, a historiografia que se debruça acerca das expedições científicas tem se atentado a um recorte temporal bastante específico, que em geral engloba os séculos XVIII ao XX. Esse foco dado pelos intelectuais é justificável pelo processo de especialização das ciências, que se acirrou a partir do século XIX, mas que desde o século XVIII, por conta de obras como Systema Naturae (1735) de Linneaus, passou a ganhar um caráter mais padronizado, com métodos de organização e classificação da natureza. Ainda assim, é preciso reafirmar que, antes de obras e métodos que marcaram o processo dessa especialização, existiam outras formas de se conhecer, observar, descrever e se relacionar com a natureza e com o mundo. Steven Shapin, levanta considerações fundamentais para se pensar na complexidade do nascimento da ciência moderna. Em sua obra A Revolução Científica (1996), Shapin acredita não ter existido uma "essência" da ciência no século XVII, ou mesmo uma descontinuidade radical do pensamento, que passaria a ser qualificado como revolucionário. Segundo a visão mais atualizada dos historiadores, o que existiu no século XVII foi um leque diversificado de práticas culturais empenhadas em compreender, explicar e controlar o mundo natural, cada uma delas com diferentes características e cada uma experimentando diferentes modalidades de mudanças. (SHAPIN, 1999 [1996] p. 25) Para o autor, a ciência é uma atividade social, não apenas em seus aspectos "externos", mas também nas suas práticas de produção de conhecimento. Logo, é através da crítica a uma suposta descontinuidade radical do pensamento que Shapin pensa o nascimento da ciência moderna, usando como exemplo de seu estudo os cientistas seiscentistas, que compartilhavam de pensamentos e práticas de antigos e modernos. Dessa maneira, o historiador ressalta a importância da dimensão não apenas intelectual, mas sobretudo prática da ciência, mediadas por aspectos sociais. Se pensadas através desse mesmo raciocínio, as viagens que foram empreendidas no início da colonização das Américas, sobretudo entre os séculos XVI e XVII, podem servir como exemplos empíricos para se repensar o papel da conformação de um conhecimento natural, que dependia de atores, técnicas e saberes diversos, para se consolidar. Quando pensamos, por exemplo, no cenário atlântico de meados do século XVI, podemos resgatar algumas viagens de extrema importância para a consolidação do mundo colonial português na América. Os relatos do jesuíta José de Anchieta (1534-1597) e do padre Manoel da Nóbrega (1517-1570), dentre outros tantos religiosos e naturalistas, como Gabriel Soares de Souza (1540-1591), Pero de Magalhães Gândavo (1540-1579) e Frei Vicente de Salvador (1564-1636)-para citar alguns poucos exemplos-, eternizados pela historiografia, nos dão indícios da paisagem, dos animais, da língua, da geografia, do clima, entre outras características das terras desse Novo Mundo. Evidentemente, as referências filosóficas e teológicas que baseavam o pensamento e a visão de mundo desses atores estavam muito correlacionadas a autores clássicos da antiguidade, como Aristóteles, Ptolomeu e Plínio. A Fechar Imprimir
Destinos Turísticos Inteligentes e a Experiência dos Turistas
Revista Rosa dos Ventos - Turismo e Hospitalidade
Com notável maior utilização e acesso à computação em nuvem, realidade virtual e aumentada, tecnologias móveis e adoção de mídias sociais; o conceito de inteligência tem sido mais explorado, expandindo-se de objetos para cenários mais amplos como cidades; tudo isso, através da integração da tecnologia da comunicação e informação com a infra-estrutura física. Os Destinos Turísticos Inteligentes (DTI) são localidades que utilizam a base de cidades inteligentes para apoiar a mobilidade, hospedagem, alimentação e entretenimento, com o objetivo de proporcionar uma melhor experiência aos turistas. Nesse contexto, o principal objetivo deste artigo é revisar sistematicamente as publicações científicas brasileiras, buscando identificar como tem sido estudada a relação entre os DTIs e a experiência do turista. Dentro da metodologia escolhida, foi feita uma adaptação do modelo de Costa e Zoltowski (2014). A lista de periódicos científicos brasileiros desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade de São Paulo (USP) foi considerada como critério de escolha da base de dados. Após a seleção dos artigos, os dados foram extraídos usando uma planilha do Google para construir o corpus de análise para posterior processamento no software Iramuteq. Com base nos dados obtidos, a análise dos resultados mostrou que, embora haja uma nítida evolução das pesquisas em DTI e experiência do turista, os destinos estudados ainda estão em processo de se tornar um DTI, com fatores favoráveis e elementos em desenvolvimento para alcançar o nível de inteligência do destino. Com os achados da pesquisa, foi feita uma análise baseada em algumas dimensões, tais como Dimensão de Experiência, Dimensão de Gestão e Desenvolvimento e Dimensão Metodológica, para entender como estão indo os estudos dessas temáticas.
Narrativas de Viagem / Travel Narratives
2019
Neste livro, caro pesquisador, cara pesquisadora, você encontrará, de forma bilíngue – ora em inglês, ora em espanhol – e disposta ao longo de 20 capítulos, mais que uma tentativa de interpretação do que entendemos por narrativas de viagem, e sua aplicação, uma espécie de mapa que nos permite delimitar, conceitualmente, o estado da arte das discussões em torno do assunto. Como todo mapa, e considerando o que dissemos no início desta apresentação, deve ser lido antes como indicativo de um caminho passível de ser seguido do que como a tradução de um todo, deixando, desta forma, espaço para novas descobertas, para novos rumos a serem seguidos. Do mesmo modo como as próprias maneiras de viajar e estabelecer algum tipo de vínculo com os lugares e povos têm se transformado e ressignificado entre diferentes culturas e diferentes épocas, também os modos articular e organizar esteticamente essas experiências em forma narrativa mudam, conforme veremos neste livro. No entanto, permanece a constante do contato, da alteridade, da descoberta do outro, da transformação do não-lugar, do espaço de passagem, em uma ambiência prenhe de significados.
ABET, 2023
The article gives notice of an ongoing research, which analyses the media productions of three Tourism Management Organizations in Algarve/Portugal (Região de Turismo do Algarve - RTA, Associação de Turismo do Algarve - ATA and Municipality of Faro). The aim is to conceptualize what is Tourism Literacy, as well as the competences associated to it and the role played by the mediators involved in this process that connects them, through their communication channels, to tourists. Based on the models proposed by Pérez-Rodríguez and Delgado-Ponce (2012), Ferrés and Piscitelli (2012) and Scolari et. al. (2018) we are building a proposal of competencies, pointing Knowledge, Comprehension and Expression as essential dimensions for the existence of literacy within the tourism industry, taking into consideration that Tourism Literacy will be part of a continuous and holistic learning process, integrated in a new ecology of multiple literacies.
A trip can transform your life: life and career experiences in contemporaneity
Administração: Ensino e Pesquisa
Based on real data, the following case describes Marília’s career and life paths. Marília is a young executive who lives a moment of reevaluation in both professional and life aspects. A lack of life meaning led her to do volunteer tourism, seeking significant experiences and self-development in both career and life. The case aims to understand contemporary careers conceptions in its relations with the current marketplace, and how they are related to Marília’s career decisions. Career is defined as a series of experiences that allows personal development and enhance individual employability. The case allows to (a) comprehend, throughout the volunteer tourism experience, how different experiences can foster and build contemporary careers thru theoretical frameworks like protean career, borderless career, kaleidoscope career, and sustainable career.(b) situate the raise of contemporary careers conceptions; (c) highlight the main features of these conceptions; (d) compare the tradition...
A VIAGEM E O CONHECIMENTO, VALORES DE UM ORIENTE "DESCONHECIDO"
Anais XIII Encontro Estadual de História da ANPUH Pernambuco: "História e mídias: narrativas em disputas", 2020
Resumo: Partindo de Beatriz Bissio, realiza-se uma revisão bibliográfica com o intuito de demonstrar o diferente valor da viagem para o mundo muçulmano, objetificando ampliar análises relativas ao Outro. Busca-se demonstrar o modo como à jornada pelo conhecimento fazia parte da prática da viagem para os muçulmanos, para além das práticas religiosas. Ao contrastar-se o valor do conhecimento entre Ocidente cristão e Oriente muçulmano, se define a importância de analisarmos o Outro com atenção, buscando ir além de estereótipos e perspectivas simplistas. Palavras-Chaves: A viagem medieval; Oriente muçulmano; o valor do conhecimento. Abstract: Starting from Beatriz Bissio, a bibliographic review is carried out in order to demonstrate the different value of the trip to the Muslim world, aiming to expand analyzes related to the Other. It seeks to demonstrate how the journey through knowledge was part of the practice of traveling for Muslims, in addition to religious practices. By contrasting the value of knowledge between the Christian West and the Muslim East, the importance of carefully analyzing the Other is defined, seeking to go beyond stereotypes and simplistic perspectives. Key words: The medieval journey; The Muslim East; the value of knowledge Introdução Muito se fala sobre o ato de desbravar fronteiras, antes mesmo de haver uma definição aceita quanto a esse termo. Tendo em vista que, a matriz cultural do Ocidente está conectada ao passado europeu e, consequentemente, a cristandade é com relação a esse enfoque que boa parte das abordagens se baseia. Com relação a esse passado destacam-se dois pontos principais quanto à prática da viagem, no contexto cristão, para além do comércio: a peregrinação dos fieis a lugares santos (a exemplo do caminho de Santiago de Compostela e Jerusalém), bem como a pregação por parte das ordens religiosas 1. Destaca-se que um dos resultados de ambas as práticas era a formação dos relatos de viagem, copilado de textos que compreendiam experiências pessoais, religiosas e coletivas, demonstrando diferentes espaços e práticas. 1 Neste escopo opta-se por considerar que campanhas militares não se classificam como viagem, tendo em vista a especificidade de sua ocorrência.
2016
Olhar etnográfico, olhar pitoresco, olhar ilustrado, olhar evangelizador, olhar imperialista: o olhar é una metáfora frequente nas descrições e análises da literatura de viagem em suas mais diversas manifestações. Ver bem tem como consequência uma melhor compreensão do lugar visitado, o que pode converter o viajante em um especialista do lugar visitado, alguém que pode construir um texto de autoridade sobre determinado espaço, propor projetos políticos de regeneração, colonização, evangelização. O caso do viajante britânico cego, ex-marinheiro, James Holman (1786-1857), impõe limites a essa pretensão epistemológica que define o gênero. Autor de diversos relatos de suas viagens de circum-navegação pela Rússia, Europa Central, Brasil, China, Holman era consciente desses limites e por isso foi, além de viajante cego, um escritor cego. Este artigo trata desta consciência do processo de construção de sua fiabilidade dos seus limites.Ethnographic eye, picturesque eye, enlightened eye, eva...
Neste livro apresentamos, mais que uma tentativa de interpretação do que entendemos por narrativas de viagem, e sua aplicação, uma espécie de mapa que nos permite delimitar, conceitualmente, o estado da arte das discussões em torno do assunto. Como todo mapa, e considerando o que dissemos no início desta apresentação, deve ser lido antes como indicativo de um caminho passível de ser seguido do que como a tradução de um todo, deixando, desta forma, espaço para novas descobertas, para novos rumos a serem seguidos. Do mesmo modo como as próprias maneiras de viajar e estabelecer algum tipo de vínculo com os lugares e povos têm se transformado e ressignificado entre diferentes culturas e diferentes épocas, também os modos articular e organizar esteticamente essas experiências em forma narrativa mudam, conforme veremos neste livro. No entanto, permanece a constante do contato, da alteridade, da descoberta do outro, da transformação do não-lugar, do espaço de passagem, em uma ambiência prenhe de significados.