" Fessô " Nietzsche, de Gramática (original) (raw)
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Nietzsche e o texto como fixão
Estudos Nietzsche, 2020
O objetivo desse artigo é o de explorar, de forma heurística, uma abordagem interpretativa para a noção de texto em Nietzsche. Trata-se de um exercício metodológico fantástico cujos desdobramentos interpretativos nos escritos de Nietzsche poderão ser testados em momentos subsequentes. Nesse sentido, ainda que de modo "incompleto e alusivo" eu esboço uma breve genealogia das noções de texto para então discutir, junto ao debate com Pichler e sua adesão à contemporânea teoria da edição alemã, de que maneira a noção de texto ali explicitada pode ser, então, compreendida como fixão. Mais do que estabelecer um critério definitivo para a noção de texto, o presente trabalho ambiciona apenas circunscrever o "amplo campo do problema" que implica uma tentativa de "revisão crítica" do tradicional conceito de texto, especialmente em Nietzsche. Palavras-chave: Nietzsche. Texto. Textura. Textualidade. Fixão. http://periodicos.ufes.br/estudosnietzsche/article/view/23212/20984
Metáfora e ficcionalismo no jovem Nietzsche
O objetivo do presente trabalho é analisar a noção de metáfora e o modelo tropológico da cognição no jovem Nietzsche a partir do quadro epistemológico presente em Sobre verdade e mentira em sentido extra-moral e nos fragmentos da mesma época. Analisaremos em que medida Nietzsche trouxe para o mesmo diálogo considerações sobre retórica e linguagem por um lado, e resultados das ciências empíricas, principalmente da fisiologia da percepção, por outro, para chegar a conclusões céticas acerca da questão do conhecimento, dialogando principalmente com uma certa tradição kantiana.
Revista de Estudos da Religião, 2006
O ascetismo ficou conhecido pelos esforços dos metafísicos para alcançar seus objetivos "espirituais" e Nietzsche dedicou, em especial, uma crítica aos ideais ascéticos na III Dissertação de Para a Genealogia da Moral, porque a ascese tomara a "vida transcendente" como referencial de todos os valores para além desta vida, que é imanente. Assim, indo à origem da cultura ocidental, Nietzsche propõe que uma ascese com base na transcendência, no imutável, na "verdade", seja revista a partir de uma perspectiva da vida, desta vida,-um fluir constante, com lugar somente para a mudança, para "aparências". Portanto, alguém que deseja estar além do que seja o comum na contemporaneidade só poderia exigir de si o máximo de auto-superação, de um domínio de si mesmo, para se realizar em uma espiritualização dos instintos no lugar da castração que os valores transcendentes têm proposto para o corpo como vida. Este alguém se configura em um tipo asceta que, aqui, é apresentado como o próprio Nietzsche.
Niilismo, poesia e filosofia: Mario Faustino leitor de Friedrich Nietzsche
Trágica, 2019
Resumo: O texto trata da relação entre filosofia e poesia e tem por objeto de análise a possível influência de Friedrich Nietzsche sobre o poeta Mário Faustino, especialmente no poema-título de seu único livro publicado em vida, O homem e sua hora. Assim, pretendemos mostrar que especificamente neste poema, além da visão trágica do mundo, da crítica ao ascetismo cristão, da valorização do corpo como morada do ser, da simbologia mítica do eterno retorno, da constelação de mitos dionisíacos e de tantos outros temas caros à filosofia nietzschiana, é a presença do niilismo como uma espécie de fio condutor do poema que denota essa influência da filosofia nietzschiana na poesia faustiniana. Palavras-chaves: niilismo, poesia, filosofia. Nihilism, poetry and philosophy: Mario Faustino reader of Friedrich Nietzsche Abstract: The text deals with the relation between philosophy and poetry and its object of analysis is the possible influence of Friedrich Nietzsche on the poet Mario Faustino, especially in the title poem of his only book published in his lifetime, Man and his hour. Thus, we intend to show that specifically in this poem, in addition to the tragic vision of the world, the criticism of Christian asceticism, the valuation of the body as the abode of being, the mythical symbolism of the eternal return, the constellation of Dionysian myths and many other themes Nietzschean philosophy, is the presence of nihilism as a kind of guiding thread of the poem that denotes this influence of Nietzsche's philosophy in Faustino's poetry. Introdução Parece haver uma relação de influência recíproca entre poesia e filosofia, muito embora nem sempre aceita por parte dessa última, cuja expressão mais geral é a própria experiência do pensamento em seu movimento criador. Enquanto constituintes da memória original do mundo e da realidade, isto é, enquanto elementos formuladores de uma experiência do mundo, de um contato com o mundo que precede todo pensamento sobre o mundo, como bem nos lembra Gerd Bornheim em Filosofia e Poesia (1986) citando o Merleau-Ponty de Romance e Metafísica (1947), poesia e filosofia se * Professor Adjunto da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Teresina, PI, Brasil. Contato:
This article presents the project of the Nietzsche-Wörterbuch (NWB), a long-term, multi-volume reference work on Nietzsches (use of) language. The article offers some background on the project, focusing on its motivation in the need for a Nietzsche dictionary. It explains the working principles and method, as well as the structure of the lemmata. In the last section, an example of the results of the dictionary work is given, focused the concept of Größe and its relation to Nietzsche's project of Umwertuung.
Nietzsche e a Religião De Zaratustra, O Persa
Interacoes Cultura E Comunidade, 2010
Flávio Senra * RESUMO Com Nietzsche, o reformador religioso persa denominado Zaratustra ganhou visibilidade para os estudiosos da sua filosofia. No entanto, trata-se de um dos mais importantes nomes da antiguidade, cujos ensinamentos são reconhecidos pelos historiadores como extremamente influentes, tanto na cultura grega, como nos monoteísmos judaico, cristão e muçulmano. Tomando como ponto de partida o impulso dado aos estudos sobre a crítica de Nietzsche à religião, especificamente à tradição ocidental, chegamos ao interesse pela pergunta central neste estudo. Por que Zaratustra, o persa? No desdobramento dessa pergunta principal, procura-se apresentar como o filósofo alemão acedeu ao seu conhecimento e, em que medida, a partir desse conhecimento, chegou a propor sua superação a partir da criação do famoso personagem de Assim falou Zaratustra. PALAvRAS-CHAvES: Nietzsche. Zaratustra. Religião zoroástrica. ABSTR ACT With Nietzsche, the Persian religious reformer named Zarathustra became visible to students of his philosophy. However, this is one of the most important names of antiquity, whose teachings are recognized by historians as extremely influential, both in Greek culture, as in the monotheistic Jewish, Christian and Muslim. Taking as starting point the impetus given to studies on Nietzsche's critique of religion, specifically the Western tradition, we come to the central question of interest in this study. Why Zarathustra, the Persian? In the unfolding of this main question, we seek to present as the German philosopher and agreed to its knowledge, to what extent, from that knowledge, even proposed to overcome with the creation of the famous character in Thus Spake Zarathustra.
Retórica e crítica da linguagem em Nietzsche
BARBOSA, R. F.. Retórica e crítica da linguagem em Nietzsche. Revista Philósophos, v. 21, p. 253-278, 2016., 2017
O objetivo deste artigo é demonstrar como o reconhecimento de uma “virada retórica” em Nietzsche resulta em uma demarcada “tensão” que caracteriza certa ambiguidade acerca da linguagem em seu pensamento. Deste modo, no âmbito de apresentar essa mobilização em Nietzsche no interior da discussão sobre a linguagem, examinamos três aspectos fundamentais desse direcionamento àquilo que constitui uma impossibilidade semântica: primeiro, identificamos a chamada “virada retórica”; em segundo lugar, aprofundamos o tema a partir da análise da adesão de Nietzsche à tese de Gustav Gerber de que a retórica é a “essência” da linguagem; e, em terceiro lugar, perscrutamos a legitimidade da distinção entre linguagem própria (natural) e linguagem imprópria (retórica). Portanto, essa problematização da linguagem realizada por Nietzsche aparece desdobrada ao longo de sua obra e pode ser observada a partir da heterogeneidade da discursividade que seus escritos tardios contemplam.
Nietzsche, Turguêniev e o Niilismo
This paper analyses the resonances of nihilism in the work of Ivan Turguêniev, thinking about its historical nature, its values and consequences to modernity. The theoretical system of references is based on Nietzsche’s philosophy, author that characterizes nihilism as a disorganizer principle that ruins values and institutions. The nihil (nothingness) prevails, generating resentment, decay, inability to progress and create new values. The reading of Nietzsche’s and Turguêniev’s books can indicate the possibilities opened to the philosophical thinking by the literature.