Impacto e sensacionalismo na imprensa – a razão da emoção (original) (raw)
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Happenings and sensational journalism [O acontecimento e o sensacional no jornalismo]
Creative Industries Faculty School of Media Entertainment Creative Arts, 2009
E M artigo anteriormente publicado , concluímos que as críticas elaboradas por certos autores (SOUSA, 2000;, ao classificarem um determinado modo de jornalismo como sensacionalista, parecem querer opor uma imaginária constituição democrática do espaço público e da cultura legítima a uma suposta disfunção narcotizante do entretenimento, que promoveria o conformismo social e reforçaria as normas sociais. O jornalismo sensacionalista, nesse entendimento, veicularia apenas a ampla trivialidade e o excesso de diversão estaria "matando" os ideais iluministas da sociedade moderna, tal como aposta Postman (1986). Entretanto, pode-se ver nestas críticas aquilo que Edgar Morin define, ao estudar cultura de lazer, como a má impressão causada pelo divertimento e pela evasão aos "moralistas dessa confederação helvética do espírito que são as letras e a universidade" .
A emoção no jornalismo e a organização do enquadramento
Este artigo apresenta como a emoção é problematizada por pesquisadores do jorna-lismo que a entendem como parte intrínseca da atividade jornalística e de seus discursos. Apresento uma revisão de pesquisas que tomam a emoção como conceito de alto valor epistemológico ao estudos da área, dividindo-as em dois eixos: aquelas que a investigam como componente da relação entre público e jornalismo e aquelas que se preocupam em observar a emoção no discurso produzido pelo campo. Defendo que a emoção, enquanto efeito de sentido que circula no espaço discursivo do jornalismo, organiza o enquadramento das reportagens por meio da apresentação de uma avaliação moral.
Emoções, trauma e bom jornalismo
Cadernos de Estudos Africanos, 2008
Pequim e Londres. Nos anos 90, formou-se como psicoterapeuta, e é agora formador e conselheiro no campo do jornalismo e trauma. Neste seu texto, aborda a importância ȱ ȱ ³¨ȱ Çęȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ eventos traumáticos, nomeadamente em contextos culturais que lhes são estranhos.
Engajamento, circulação e o papel do jornalista
Jornalismo Local a Serviço dos Públicos, 2021
No mundo todo, o jornalismo passa por um processo de reconfiguração de suas práticas, rotinas e formas de sustentação – o que produz também mudanças significativas na profissão. “Ser jornalista” no século XXI exige habilidades que até então não faziam parte de suas funções, ligadas à compreensão sobre o funcionamento de dispositivos tecnológicos, algoritmos, hábitos de consumo de notícias; o trabalho em redações fragmentadas nas quais parte das atividades e relacionamento entre colegas de trabalho e superiores hierárquicos passa a ser on-line; habilidades de gestão para encontrar formas de financiamento que não dependam unicamente das receitas publicitárias; e, principalmente, a habilidade de aprimorar oportunidades de interação com a audiência, para garantir a circulação e o consumo das produções – audiência esta que consome conteúdos de forma cada vez mais dispersa, via redes sociais, e criou ao longo do tempo certa desconfiança sobre o jornalismo, motivada em partes pela despreocupação anterior dos veículos com relação às suas demandas de informação e participação, ao passo que esses atendiam os interesses de instâncias de poder político e econômico. Soma-se a esse conjunto de novas funções o estado atual de crise pela qual passam as instituições jornalísticas: quedas nas tiragens, diminuição de público, abandono de algumas práticas, demissões em massa e consequente enxugamento das redações são alguns dos sintomas mais evidentes e refletem diretamente no cotidiano dos profissionais, que passam a enfrentar um cenário de precarização laboral: jornalistas veem seus contratos de trabalho serem flexibilizados, a pressão por resultados aumentar, assim como suas responsabilidades – tudo isso sem ver as cobranças se refletirem em compensação salarial (ao contrário: quanto maior o salário, maior a insegurança sobre a permanência no cargo) (Lelo, 2019). No entanto, e como já dissemos ao longo deste livro em mais de uma oportunidade, essa crise do jornalismo vai muito além da questão financeira dos veículos de mídia. Ela também é política, existencial, de ética e credibilidade, de governança e gestão. Em outras palavras, o problema do financiamento se apresenta como o ponto de saída, e não de entrada para a crise do jornalismo. Relembrando Mick e Tavares (2017), há caminhos possíveis para superá-la, e eles estão menos em pensar sobre como rentabilizar o jornalismo como negócio, e mais em conceber formas alternativas de governança, recriando as relações entre jornalistas e seus públicos sob outras bases. Legitimidade social para o trabalho jornalístico parece ser, então, um ponto-chave para tratar a questão. O objetivo deste capítulo é discutir como jornalistas podem atuar para promover o engajamento de seus públicos – competência fundamental no contexto de transformações e novas demandas do trabalho, especialmente em projetos fora do mainstream, que dependem ainda mais do público para garantir sua sustentabilidade financeira e relevância social. Partimos da premissa de que esse constante estado de fluxo demanda um olhar menos normativo e mais compreensivo “do que o jornalismo está se tornando”, como propõem Deuze e Witschge (2016). Se há muitos jornalismos possíveis, a depender de suas propostas editoriais, formas de organização e gestão, captação de recursos, entre outros, é razoável supor que há formas diversas de interação e engajamento das práticas jornalísticas com seus públicos, que merecem ser observadas.
Sentidos De Subjetividade: Imprensa e Psicanálise
Polifonia, 2006
RESUMO: O objetivo deste trabalho é duplo: apresentar uma análise comparativa de colunas de consultório psicanalítico publicadas na imprensa carioca e discutir a questão da subjetividade a partir da perspectiva da análise do discurso e da psicanálise. PALAVRAS-CHAVE: Discurso jornalístico. Colunas de consultório, Subjetividade.
Os sentidos da saúde nas mídias jornalísticas impressas
Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, 2012
Jornalista, Doutor em ciências da Comunicação (ECA-USP) e mestre em Sociologia Rural. Professor e orientador no Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (ICICT/Fiocruz). É pesquisador do Laces-Laboratório de Comunicação e Saúde (ICICT/Fiocruz) na linha de pesquisa sobre mídia e saúde e comunicação, informação e participação popular no Sistema Único de Saúde.
O lugar e os sentidos do sensacionalismo na ciência
Revista Espaco Academico, 2013
Bacharel em linguística, mestre e doutora em Ciências da Comunicação pela ECA-USP, estuda a telenovela brasileira desde 1998 a partir de um diálogo entre os estudos da linguagem, comunicação e antropologia. Os principais conceitos da teoria bakhtiniana estão nos fundamentos de todas as suas pesquisas e planos de ensino.
Jornalismo: sensibilidade e complexidade
Galaxia Revista Do Programa De Pos Graduacao Em Comunicacao E Semiotica Issn 1982 2553, 2010
Resumo: Examina-se efeitos da midiatização sobre o processo de construção da noticiabilidade, especialmente as novas configurações que repercutem sobre a atividade mediadora do jornalista. Enfatiza-se que o permeamento da sociedade por operações de lógicas das mídias enseja o deslocamento de fontes e atores para o processo produtivo jornalístico, instaurando novas formas de interpenetração neste modelo de interação-jornalista/fonte/leitor, bem como naqueles procedimentos sobre os quais se tece a "construção do acontecimento".
A efemeridade e o jornalismo do clic
Elaborar uma leitura da comunicação social parece algo demasiadamente ousado para ser feito em qualquer tempo, não apenas pela amplitude do tema, mas também pela complexidade que o envolve. E com a evolução das tecnologias neste meio e a consequente proliferação da conectividade entre as pessoas, essa tarefa ficou ainda mais complexa. Com essa consciência, este artigo visa dimensionar a importância do jornalismo nesse contexto e estabelece uma relação dos estudos feitos por três sociólogos, em diferentes épocas, que voltaram sua atenção para a forma e os efeitos dos mecanismos de comunicação da sociedade, com a apropriação que é feita das ferramentas comunicacionais e o respectivo reflexo no processo de relações sociais e interpessoais da atualidade. Considerando os fenômenos sociais, sobre os quais debruçaram-se Guy Debord, Zygmunt Bauman e Dominique Wolton, discorremos sobre o termo que representa a lógica de toda essa equação: efemeridade. E, ao olharmos diretamente para a influência desses mesmos fenômenos nos sistemas de comunicação, direcionando a proposta de reflexão, principalmente, para os moldes da profissão jornalística dos novos tempos, chegamos ao termo que propomos aqui-o jornalismo do clic. Palavras-chave: Efemeridade. Jornalismo do clic. Sociologia da comunicação.
Jornal: produtor e articulador de sentidos
O objetivo deste artigo é discutir teoricamente a relação entre discurso, jornalismo e sociedade, na perspectiva das notícias como produtos culturais, indo além do ato de informar e produzindo sentidos na cultura contemporânea. A teoria da notícia se deslocou para a análise da produção de sentidos no processo de enunciação jornalística e de recriação de significados pelos receptores. Transformando assim o jornalismo em produtor e articulador de sentidos na sociedade atual. Para isso, propõe-se uma análise sobre conceitos de discurso, bem como de processos e práticas jornalísticas em circulação na sociedade utilizando autores como Verón (2004), Pinto (2002), Lopes (2004), Borelli (2010), Vizeu (2006) e Mouillaud (1997).