Capitalismo & escravidão e a historiografia sobre a escravidão nas Américas (original) (raw)

O capital escravista-mercantil nas Américas e sua superação

Investigaciones Sociales

No artigo intitulado América y El capital mercantil esclavista os autores expuseram os elementos embasadores do capital escravistamercantil e indicaram as limitações que se impunham a tal forma do capital. No presente trabalho – depois de serem identificadas, no plano hipotético, as condições necessárias à superação do capital escravista-mercantil – são apontadas as causas históricas imediatas das quais resultou, para a maioria esmagadora das nações e demais dependências políticas existentes nas três Américas, a aludida superação. Discute-se, também, a relação existente entre a extinção do escravismo, enquanto elemento de caráter político, e a supressão do capital escravista-mercantil, que se caracteriza por sua dimensão eminentemente econômica.

O papel da escravidão para a consolidação do capitalismo comercial nas Américas

2022

O capitalismo industrial nas Américas tem suas origens profundamente enraizadas na mão-de-obra escravizada, seja ela advinda do tráfico negreiro na África, ou da própria população nativa dos países colonizados. Isto posto, buscaremos demonstrar de que forma a utilização do regime escravista como ferramenta para aumentar seus lucros foi essencial para a consolidação do capitalismo tal qual conhecemos atualmente. Além disso, a atuação violenta das grandes potências europeias da época, Portugal, Espanha e Inglaterra, deixou marcas profundas engendradas em nosso passado enquanto vítimas de uma colonização forçosa por parte dos portugueses, deixando sequelas evidentes na formação cultural das inúmeras culturas espalhadas pela América Latina.

A questão atual do debate sobre a escravidão nas Américas

"A experiência Afro-Americana em perspectiva comparada: A questão atual do debate sobre a escravidão nas Américas.” Afro-Ásia (Salvador, Bahia) no. 45 (2012), 95-121

ostaria de retomar um tema que tem sido muito negligenciado nas discussões recentes sobre a diáspora africana nas Américas, que é a comparação das diferenças e semelhanças entre os regimes escravistas e sua influência na integração pós-abolição de africanos e afro-americanos. Este é um tema que remonta aos primeiros estudos modernos sobre africanos nas Américas. De Fernando Ortiz, em Cuba, a Nina Rodrigues, no Brasil, verificou-se, em geral, uma percepção entre os estudiosos latino-americanos de que houve diferenças na forma como os africanos foram integrados nessas diversas sociedades. 1 Estudiosos norte-americanos, como Donald Pierson, Frank Tannenbaum, Stanley Elkins e Carl Degler, tentaram colocar a experiência dos Estados Unidos nesse quadro comparativo. 2 Durante algum

Desembarque da segunda escravidão na historiografia brasileira

Tempo, v. 27, n. 1, p. 215 - 221, 2021

O livro coletivo tem por objetivo analisar o papel da escravidão na configuração do capitalismo no Brasil no século XIX. Para tanto, os autores utilizam o aparato fornecido pelo conceito de segunda escravidão. A resenha aponta que essa incorporação conceitual retoma tensões entre a história e as interpretações econômicas. Palavras-chave: Segunda Escravidão; Historiografia; História Econômica. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci\_arttext&pid=S1413-77042021000100215&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Landing of the second slavery in Brazilian historiography Abstract: The chapters of this edited volume aim to analyze the role of slavery in shaping Brazilian capitalism in the nineteenth century. For this purpose, the authors use the analytical apparatus provided by the concept of second slavery. The review points out that this conceptual incorporation reveals tensions between history and economic interpretations.

Disputas no campo da historiografia da escravidão brasileira: perspectivas clássicas e debates atuais

Dimensões, 2017

Resumo: Esse trabalho parte da tradicional divisão da historiografia da escravidão brasileira: Gilberto Freyre (1933), Escola Paulista de Sociologia (anos 1950/70) e a renovação após os anos 1980. Propõe-se, inicialmente, identificar como a relação indivíduo e sociedade é mobilizada pelas duas primeiras tendências. Pretende-se, de forma complementar, destacar propostas contemporâneas que sugerem novos caminhos para esse campo historiográfico. A análise realizada neste artigo tem como base o conceito de tradições eletivas, pois este permite evidenciar os embates entre as tendências historiográficas, salientando o quanto essas disputas têm relação com o contexto dos pesquisadores e suas perspectivas acerca do tema em questão. Em face desse cenário, o artigo defende que a historiografia da escravidão brasileira é um terreno fértil para analisar a epistemologia da história. Palavras-chave: Historiografia da escravidão brasileira; Teoria e metodologia da história; Relação indivíduo e sociedade.