Percepção equivocada [Folha de São Paulo, 2017] (original) (raw)
Aurelio Marques, 2019
RESUMO: Embora o Teetetonos coloque num cenário interpretativo completamente à parte da teoria das Formas, não nos é permitido admitir seu total esquecimento. Conceitos como ‘racionalidade’ contraposto à percepção sensível, e a ‘imprescindibilidade do logos’enquanto discurso que perfaz o conhecimento verdadeiro, são extremamente caros ao Teeteto. Desconsiderar a pertinência e a similaridade do significado destes conceitos desde a maturidade até à velhice, colocar-nos-ia em situação de grande dificuldade explicativa acerca do conhecimento. Assim, é importante destacar que optamos por uma perspectiva intermediária, que por um lado reconhece a ausência de uma argumentação calcada na clássica teoria das Ideias, mas que compreende a obra platônica sob a tutela de uma interpretação sistemática e holística, segundo a qual Platão não abandona os pressupostos metafísicos das Formas inteligíveis. Longe de uma ruptura com o que foi ditoanteriormente na maturidade, o Teetetoserve como complementação teórica acerca da ontologia e da epistemologia, embora no Teetetonão haja uma menção direta às noções presentes nos diálogos anteriores e boa parte do tema se apresente por meio de estilo de escrita e vocabulário inusitados. Por fim, mas não menos importante, será feita uma breve análise de alguns trechos dos momentos finais do Sofistacom o objetivo de compreender em que medida o aspecto epistemológico, proposto por Platão no Teeteto, pode ser lido à luz de questões relacionadas ao Ser e ao Não-ser, já que a pergunta pelo ‘o que éconhecimento’ nos remete também a uma discussão ontológica. PALAVRAS-CHAVE: Epistemologia; Ontologia;.Falsidade; Não-ser; Autocrítica. ABSTRACT: Although the Theaetetus puts us in an interpretive setting completelyapart from the theory of Forms, we are not allowed to admit their total forgetfulness. Concepts such as ‘rationality’ opposed to sensible perception, and ‘the indispensability of logos’ as a discourse that makes true knowledge, are extremely dear to the Theaetetus. Disregarding the relevance and similarity of the meaning of these concepts from maturity to old age would put us in a situation of great difficulty in explaining knowledge. It is important to emphasize here that we have chosen an intermediate perspective, which on the one hand recognizes the absence of an argument based on the classical theory of Ideas, but which includes the Platonic work under the tutelage of a systematic and holistic interpretation, according to which Plato does not abandon the metaphysical presuppositions of the intelligible Forms. Far from a rupture with what was said earlier in maturity, the Theaetetusserves as a theoretical complementation on ontology and epistemology, although in the Theaetetus, as we have said, there is no direct reference to the notions present in previous dialogues and much of the theme introduce yourself through unusual writing style and vocabulary. Last but not least, a brief analysis will be made of some passages from the final moments of the Sophistin order to understand to what extent the epistemological aspect, proposed by Plato in the Theaetetus, can be read in the light of questions related to Being and to Not-being, since the question of 'what is knowledge' also leads us to an ontological discussion. KEYWORDS: Epistemology; Ontology; Falsity; Not-being; Self-criticism.
Interpretação jurídica: convencidos, mas equivocados (Parte 1)
Quando determinadas teorias hermenêuticas e argumentativas essencialmente especulativas necessitam incontáveis páginas para serem compreendidas, talvez seja hora de rever ou voltar a desenvolver a teoria e a forma em que se discutem em público. Até então, o que teremos é uma clássica mentalidade de “torre de marfim”: um grupo de juristas acadêmicos que se encerram em uma habitação e, absolutamente seguros de si mesmos, convencidos que sabem mais que ninguém e completamente ignorantes do domínio de qualquer conhecimento ou técnica científica, fazem proclamas ao mundo anunciando suas teorias com fórmulas e técnicas, conceitos e postulados, critérios e métodos "confusogénicos para cualquier ser humano". Parece que alguém necessita com urgência uma explicação sobre a «navalha de Ockham».
Interpretação jurídica: convencidos, mas equivocados (Parte 2)
O verdadeiro problema das teorias hermenêuticas e da argumentação jurídica é que levam o intérprete a pensar que sabe algo que em realidade desconhece. E dado que há maneiras alternativas de interpretar o que encontram na norma, os intérpretes parecem ser bastante adictos a encontrar as justificações e argumentos que lhes convêm para afilar, limar e alterar seletivamente a mensagem normativa: não tanto pelo uso indiscriminado, etéreo e vicioso da festejada “ponderação”, mas principalmente por meio de uma diarréia argumentativa incessante.
Cuadernos de Educación y Desarrollo
O presente trabalho oferece um contraponto à Teoria da Grande Explosão Térmica, largamente conhecida como Big Bang. Do ponto de vista do autor, revela-se um grande equívoco, na medida em que não é possível ter-se dado a compressão de todo o Universo a um ponto material, em temperatura infinitamente alta e entropia zero, pois ambas são função direta uma da outra. Se a temperatura é infinita, também o é, obrigatoriamente, a entropia. Ao que tudo indica, o equívoco se deu a partir de uma interpretação errática da forma clássica de dedução da equação da Entropia - segundo as premissas da Termodinâmica, a dedução é feita “à temperatura constante” e com “gás ideal”, o que só é possível nos casos de pressão quase nula. A aplicação de equação deduzida em condição isotérmica e com gás ideal (pressão quase nula) em um sistema com temperatura e pressão infinitas, revela-se um demasiado descuido. No presente estudo, é abordado o assunto sob o prisma do “valor da entropia a determinada temperatu...
Interpretação jurídica: convencidos, mas equivocados (Parte 5)
Embora nos encante pensar que não somos animais, a visão que do mundo deve ter todo jurista honrado (que queira propugnar de verdade sua causa, quer dizer, honrado também na ação) e cientificamente cultivado exige uma drástica ruptura com as concepções que insistem em meter em quarentena as ciências da natureza humana e excluí-las do esforço por compreender a importância das explicações (realistas, factíveis e aceitáveis) da condição humana no contexto do direito. Muito do que sabemos sobre interpretação e tomada de decisão já cambiou nos últimos anos e não é possível adquirir uma visão mais ampla e realista do fenômeno jurídico “vegetando en una pequeña esquina del mundo durante toda la vida” (Mark Twain). Para apreciar verdadeiramente a complexidade da tarefa interpretativa e o intricado dos processos de decisão é necessário e de fundamental importância compreender o quanto podemos estar equivocados e confundidos pela aparente “evidência” ou “verdade” de teorias formuladas por algumas confrarias de sofisticados hermeneutas, analíticos ou jus-metodólogos.
Interpretação jurídica: convencidos, mas equivocados (Parte 4)
Não há que ser tão crítico e/ou incomplacente com o tipo agonizante de jurista que reluta em manter-se ao dia com os desenvolvimentos científicos pertinentes. Deve resultar intimidante e insultante, quando se é jurista toda a vida, reconhecer de repente que os neurocientistas, psicólogos, biólogos, antropólogos, etc., sabem algumas coisas importantes acerca do funcionamento interno da mente que podem ter um impacto direto sobre tudo o que sabem fazer. Ninguém quer voltar a começar de novo. Também é provável que simplesmente não creia – ou, no pior dos casos, não lhe importe - que seja necessário compreender, dentro de um marco intelectualmente rigoroso e comprovado empiricamente, de que forma os intérpretes “reais” emitem juízos e tomam decisões para explicar o fenômeno hermenêutico. Como disse em certa ocasião Einstein: “Si juzgas a un pez por su habilidad para trepar árboles, vivirá toda su vida pensando que es un inútil.” Malditos juristas!
Mídia, raça e a construção do suspeito: análise discursiva de notícia da Folha de São Paulo
Domínios de Lingu@gem, 2018
O presente artigo tem por objetivo refletir, desde uma visão enunciativa de linguagem (Maingueneau, 2013) e de seu viés de intervenção (Rocha, 2006; 2014), acerca da produção discursiva do processo de suspeição da pessoa negra e de sua condução à condição de “fora de lugar”, a partir de construções discursivas que a mídia tem feito desta população em diálogo com discursos que circulam em outras esferas como a das práticas policiais e da justiça. Partimos de compreensão da linguagem como prática social (Bakhtin, 1995; 1997) que, situada sociohistoricamente e atravessada por relações de saber e poder (Foucault, 2013; 2013a), não apenas representa, mas intervém em uma dada realidade. Com relação à questão racial, entendemos como Guimarães (2006; 2009), que esse processo resulta da colonização que expropriou o africano de sua humanidade e é reforçado nos discursos que a visam manter os privilégios do grupo hegemônico. Para tal, dialogando com pesquisa realizada por Paiva (2015), no acer...
Era tudo mentira: a verdade jornalística. Resenha
da. Era tudo mentira:a verdade jornalística. INTERMEIOS, 2011.186p. Por: Sonia Rodrigues Pereira 1 . É do senso comum acreditar que o jornal enquanto um "negócio" busca atrair e fidelizar seus leitores. Ao que parece, no imaginário de muitos leitores, as notícias divulgadas nos jornais se revestem da mais absoluta veracidade. Entretanto nem sempre a verdade jornalística estampada nas páginas do jornal corresponde ao real. Eventualmente, uma notícia pode ter sido construída a partir de um fato inverídico. Era tudo mentira: a verdade jornalística descortina para os leitores o pano de fundo, o espaço velado da composição do fato jornalístico, o discurso e o processo de escrita da notícia -uma narrativa que oscila entre o real e o imaginário. Nascido em Itambé, Zona da Mata de Pernambuco, o autor Marconi Oliveira da Silva é professor de Comunicação Social, mestre em Filosofia e doutor em Linguística pela Universidade Federal de Pernambuco. Também são de sua autoria os livros O mundo dos fatos e a estrutura da linguagem: a notícia jornalística na perspectiva de Wittgenstein (Edipurs, 1998) e Imagem e verdade: jornalismo, linguagem e realidade (Annablume, 2006). O título Era tudo mentira: a verdade jornalística é instigante, contestador, e logo de cara atrai o leitor. O livro é organizado em 12 capítulos, que se interligam na perspectiva da abordagem dos conteúdos, algo bastante confortável para o leitor, na medida em que este encadeamento facilita a leitura.
A construção do SUS-problema no jornal Folha de S. Paulo
História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 2014
Estuda os processos de construção discursiva do SUS-problema em notícias do jornal Folha de S. Paulo publicadas em 2008. Foram selecionadas 667 notícias em pesquisa on line no acervo da Folha, examinadas segundo a análise crítica do discurso e as contribuições da perspectiva construcionista social. Metodologicamente, como prática textual, investigou-se a partir de quais recursos linguísticos foi construído o SUS-problema; e, como prática discursiva, qual a influência do veículo jornal e do estilo jornalístico na produção desses sentidos. Ao construir o SUS-problema, essas produções foram consideradas propiciadoras de uma visão limitada e negativa do Sistema Único de Saúde (SUS), baseada na desconfiança e na impossibilidade de melhorar o Sistema.
A equivocidade essencial da democracia
Filosofia em debate: questões de ética, educação e política. Florianópolis: Nefiponline, 2016., 2016
O mestre se destaca da delegação; logo se encarrega de ensinar ao pequeno Conde. Com uma vara, joga ao chão tudo o que se encontra sobre a mesa, a ajeita, vira o tampo a fazer-lhe face, e, servindo-se dele como de um quadro negro, escreve, com giz, o número 1. F. Kafka 1 O sentido da democracia ainda não foi estabelecido de uma vez por todas. Isso aponta para uma falha teórica da reflexão política? Talvez não. Talvez isso tenha a ver com o próprio ser da democracia. Então, se a democracia não tem um sentido único, nem o sentido do um, estabelecer o sentido definitivo da democracia não pode ser um intento pensável, muito pelo contrário. Mas, por que essa discussão sobre o sentido de "democracia"? Afinal, aparentemente, todos nós sabemos o que "democracia" quer dizer. A palavra "democracia" surge para nós publicamente e espetacularmente por todos os lados, de todas as direções. Entretanto, o fato de que todo mundo utilize a palavra "democracia" na linguagem ordinária não implica que a sua definição seja unívoca e consensual. Muito pelo contrário, é justamente a sua equivocidade que nos permite a todos utilizála na comunicação, sem nos perdermos indefinidamente na explicitação do seu sentido. Embora não haja o consenso manifesto e explícito das opiniões sobre o que "democracia" quer dizer, nós falamos dela, e nos compreendemos uns aos outros, em nossas conversas, e até em nossos juízos políticos. Quer dizer, a palavra "democracia" passa entre nós sem fazer obstáculo às nossas falas, sem interromper nossas conversas, em uma situação de suposto consenso, latente ou implícito. Há, a meu ver, pelo menos dois tipos de situação comunicativa que envolvem um suposto consenso. O suposto consenso implícito: a situação em que o falante não explicita publicamente seu próprio sentido de "democracia", mas age 1 KAFKA, Franz. Fragmento sem título, provavelmente de 1918. In: Oeuvres complètes II. Bibliothèque de La Pléiade. Paris: Gallimard, 1980. P. 548.
O Equívoco Na Produção De Sentidos Em/Sobre O Urbano
2020
Neste artigo, damos enfoque ao trabalho da equivocidade da lingua na producao de sentidos para a constituicao heterogenea e desigual da cidade, tomando para nosso gesto de analise um traco da cena urbana: a pichacao/o grafite. O referencial teorico volta-se a Analise de Discurso materialista de filiacao pecheuxtiana, como forma de refletir sobre o funcionamento da lingua e da ideologia no discurso. Alocados em uma posicao discursiva, problematizamos os sentidos de cidadania e de autoria na cidade, culminando nos apontamentos de possibilidades nao-legitimadas de tomar a palavra – pelas brechas do processo de significacao – virem a significar o discurso urbano, retornando sobre ele.
A errada lógica proposicional ensinada a alunos do ensino secundário
There are some errors in vogue in the philosophy manuals for high schools i Portugal and in other countries that outline the propositional logic. One is the equivocal distinction between inclusive disjunction 'A' or 'B' and the exclusive disjunction 'Or A or B' which are exactly the same thing. Another mistake is to oppose foundationalism to skepticism without noting that this is a modality of foundationalism.
FAKE NEWS E COLONIALIDADE DE MENTES: CONSIDERAÇÕES VIA PARADIGMA DA COMPLEXIDADE
Perspectiva Filosófica, 2021
Neste artigo, nós buscamos compreender como a disseminação de fake news, através do uso de tecnologias digitais, tornou-se uma ferramenta poderosa na manipulação da opinião pública, contribuindo para o processo de colonialidade de mentes. A colonialidade de mentes, contextualizada nos estudos de Dascal (2009), é um tipo de violência epistêmica, caracterizada como transmissão e modificação de hábitos através de sistemas sociais como família, linguagem, religião, ciência, educação, ideologia e mídia que disseminam as formas de imposição do pensamento e ação do colonializador. Nossa hipótese é a de que o paradigma da complexidade, fundamentado no pensamento de Morin (2003; 2005), oferece subsídios teóricos para pensarmos o problema da disseminação de fake news, bem como a sua influência na colonialidade de mentes na medida em que expressa uma visão de mundo não fragmentada e sistêmica, pautada por princípios como o hologramático e o dialógico. Com base nestes princípios, nosso principal foco será oferecer um caminho para pensarmos sobre a colonialidade de mentes através da ética da complexidade.
Preconceito na campanha antimodernista do jornal A Gazeta de São Paulo (1921-1922)
Revista Humanidades, 2024
O objetivo do presente artigo é a verificação da existência e a análise do preconceito na campanha do jornal A Gazeta de São Paulo contra o movimento modernista entre 1921 e 1922. Os textos foram encontrados por meio de pesquisa com palavras-chave na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional do Brasil. A Gazeta produziu distintos tipos de textos jornalísticos e veiculou capacitismo, homofobia, misoginia e racismo. O jornal empregou pejorativamente termos musicais vinculados à cultura negra, indígena e popular. Durante a campanha vários artistas foram mencionados, mas entre os autores que os jornalistas criticaram e injuriaram destaca-se o modernista Mário de Andrade. O autor deste informe fez análise de textos com preconceito explícito e registrou considerações sobre o caráter e alguns efeitos do preconceito. A análise da “reação antifuturista” revela a incipiente recepção de Andrade e do movimento modernista, o uso do preconceito no debate artístico, e a construção social do preconceito. The purpose of this article is to verify the existence and analyze the prejudiced content of the newspaper A Gazeta de São Paulo’s campaign against the modernist movement between 1921 and 1922. The texts were found by searching with keywords in the Digital Newspaper Library of the National Library of Brazil. It was determined that A Gazeta produced different types of journalistic texts that conveyed ableism, homophobia, misogyny, and racism. In addition, musical terms were derogatorily linked to black, indigenous, and popular culture. During the campaign, several artists were mentioned, including modernist Mário de Andrade, who was criticized and reviled. Therefore, it was established that the author analyzed texts with explicit prejudice and recorded considerations about the character and effects of prejudice. The analysis of the “anti-futurist reaction” reveals the incipient reception of Andrade and the modernist movement, the use of prejudice in the artistic debate, and the social construction of prejudice.
Rapsódia , 2017
Resumo: Tendo em vista o cenário conturbado da crítica de arte desde o estabelecimento da necessidade do juízo por Kant, pretendo me apropriar do conceito de equivocidade da Antropologia para propor uma aproximação da obra de arte que não tenha como base o modelo representativo. Isso será realizado por meio da associação estabelecida por Viveiros de Castro do pensamento da diferença e do devir, de Gilles Deleuze e Félix Gattari, com o pensamento ameríndio elaborado no livro “Metafísicas Canibais”. O princípio da equivocidade permite pensar a experiência estética a partir da pressuposição do erro enquanto fundamento da relação - o que dissolve os argumentos dualistas da relação sujeito-objeto que permeiam a discussão - e abre espaço para reconfiguração do fazer da crítica de arte. Palavras-chave: crítica de arte, crise, metafísica. The Equivocity of Criticism Abstract: In view of the turbulent picture of art criticism since the establishment of Kant’s necessity for judgment, I intend to appropriate the concept of equivocality from Anthropology to propose an approximation of the work of art that is not based on representative model. This will be accomplished through the association established by Viveiros de Castro of Gilles Deleuze and Félix Gattari’s concepts of difference and becoming, with the Amerindian thought elaborated in the book “Cannibal Metaphysics”. The principle of equivocity allows us to think of aesthetic experience from the presupposition of error as the foundation of the relationship, which dissolves the dualist arguments of the relation between subject/object that permeate the discussion and opens space for reconfigure the process of making art criticism. Key-words: art criticism, crisis, metaphysics
Mito e realidade da opinião pública
Sei onde há mais sabedoria do que a encontrada em Napoleão, Voltaire ou em todos os ministros, presentes e futuros: na opinião pública .." -TAL-LEYRAND É inegável que, embora os meios de comunicação e o progresso educacional estejam evoluindo aceleradamente, as pessoas nem sempre estão bem informadas, pois a latitude e a longitude dos problemas as impedem de obter informee em número suficiente para que possam opinar de maneira racional. Ademais, a complexidade das questões levantadas afasta, de certo modo, o homem comum dos problemas de alta indagação. O que, na realidade, existe, é a massa que aceita, por comodismo, os pontos de vista dos grupos relativamente pequenos, porém detentores dos melhores veículos de comunicação.