A cabeça de Antônio Conselheiro: capítulo (ou capitulação) da antropologia criminal brasileira (original) (raw)
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Disciplina: Antropologia da prisão e do crime
Ementa: Este curso explorará algumas discussões acerca do que pode ser definido como Antropologia do Crime e da Prisão. Embora a temática do crime e da punição esteja presente na antropologia desde as obras de autores clássicos, ela nunca constituiu um subcampo da disciplina, diluindo-se em outros quadros temáticos, como os da violência, do direito e do conflito. Por outro lado, a maior parte da produção sobre crime e prisão foi realizada pela sociologia. Recentemente, contudo, é possível notar um aumento do número de antropólogos dedicados a essas questões. A proposta deste curso é discutir, com base nas leituras indicadas, os referenciais teóricos e metodológicos a que seus/suas autores(as) recorrem, bem como suas estratégias de escrita. Busca-se, com isso, explorar a existência e a especificidade da produção antropológica nesse campo, bem como suas possíveis contribuições. No primeiro bloco, os alunos terão contato com obras que constituem tanto um momento de formação temática dos estudos sobre crime e prisão, quando o conjunto de obras que, até hoje, são referências para muitos antropólogos. O segundo bloco terá início com artigos que colocam desafios para esse campo de pesquisa para, em seguida, apresentar alguns trabalhos que indicam o (re)florescimento da discussão antropológica na área. O terceiro e último bloco, por sua vez, será dedicado à produção da antropologia brasileira sobre crime e prisão. Avaliação: Os alunos serão avaliados pela participação nas discussões propostas em sala de aula (30% da nota final) e pelo trabalho final (70% da nota final).
Violence and impunity in check: problems and perspectives under the optics of the forensic anthropology in Brazil Resumo A antropologia forense tem desempenhado um importante papel no combate à violência e à impunidade em muitos países do mundo. Apesar da sua reconhecida competência para lidar com restos humanos esqueletonizados, uma pesquisa realizada em delegacias de Polícia Civil e em institutos médico-legais de seis capitais brasileiras demonstrou o quanto a sua prática tem sido negligenciada. Os principais problemas apontados pela pesquisa são a falta de capacitação específica entre os profissionais que realizam as perícias em campo e laboratório, além da necessidade de implementação de um banco de dados de pessoas desaparecidas com informações de interesse antropológico. Como resultado desta situação, um número expressivo de cadáveres sai das instituições periciais sem identificação positiva e inquéritos policiais sobre homicídios permanecem sem resolução, contribuindo para o agravamento do quadro de impunidade e violência que assola o país.
Criminologia antropofágica: aportes para uma criminologia crítica brasileira
2013
Em face da imprescindivel decolonialidade e norteado pela criminologia da libertacao como construcao de uma criminologia critica propria, contra-hegemonica, criminologia antropofagica esta assentada aqui em um duplo sentido. O primeiro explicita a auto-destruicao que a recepcao do paradigma etiologico representou no continente latino-americano, sendo que no Brasil sua traducao incorporou algumas especificidades. O segundo se refere exatamente a necessidade de levar em consideracao essas especificidades na construcao de uma criminologia critica brasileira, ou seja, em uma perspectiva antropofagica oswaldiana. Outrossim, esse artigo e parte integrante de um projeto que tentara, a varias maos, construir uma criminologia verdadeiramente brasileira. Nestes termos, pretendemos contribuir com alguns aportes que vao desde e o estereotipo do criminoso a sua recepcao acritica no Brasil, que naquele momento, abandonava o modelo escravocrata que construiu nosso pais a base de suor e sangue. Ent...
Peregrino: uma análise audiovisual a respeito de Antônio Conselheiro
2019
O trabalho a seguir apresenta uma analise de como a imagem de Antonio Conselheiro, lider do movimento messiânico ocorrido em Canudos, foi representada em documentarios desde os anos 1970 ate o presente momento. Serao analisadas quatro peliculas, buscando principalmente pensar os discursos religiosos e sociais apresentados sobre o personagem, bem como as mudancas nesses mesmos aspetos ao longo do tempo.
A Criminologia Cultural e a sua recepção no Brasil: Relato parcial de uma história por ser escrita
Revista Brasileira de Ciências Criminais 193, 2022
Este artigo visa expor, discutir e problematizar a constituição da Criminologia Cultural como campo teórico criminológico: suas principais teorias, expoentes, metodologias e temas retratados, bem como a sua recepção e reinvenção no Brasil. A metodologia adotada foi a de revisão bibliográfica da literatura pertinente, com vistas a recolher os subsídios necessários para melhor estruturar e sistematizar uma síntese representativa da multiplicidade de questões enfrentadas e das diferentes vias de investigação que podem ser exploradas a partir e com base na Criminologia Cultural, dando ênfase a temas passíveis de investigação no contexto brasileiro. Ao final da análise e após uma apreciação sobre sua recepção e desenvolvimento de trabalhos no Brasil, foi possível concluir que o processo de recepção e reinvenção da Criminologia Cultural no País está em pleno andamento, mas que a hibridização cultural que resultará em uma Criminologia Cultural distintamente brasileira ainda não se encontra concluída.
Revista Investigacoes, 2013
Resumo: O presente estudo tem por objetivo analisar o papel do torturador enquanto elemento que ajuda na composição da cena testemunhal presente em alguns contos produzidos durante a vigência do regime militar ditatorial, que vigorou no Brasil a partir da década de 1960. Esta abordagem centra-se no levantamento dos aspectos observados na composição destes personagens que nos permitem classificá-los como complementares na construção de outra personagem, a vítima da violência. Tal análise parte da hipótese de que a confluência entre o contexto histórico (regime de exceção, marcado por uma repressão violenta aos opositores do estado) e a estética narrativa (o realismo cru, a diluição das barreiras entre as formas narrativas, a predominância da narrativa de si) vigente durante este período, possibilitou o surgimento de uma vertente testemunhal na literatura pós-64. Para perceber e compreender em termos formais esta vertente se faz necessária a análise das nuances que a compõe, entre as quais a personificação do estado (através da figura do torturador) e a vitimização do prisioneiro.
Revista de Estudos Criminais , 2013
O presente artigo científico pretende desenvolver uma breve reflexão acerca do papel da dogmática jurídico-penal no âmbito da ciência conjunta do direito penal, sobretudo no caso brasileiro. Para tanto, busca-se contrapor à perspectiva funcionalista do direito penal, de matriz sociológica, a fundamentação onto-antropológica do direito penal, orientada pelas construções filosóficas de Heidegger. Sustenta-se, por fim, que a perspectiva onto-antropológica pode ser capaz de resgatar a dimensão de legitimidade e limite da intervenção criminal no Estado Democrático de Direito. Palavras-chave: Dogmática penal; política criminal; fundamentação onto-antropológica. v.11, n.51, p.109-124
Literatura ou antropologia criminal? O cangaço em Pedra Bonita e Cangaceiros
Mana, 2019
Este artigo investiga as interpretações sociocriminológicas de José Lins do Rego sobre o cangaço que lhe serviram de pano de fundo para desenvolver os romances Pedra Bonita e Cangaceiros. Mostra-se como o romancista se posicionava perante duas teorias criminológicas que, em sua época, tentavam compreender o cangaço: a teoria do banditismo social e a antropologia criminal da Escola Positiva brasileira. Conclui-se que o caminho trilhado por Rego para explicar a gênese do cangaço passava por entendê-lo em função das disputas coronelistas.
A Nova Criminologia A Luz do Direito Penal e da Vitimologia Antonio
Uma terceira cosmo visão da justiça penal, 171 Linhas fundamentais das cosmovisões retributiva e restau rativa, 173 Comentários a favor da justiça recriadora, 176 Traços fundamentais do novo modelo recriador, 187 C a p í t u l o 9 DA V1TIMOLOGIA À REFORMA DO C Ó D IG O P E N A L , 191 Não confundamos o sujeito passivo com as vítimas, 191 A reparação no Código p e n a l do século XIX não é a do século XXI, 192 0 juiz deve atender primeiro às vítimas, 193