A auto-regulação, a regulamentação e outros nãos da psicanálise (original) (raw)
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Tempo psicanalitico, 2021
resumo O artigo discute a responsabilidade dos psicanalistas na produção e disseminação de normas de gênero e de normas subjetivas, definindo um bom funcionamento psíquico. Aponta o quanto prescrevemos, sem perceber, o modo como os sujeitos devem ser ou viver as suas vidas. Nomeia algumas normas que podem estar presentes no exercício da psicanálise e de suas correntes teóricas, normas pouco visíveis e, por isso mesmo, menos nomeadas. Palavras-chave: normas de gênero; discursos normativos; subjetividade universal.
Regras e auto regras no contexto terapeutico
Regras e auto-regras no contexto terapêutico andré luis jonas* Resumo • O presente trabalho procurou conceituar e contextualizar o conceito de r eg ra e de comportamento controlado por regras d entro da abordagem behaviorista radical, fazendo uma distinção do mesmo em relação ao comportamento controlado pelas contingências, e p riorizand o os aspectos referentes às instâncias de controle sobre o comportamento e sua utilização no processo terapêutico comportamental. Palavras-chave • reg ras, auto-regras, terapia comportamental.
As instituições psicanalíticas e a psicanálise que vem
Apresentação para Liga Acadêmica de Psicanálise da PUC Goiás, 2022
Proponho uma apresentação crítica e uma reflexão acerca da comunidade psicanalíticasuas instituições, grupalidades e dispositivos. O objetivo não é um mapeamento ou panorama, mas a avaliação acerca da forma como a dimensão comunitária da psicanálise modula a práxis e os devires des psicanalistes em sua singularidade (e, a partir daí, enquanto agentes de transformação da própria psicanálise e da sociedade em que ela está inserida).
Auto-organização e psicoterapia
Saúde e Sociedade, 2012
Neste artigo, resultado de uma pesquisa de tipo qualitativo, hermenêutico e documental, procuramos mostrar como as Ciências Cognitivas, desde a sua constituição, têm contribuído para a compreensão do ser humano. Fazemos referência às visões mais racionalistas da mente, que a entendem semelhante a um sistema computacional, até à visão menos (não) racionalista que lhe confere valor cognitivo, envolta em emoções e afetos, que numa visão mais construtivista - ou pós-racionalista - se diria que traduz significados, traduz uma vivência ou uma história narrativa (e) pessoal. Assim, apresentamos o modelo de terapia cognitiva pós-racionalista de Vittorio Guidano, refletindo sobre os fundamentos epistemológicos do Movimento da Auto-organização (MAO), nos quais ele se fundamenta. Descrevemos sumariamente os alicerces epistemológicos do MAO, os quais garantem a este modelo uma dimensão holista e explicativa do processo de construção da identidade humana, que pode ser descrita como processo de c...
O corpo falante e a-política da psicanálise
2019
Expoe-se o processo de constituicao do sujeito como ser falante ( parletre ), a partir da incidencia da dimensao pulsional da linguagem ( lalangue ), articulada ao objeto voz, que perfura sua superficie corporal. O sujeito da psicanalise, causado pelo real da pulsao, em sua correlata destituicao subjetiva, situa-se no plano da ruptura ontologica. Ele subverte portanto qualquer consistencia que se queira dar-lhe, por exemplo, via categorias identitarias situadas no plano ontico-empirico. O corpo falante e uma caixa de ressonância do fato de que nele habita um dizer. Este e passivel de transmissao por intermedio dos “relatos de passe”, testemunhos singulares de um “saber se virar” ( savoir-y-faire ) com o objeto a , segredo do gozo do sujeito.
2019
Tese de mestrado, Psicologia (Área de Especialização em Psicologia Clínica e da Saúde - Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Integrativa), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2019A literatura sobre a conceptualização das necessidades psicológicas em termos dialéticos é escassa (Guisinger & Blatt 1994, Blatt, 2006, Vasco, Conceição, Silva & Vaz-Velho, 2018). Neste sentido, este estudo pretende contribuir para uma melhor compreensão da relação dialética das necessidades e as suas implicações para a regulação das necessidades, bem-estar, distress psicológico e sintomatologia. Com esse propósito elaborou-se a Escala de Formas Não Adaptativas de Regulação (EFNARN). Numa primeira parte o presente estudo pretende avaliar as qualidades psicométricas da Escala de Formas Não Adaptativas de Regulação (EFNARN). Numa segunda parte exploração as relações entre formas não adaptativas, regulação das necessidades, bem-estar, distress psicológico e sintomatologia. Os resultados revela...
Psicanálise e instituições: preâmbulos para a práxis do psicanalista
Vínculo, 2022
Resumo: A demanda de trabalho para um psicanalista se manifesta em diferentes contextos institucionais. Diante das diversas possibilidades de atuação desse profissional, buscamos elementos teóricos que nos auxiliem na reflexão acerca das possibilidades de trabalho do psicanalista em contextos institucionais. Para responder a essas questões, utilizamos o método de pesquisa teóricobibliográfico em psicanálise a partir das perspectivas de Freud e Lacan. Chegamos à conclusão de que a práxis psicanalítica nas instituições deve ser sustentada pela ética da psicanálise, tendo em sua base o discurso do analista, o qual promove atos ana líticos que vão de encontro à perspectiva do sujeito na instituição.
Processos de auto-regulação no curso de vida: Controle primário e controle secundário
Psicologia: Reflexão e Crítica, 2009
Este artigo discute conceitos relevantes à perspectiva do curso de vida, porém pouco difundidos no Brasil: controle primário e controle secundário. O primeiro se refere aos esforços que o indivíduo empreende para adaptar o ambiente às suas necessidades; o segundo, para se adaptar ao ambiente. Apresenta-se a formulação original dos conceitos como modelo de dois processos de controle, em oposição a modelos de processo único, como o do desamparo aprendido. Em seguida, discute-se revisão conceitual que trouxe modificação e ampliação para estes construtos, concebendo-os em um modelo bidimensional que articula controle primário e secundário com os conceitos de seleção e compensação. Nesse processo, apresentam-se contribuições no intuito de estimular a reflexão e expandir a discussão teórico-conceitual que envolve estes construtos. Palavras-chave: Controle pessoal; percepção de controle; curso de vida; auto-regulação; controle primário e secundário.
Psicologia: Reflexão e Crítica, 2002
Resumo Sermos animados por um "a mais de tensão" difere o humano do não-humano na perspectiva psicanalítica, situação que cria um dinamismo no qual emerge a realidade psíquica. Ao tomar os estímulos corporais como pura dispersão, sem formarem de início um conjunto estruturado e ao enfatizar a existência de uma semântica mental apoiada na sexualidade, apontamos que Freud traçou um paralelo entre dois domínios diferentes: ciências mentais e ciências do cérebro, incorporando precocemente preceitos de complexidade às suas teorias. Neste artigo, tentamos mostrar que a articulação entre as noções de pulsão e de inconsciente, a qual coloca a gênese da significação em território não-controlável, possibilitando a compreensão da emergência do psiquismo como um processo de auto-organização de um cérebro sensível às condições iniciais. Perturbações pequenas são amplificadas na flutuação global e essa idéia pode contribuir para a compreensão das modernas perspectivas de estudo da mente.
Sôbre a psicanálise das psicoses
Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 1950
Como é sabido, o campo inicial de investigação e tratamento psicanalítico restringiu-se às chamadas "neuroses de transferência", estendendo-se, depois, para as demais formas neuróticas. De início, as manifestações psicóticas não foram julgadas passíveis de influência pela técnica psicanalítica. Conhece-se, nesse particular, o pessimismo de Freud e de alguns dos seus mais eminentes discípulos, quando assinalaram a falta de capacidade de transferência de tais pacientes e, portanto, sua inacessibilidade aos influxos terapêuticos.