Brasil 2016: Recessão e golpe (original) (raw)
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Feitiçaria, golpe e fim de ciclo (2016)
Outras Palavras, 2016
Os movimentos políticos pelo "impeachment" da presidente Dilma Rousseff se inserem em uma guerra discursiva na qual o modelo antropológico da "acusação de feitiçaria" opera dentro do quadro das insuficiências políticas que parecem ser o traço comum ao fim de ciclo progressista na AL.
A RECRIAÇÃO CONSERVADORA DO ESTADO: IMPASSES NO REFORMISMO PROGRESSISTA E POPULAR E O GOLPE DE 2016
RESUMO O objetivo deste artigo é demonstrar que a crise política brasileira, que culminou no impeachment da presidente da república Dilma Roussef, antes de ser fruto de uma profunda crise econômica tem causa na formação de um amplo condomínio empresarial, partidário e midiático com tentáculos no seio do aparelho do Estado. A formação deste condomínio político de caráter conservador foi parte de um processo de acúmulo de forças por causa de riscos na transição do neoliberalismo a um Novo Projeto Nacional Brasileiro. Como os péssimos resultados de 2015 foram criticados não por seus equívocos decisórios e sim por falta de confiança na política econômica, buscou-se as condições objetivas para deliberar um golpismo de caráter explícito. Sob a aparência de estabilidade e respeito às leis, oculta que se propõem a recriar o Estado impondo duras restrições a sua discricionariedade.
Recessão: perigo ou oportunidade
2016
Muitos prognósticos assustadores têm surgido nos últimos meses, decretando uma crise que se tornará um imenso choque no mercado brasileiro e, consequentemente, na América latina. Porém, o caminho certo é se assustar ou se preparar para ganhar mercado? Os que se assustam com o prognóstico de uma recessão são aqueles que foram reativos até o presente momento. Perceba: já está desenhado há anos o cenário atual. E, se o pior ainda está por vir, por que os empresários, em geral, não se prepararam? Amigo leitor, temos aqui dois perfis de gestores a analisar (Vamos excluir aqueles que trabalham em mercados estáveis, commodities ou no setor financeiro, nos atendo à nossa realidade-somos predadores disputando cada palmo do mercado): 1) Inovadores, que buscaram novas técnicas e estratégias para guiar seus negócios (e esses, apesar de todo o cenário negativo, não estão com medo). 2) Reativos, que quando surge uma variação econômica se assustam, demitem, perdem grande parte de sua rentabilidade e correm atrás de soluções mágicas para seus negócios. Para uma empresa em um mercado altamente competitivo, só interessa a inovação. Sim amigo, você precisa inovar e se diferenciar, seja em termos de produtos, serviços, logística ou gestão de tempo dos seus clientes. John D. Rockefeller, um dos gigantes da história da indústria, teve seu auge nos negócios justamente quando seus concorrentes se desesperaram com a crise econômica sem precedentes que atingia seus negócios. Com sua empresa, a Standard Oil, chegou a refinar quase 90% do petróleo mundial. E por quê? Porque a crise era uma oportunidade de expandir seus negócios: de comprar empresas em situação falimentar, de impor negociações desiguais a seu favor. Ele estava preparado para a crise e havia planejado todos os detalhes do seu processo de expansão. Os demais foram tragados por um cenário econômico desfavorável.
Sob a Névoa da Conjuntura: a geopolítica do golpe de 2016
By Metri, Mauricio. In: Portal GGN, março, 2016
Há alguns anos os governos Lula e Dilma implementaram algumas iniciativas estratégicas “não-convencionais” sobre temas sensíveis na área internacional (sobretudo defesa, petróleo e finanças), com desdobramentos complexos em tabuleiros maiores. Embora tenham sido realizadas com base em estratégias de não confrontação, essas iniciativas têm acarretado antagonismos em contextos de assimetrias desfavoráveis ao Brasil, com “agravante” de que, quando pensadas em conjunto, revelam um outro significado, porque existem, em torno delas, fios que as articulam e multiplicam seu potencial perturbador. Disponível em: https://jornalggn.com.br/analise/sob-a-nevoa-da-conjuntura-por-mauricio-metri/
Do golpe de 2016 ao bonapartismo
revista Perspectivas Unesp, 2018
O golpe de 2016 não está consolidado em um novo regime. É verdade que a reação avançou com as eleições fraudadas em que se elegeu Bolsonaro e segue no sentido de destruir as conquistas sociais e os direitos democráticos conquistados nas últimas décadas. Podemos afirmar que o processo se encontra em pleno andamento nas tentativas de se transformar ou destruir as estruturas mais perenes da economia nacional e da sociedade brasileira tal qual existem desde a processo que reinstitucionalizou o país em 1998.
A Ilegítima Misoginia - e outras nuances do Golpe de 2016
2018
Entre exatamente os meses do meio do ano – de Abril a Agosto de 2018 – cursamos, eu e colegas, a primeira disciplina exclusivamente voltada à análise do golpe de 2016, no curso de Ciências Sociais da UFCG. Orientada pela professora Elizabeth Lima, que há anos realiza pesquisas sobre a relação entre mulher, política, imagem e mídia , lemos revistas e artigos que abordaram momentos políticos que precederam o ponto culminante que foi o golpe de 2016, e as características, especificamente misóginas, do mesmo. Perpassamos pelas Jornadas de Junho de 2013, das quais pessoalmente caminhei e relembrarei aqui, e suas expectativas hoje vistas como alcançadas ou frustradas. E debatemos, entre outros, sobre o ganho de espaço dos discursos da nova direita frente à repressão de importantes direitos conquistados pela esquerda nos últimos anos, especificamente entre 2003 e 2016, período do Partido dos Trabalhadores no governo.